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Depois do gás natural, União Europeia quer boicotar alumínio russo

A União Europeia está considerando restrições à importação de alumínio russo e a eliminação gradual do gás natural liquefeito (GNL) do país como parte de um novo pacote de sanções contra Moscou por sua invasão em grande escala da Ucrânia.

As medidas preliminares, que fariam parte do 16º pacote de sanções do bloco, incluem restrições a dezenas de outras embarcações que fazem parte da frota sombra de Moscou de navios-tanque que transportam petróleo russo e mais controles de exportação de produtos usados para fins militares. A medida também pode fazer com que mais bancos sejam excluídos do sistema de pagamentos internacionais SWIFT, disseram as pessoas próximas ao assunto, que falaram sob condição de anonimato.

As restrições ao alumínio seriam graduais, com prazo e escopo ainda a serem determinados. A saída do GNL poderia ser feita como uma sanção ou como parte de um roteiro que o braço executivo do bloco deverá apresentar no próximo mês.

O GNL russo continua sendo uma das últimas grandes dependências energéticas da Europa, depois que Moscou reduziu drasticamente os fluxos dos oleodutos. A UE importou volumes recordes do combustível super-resfriado da Rússia no ano passado. Até o momento, os políticos europeus não impuseram restrições mais rígidas ao GNL para evitar os choques de preços que prejudicaram os setores da região nos últimos anos. Mas a partir de 2026-2027, o novo suprimento das usinas em construção nos EUA e no Catar deverá reduzir os preços.

As propostas preliminares ainda estão sendo discutidas entre os estados membros e podem mudar antes de serem formalmente apresentadas.

Embora a proibição das importações de gás russo tenha sido solicitada por várias nações, a UE ainda precisa decidir se deve se basear em sanções para torná-la legalmente obrigatória, em regulamentações como parte de um roteiro ou em uma combinação dos dois, de acordo com autoridades e diplomatas com conhecimento das negociações.

As sanções podem oferecer o argumento mais forte para rescindir os contratos com os fornecedores russos, mas exigem aprovação unânime dos estados-membros e são limitadas no tempo.

Mudanças no fornecimento

Os governos europeus, que antes relutavam em abrir mão do GNL russo, estão observando com nervosismo o aumento dos preços do gás devido ao clima frio e às novas sanções dos EUA contra a energia russa.

A proibição “provavelmente só aumentaria a incerteza do fornecimento para o mercado europeu, podendo oferecer algum suporte aos preços”. Em 2024, cerca de 18% das importações de GNL da UE vieram da Rússia”, disseram em uma nota os estrategistas de commodities do ING Groep NV, liderados por Warren Patterson.

Ainda assim, o impacto das propostas da UE sobre os preços foi discreto na quarta-feira. Também não está claro qual seria a velocidade de qualquer eliminação gradual.

Os EUA e a UE vêm sancionando gradualmente alguns projetos russos de GNL para conter os planos de expansão das exportações de Moscou, mas esses esforços pouco fizeram para reduzir o apetite da região por suprimentos russos que não foram atingidos por restrições. As entregas para a Europa atingiram um recorde no ano passado, uma vez que as firmas de energia da França à Espanha trouxeram o combustível por meio de contratos de longo prazo.

A Europa também tem sido um destino mais atraente do que os mercados asiáticos mais distantes.

Na semana passada, os EUA impuseram restrições a duas pequenas usinas de GNL russas que exportam o combustível, a primeira vez que instalações operacionais de exportação foram visadas. Mas o foco nessa última medida do governo Biden, que está deixando o cargo, logo se voltará para as políticas de Donald Trump em relação à Rússia. Ele tem prometido repetidamente acabar com a guerra de Vladimir Putin na Ucrânia, ao mesmo tempo em que pressiona a Europa a comprar mais energia americana também.

A Rússia era um fornecedor importante para o mercado europeu de alumínio antes da invasão da Ucrânia, mas as remessas caíram devido à auto-sanção generalizada dos fabricantes e a uma reordenação gradual das cadeias de suprimentos globais.

A Rússia responde por cerca de 6% das importações europeias, com os embarques caindo pela metade em relação aos níveis observados em 2022, disse Amy Gower, analista do Morgan Stanley, em uma nota. A China tem comprado metal russo em volumes maiores desde o início da guerra e, se uma proibição de importação for imposta, o impacto no mercado dependerá da possibilidade de redirecionamento de volumes adicionais, disse ela.

O alumínio teve pouca alteração, a US$ 2.563 por tonelada na Bolsa de Metais de Londres, às 9h25, horário local, enquanto outros metais caíram.

Grandes compradores

Sancionar o gasoduto russo não é viável porque um grupo de nações, incluindo a Hungria e a Eslováquia, ainda depende de suprimentos da Gazprom PJSC, disseram algumas das autoridades.

Proibir o GNL é mais viável porque não se espera que os três países que trazem a maior parte do combustível – Espanha, Bélgica e França – bloqueiem as medidas punitivas contra a Rússia, de acordo com as autoridades.

O bloco também está avaliando propostas para listar mais firmas em países terceiros – incluindo a China e os Emirados Árabes Unidos – que estão ajudando Moscou a colocar as mãos em tecnologias usadas em armas, bem como restrições ao setor de transporte russo.

Separadamente, a UE pretende fechar mais brechas que permitem que Moscou evite as restrições existentes, além de introduzir tarifas mais altas sobre produtos agrícolas e fertilizantes, paralelamente a um novo pacote de sanções.

O bloco pretende adotar o novo pacote de medidas no próximo mês para marcar os três anos da invasão russa ao país vizinho.

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Esta notícia foi originalmente publicada em:
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Autor: Bloomberg

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