Após forte 2024, mercado livre vai demandar mais criatividade para novos contratos
A grande migração de consumidores para o mercado livre em 2024 vai fazer com que as fornecedoras de energia precisem ser mais criativas e busquem diferentes abordagens, para atrair novos clientes de agora em diante, apontam especialistas.
A ampliação da competição está ligada à abertura do mercado livre em janeiro de 2024 para todos os consumidores de alta tensão, o que levou a uma intensa migração do mercado regulado para o livre nos últimos meses. No ambiente de contratação livre (ACL), o consumidor pode negociar diretamente a compra da energia com o próprio gerador ou com uma comercializadora.
Como sua firma pode aproveitar o mercado livre de energia
Dados da Thunders apontam que a abertura deixou mais de 100 mil consumidores aptos para aderir ao mercado livre.
Saída do mercado regulado
Segundo a consultoria, apenas em novembro 2.149 unidades consumidoras saíram do mercado regulado e entraram no ambiente livre, número recorde. A maior parte das migrações foi realizada pelas comercializadoras Cemig (1650), Matrix (1446) e EDP Smart (1311), segundo o levantamento.
Foi a segunda vez que o número ultrapassou dois mil consumidores em um único mês no Brasil. Em agosto de 2024, haviam sido registrados 2036 novos clientes no mercado livre de energia.
“Para quem é gerador ou comercializador, as oportunidades diminuíram um pouco, então tem que pensar de modo muito criativo para poder melhorar a exposição ao mercado”, diz o sócio da área de Energia, Infraestrutura & Projetos do Veirano Advogados, Alberto Fialho.
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Apesar do alto número de migrações já registradas, ainda há oportunidades em negociação, sobretudo entre clientes de menor porte de consumo. O advogado aponta que há intenso interesse de consumidores dos segmentos como saúde, mineração, siderurgia e telecomunicações em deixar o ambiente regulado.
Tendência de autoprodução
Segundo Fialho, uma das tendências é a continuidade do fechamento de acordos no modelo de autoprodução, no qual o consumidor se torna sócio do projeto de geração e tem maiores descontos em taxas. Novos arranjos de contratos dentro desse modelo, como acordos por equiparação ou de arrendamento, tendem a ganhar espaço.
Essas negociações, no entanto, devem atrair mais os consumidores que já migraram para o mercado livre há mais tempo, dado que muitos dos contratos recentes fechados são de longo prazo, com duração acima de três anos.
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Um exemplo foi o contrato fechado recentemente entre o Hospital Albert Einstein em consórcio com a Engeform, no modelo de autoprodução, no qual o Veirano Advogados atuou como assessor jurídico.
O hospital já havia migrado para o ambiente livre, mas optou por fechar o acordo de autoprodução para complementar outros contratos de suprimento de energia. O acordo vai fornecer energia para atender cerca de 60% do consumo total do hospital por 15 anos.
“Com isso, ele consegue economizar ainda mais em relação ao que já tinha como consumidor livre meramente”, afirma Fialho.
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Nesse contexto de maior competição pelo cliente final, alguns dos diferenciais para assegurar novos acordos tendem a ser as firmas que conseguirem explicar de forma didática para os consumidores como funciona o mercado de energia.
“A assimetria de informação é muito grande. Então, eu acho que explicar como funciona e educar o cliente sobre quais são os riscos que ele está contratando, é um diferencial importante. Também ter disponibilidade de atendimento e poder oferecer todo um leque de serviços e de atenção mesmo que hoje ele não tem”, diz.
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Autor: augustodiniz