Google acha que tem a melhor tecnologia de IA. Agora, precisa de mais usuários
O executivo-chefe do Google acha que sua firma tem a melhor tecnologia de inteligência artificial do mercado. Agora, tem que fazer os consumidores perceberem isso.
O CEO Sundar Pichai disse recentemente aos funcionários que acredita que a tecnologia Gemini AI da firma superou as capacidades dos concorrentes e quer que o chatbot que a usa seja acessado por 500 milhões de pessoas até o final de 2025, segundo pessoas familiarizadas com o assunto.
O Google não disse quantas pessoas usam o Gemini atualmente, mas o líder de mercado ChatGPT tem cerca de 300 milhões de usuários semanais. O aplicativo Gemini foi o 54º aplicativo gratuito mais baixado em iPhones na quarta-feira (17). O ChatGPT foi o nº 4.
O lançamento do ChatGPT pegou o Google de surpresa no final de 2022, apesar de ser um dos pioneiros da IA e passar anos trabalhando em chatbots semelhantes. A firma vem tentando recuperar o atraso desde então.
O Gemini ainda não é um grande gerador de dinheiro, mas é fundamental para o esforço do Google para permanecer na vanguarda da IA, tecnologia que já está começando a remodelar os principais negócios de pesquisa e anúncios da firma.
A mais nova tecnologia de IA do Google saltou à frente da tecnologia OpenAI, fabricante do ChatGPT, no mês passado no ranking da Chatbot Arena, observado de perto por pessoas no Vale do Silício. A OpenAI dominou o ranking durante grande parte do ano passado.
O Google lançou o chatbot Gemini, anteriormente Bard, alguns meses depois do ChatGPT e o atualizou com dezenas de novos recursos na tentativa de ganhar terreno. A OpenAI, por sua vez, começou a visar diretamente o Google em meados do ano passado, quando adicionou ao ChatGPT uma função de pesquisa na web.
O aplicativo móvel ChatGPT foi baixado cerca de 465 milhões de vezes em dispositivos Android e iOS, em comparação com 106 milhões para a Gemini, de acordo com dados da Sensor Tower.
A maioria desses downloads ocorreu em telefones Android. Até recentemente, o Gemini fazia parte do aplicativo de pesquisa do Google em dispositivos Apple. Um aplicativo Gemini separado para iOS foi lançado em novembro. O Google disse que foi baixado mais de dez milhões de vezes até o final do ano.
O uso de recursos de IA incorporados a outros aplicativos, como Facebook e Instagram da Meta Platforms, não é capturado por medidas disponíveis publicamente.
Até recentemente, a equipe do chatbot do Gemini se reportava ao executivo responsável por buscas e anúncios, mas uma reorganização recente o transferiu para a divisão DeepMind, que faz pesquisas avançadas.
Pichai disse na época que a mudança “permitiria a implantação rápida de nossos novos modelos no aplicativo Gemini”.
O crescimento da publicidade nas buscas desacelerou nos últimos anos, e o Google vem cada vez mais tentando novas linhas de negócios, incluindo assinaturas. A firma oferece uma versão premium do Gemini, com mais recursos, por US$ 20 por mês, semelhante a outros chatbots.
Mas, ao contrário de seus concorrentes, inclui vantagens em sua assinatura Gemini, como recursos de IA em aplicativos como o Gmail e dois terabytes de armazenamento de arquivos.
Sifei Han, cientista de dados que mora na Filadélfia, assinou o plano premium do Gemini no ano passado, depois de aceitar fazer uma avaliação gratuita de dois meses. Ele disse que o usa principalmente pelo armazenamento extra, não pelos recursos de IA.
“Estou mais acostumado com o estilo do ChatGPT”, disse Han, que também paga pelo ChatGPT Plus.
Cerca de 60% dos usuários pagantes do Gemini mantiveram suas assinaturas seis meses após a primeira inscrição, de acordo com uma análise da Earnest Analytics de dados de cartão de débito e crédito de milhões de consumidores anônimos. Isso foi melhor do que alguns concorrentes, como Character.AI e Perplexity, mas ficou atrás da OpenAI e da Anthropic, que faz o chatbot Claude.
As assinaturas do Gemini foram uma fração dos US$ 10,7 bilhões em receita que a Alphabet, controladora do Google, obteve com assinaturas, vendas de dispositivos e compras em sua loja de aplicativos móveis nos três meses encerrados em setembro. O principal negócio de publicidade do Google arrecadou US$ 65,9 bilhões no mesmo período. A firma não introduziu anúncios no Gemini.
O Gemini foi uma fonte de controvérsia no passado. O Google pediu desculpas aos usuários e interrompeu um recurso de geração de imagens no ano passado, depois que o chatbot produziu imagens de soldados negros em trajes nazistas, chegando até a se recusar a gerar representações de pessoas brancas. O recurso voltou seis meses depois.
Além do chatbot, o Gemini está alimentando recursos que executam tarefas complexas para os usuários, como preparar relatórios de pesquisa e gerar podcasts com base em um conjunto de documentos.
O Google vende para desenvolvedores a tecnologia que alimenta o Gemini, usa-a para as “visões gerais de IA”, que às vezes aparecem no topo dos resultados de uma busca, e recentemente começou a incluí-la com as versões comerciais do Gmail e do Google Drive. Pichai disse que todos os produtos do Google com mais de dois bilhões de usuários agora têm recursos desenvolvidos pelo Gemini.
A firma também tentou convencer os fabricantes de dispositivos a tornar o Gemini o assistente padrão em telefones celulares, algo que já faz em seus próprios telefones Pixel. A Motorola e a OnePlus, que usam o software móvel Android do Google, tornaram o Gemini o padrão em alguns de seus telefones no ano passado.
Escreva para Miles Kruppa em miles.kruppa@wsj.com
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Esta notícia foi originalmente publicada em:
Fonte original
Autor: The Wall Street Journal