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O que a Gol (GOLL4) diz sobre preço das passagens após fusão com a Azul (AZUL4)?

A Gol (GOLL4) informou que ainda é muito cedo para definir se os preços das passagens aéreas devem subir ou não após a fusão com a Azul (AZUL4). De acordo com nota da firma áerea, o documento assinado nesta semana serve somente para dar início às negociações entre a controladora da firma, a Abra, e a, hoje, concorrente.

“Por esse motivo, detalhes (sobre o preço das passagens aéreas) ainda serão discutidos durante o processo. A transação, caso seja consumada, será submetida para aprovação do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) e demais autoridades competentes”, afirma a companhia em nota.

A reportagem entrou em contato com a Gol para questionar se haveria um aumento de preços após especialistas consultados pelo E-Investidor afirmarem que a fusão entre a Azul e a Gol poderia trazer uma alta de preços nas passagens, principalmente na ponte aérea Rio-São Paulo.

Qual o impacto da fusão entre Azul e Gol para o consumidor?

Sobre os impactos ao consumidor, a companhia aérea disse que, caso tal transação seja consumada, é esperado que as duas companhias mantenham suas marcas e seus certificados operacionais de forma independente.

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Na quinta-feira (16), a Azul disse em nota que o objetivo da combinação de negócios é promover o crescimento da indústria aeronáutica brasileira, por meio de mais destinos, rotas, conectividade e serviços aos consumidores, com aumento da oferta de voos domésticos e internacionais. “A intenção de materializar sinergias entre as malhas aéreas e o uso das frotas da Azul e da Gol resulta em benefícios para o consumidor, como mais opções e produtos; e para o Brasil, com o aumento de novos destinos atendidos pelo mercado de aviação brasileiro”, diz a Azul.

A Azul também assumiu que possui cerca de 10% de suas rotas em sobreposição com a Gol, os 90% restantes são destinos diferentes. Analistas da Genial Investimentos afirmam que a Gol possuía cerca de 38% do market share no Rio de Janeiro, sendo 40% no aeroporto Santos Dumont e 34% no Galeão, em 2023. Enquanto em São Paulo, essa fatia representava 36% da capacidade, sendo 31% nos terminais de Guarulhos e 43% em Congonhas no mesmo ano. Em comparação, a presença da Azul em 2023 era de apenas 19% no Rio e 9% em São Paulo, sendo 6% no Galeão, 25% no Santos Dumont, 11% em Congonhas e 7% em Guarulhos.

Na opinião dos especialistas do BTG Pactual, a sobreposição de rotas aéreas no Brasil é mínima, ou seja, o impacto pode não ser tão grande. Eles afirmam que a Gol tem voos mais em Congonhas, Santos Dumont e Brasília (os principais hubs corporativos do País), enquanto a Azul estende a maioria de sua linha pelo interior. “Portanto, a combinação das rotas pode criar ganhos de conectividade. Além disso, há valor em expandir o programa de milhagem e criar ofertas combinadas para passageiros frequentes”, dizem Lucas Marquiori e Fernanda Recchia, que assinam o relatório do BTG.

Preço da passagem aérea vai subir com ou sem fusão entre Azul e Gol

Segundo Acilio Marinello, sócio-diretor da Essentia Consulting, as passagens aéreas devem subir com ou sem a fusão. “Nos últimos meses, as passagens aéreas subiram puxadas pela alta do dólar e pelo reaquecimento das viagens corporativas. Então, a tendência é de alta, não somente pela fusão entre Azul e Gol, mas pelas questões macroeconômicas. Claro, a união entre Azul e Gol deve fazer com que as passagens aéreas subam, mas não será o único motivo”, afirma Marinello.

Na visão de Artur Horta, especialista da GTF Capital, é possível que alguns trechos fiquem mais caros devido à falta de concorrência no setor aéreo. Ele lembra que a Azul opera em aeroportos menores e mais interioranos e a Gol atua em grandes aeroportos.

Com base nesses dados de market share e na sobreposição de 10% das rotas da Azul e Gol, Marinello aponta que a ponte aérea Rio-São Paulo é o trajeto que pode ter um impacto relevante nos preços. Esses aeroportos são os dois em que as duas companhias possuem a maior sobreposição de rotas, o que pode causar um controle de preços maior pelas firmas. Elas podem cancelar uma viagem para poder lotar o avião e cobrar o preço que for mais atraente para a firma.

“Essa é uma rota firmarial, e as firmas tendem a pagar o preço exigido sem grandes questionamentos, ou seja, os preços da passagens aéreas podem subir nessa área somente pela fusão, mesmo que a sobreposição não seja tão grande. Nas demais partes do país, as firmas fazem rotas diferentes, o que não deve trazer grandes impactos. No entanto, vale lembrar que, de qualquer forma, o cenário macroeconômico deve pesar sobre a firma”, explica.

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Autor: Bruno Andrade

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