Citi e Santander rebaixam Ambev (ABEV3) de olho em desafios futuros; veja análises
O Citi rebaixou a recomendação para as ações da Ambev (ABEV3) de compra para neutra e cortou o preço-alvo do papel de R$ 14,5 para R$ 11,8, o que representa um potencial de alta de 4,9% ante o fechamento do papel no pregão de terça-feira (21).
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Em relatório, os analistas Renata Cabral, Tiago Harduim e Tomas Dragicevic destacam que apesar da execução impressionante da firma nos últimos cinco anos – marcada por iniciativas inovadoras como BEEZ e Zé Delivery, um portfólio premium bem-sucedido – os desafios estão aumentando. Para o banco, o desconto atual das ações em relação aos pares globais pode não ser um catalisador suficiente.
“Volumes mais lentos, ganhos modestos de preços e ventos decrescentes de custos devido às tendências de câmbio e commodities são alguns dos ventos contrários. Além disso, as crescentes pressões competitivas no Brasil, impulsionadas pela Heineken e Petrópolis, restringem o repasse de preços”, afirmam.
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Para o quarto trimestre de 2024, os analistas esperam um balanço morno, com as operações brasileiras impactadas pelo clima e pela competição intensa. Embora estimemos que os volumes de cerveja cairão 1% ante um ano, esperamos um aumento de preços de 2%, abaixo da inflação”, dizem.
Para os profissionais, os volumes do NAB (negócios de bebidas não alcoólicas) também devem estar sob pressão e trazer ventos contrários de custo devido aos preços do açúcar. Eles estimam um Ebitda (lucro antes de juros, depreciação, amortização e impostos) de R$ 8 bilhões para o quarto trimestre de 2024 e um lucro líquido de R$ 4,4 bilhões.
Para 2025, o time do Citi prevê um crescimento de 2% nas receitas ante 2024 e Ebitda estável, sem mostrar um driver operacional claro e sustentável nos principais países em que a Ambev opera.
“Prevemos uma contração da margem Ebitda de 50 pontos-base para 30,7% em 2025, sob pressão vinda dos preços das commodities e do efeito negativo da depreciação da paridade real/dólar no CPV. Prevemos um aumento do lucro líquido de um dígito médio”, afirmam.
Análise do Santander sobre a Ambev
O Santander rebaixou a recomendação para as ações da Ambev para Neutro e reduziu o preço-alvo de R$ 16,00 para R$ 12,00, o que representa um potencial de crescimento de 6,66% em relação ao fechamento da véspera. Para o banco, o cenário futuro da firma deve ser definido pela inflação dos custos, impulsionada pela depreciação do real e o custo de embalagem.
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“Estimamos que a perspectiva de custo unitário da firma para a divisão de cerveja no Brasil aponte para um aumento de 8% Ano a Ano”, diz o analista Guilherme Palhares, em relatório. O aumento deve vir do avanço nos preços do alumínio e dos custos de mão de obra. O câmbio, apesar de encarecer as embalagens, deve melhorar a perspectiva das vendas internacionais.
Para o quarto trimestre de 2024, o banco estima que o resultado líquido seja estável na comparação ano a ano, chegando a R$ 4,4 bilhões. Para o analista, o fluxo de inventário no varejo pode limitar ganhos na participação de mercado.
Além disso, Palhares pontua que a Heineken começou a comissionar uma nova fábrica, que deve aumentar em 10% a capacidade total da firma, chegando a 5 milhões de hectolitros.
Por fim, o analista diz que a perda de mercado pela Petrópolis, por conta de sua recuperação judicial, pode representar um potencial de crescimento para a Ambev (ABEV3), mas esses clientes adicionais devem ser divididos com a Heineken.
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Esta notícia foi originalmente publicada em:
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Autor: Estadão Conteúdo