No ‘DeepSeek Day’, Ibovespa faz Nasdaq comer poeira: 1,97% contra -3,07%
No dia da ascensão do DeepSeek, as bolsas americanas ficaram deep sick (bem doentes). E a brasileira, bem contente.
O S&P 500 amargou -1,46%. A Nasdaq, mais sensível aos papéis de tecnologia, -3,07%. Culpa dessa inteligência artificial chinesa, que ganhou popularidade neste fim de semana mostrando-se tão boa quanto o ChatGPT.
A questão: de acordo com o fundador dessa IA, o sistema foi construído em dois meses, com chips de capacidade reduzida e custou não muito mais do que uma padaria: US$ 6 milhões.
Bom para o público, ruim para as ações com mais peso no mundo da IA. A Microsoft cedeu 2,14%; o Google, -4,03%. Natural: se “qualquer um” pode fazer uma ótima IA, eles perdem vantagem competitiva.
E se, além disso, ainda dá para fazer com chips que não sejam de última geração, pior para a grande fabricante de chips de última geração, a Nvidia: queda de 16,86%.
Entre os índices americanos, salvou-se o DowJones, que reflete mais a indústria tradicional. Alta de 0,65%.
A troca de ações mais ligadas a IA por papéis de setores mais vintage, digamos assim, refletiu-se por aqui. O Ibovespa, que é praticamente um deserto em termos de firmas tecnológicas, passou por uma alta exuberante, de 1,97%.
Magalu (9,42%) e Minerva (9,23%) lideraram o bonde. Asaí (8,29%), Vamos (6,58%) e CSN (6%) completaram o top 5 – ou seja, um frigorífico, duas varejistas, uma siderúrgica e uma locadora de carros, deixando claro que a bonança foi bem distribuída entre setores.
Das 84 firmas que compõem o Ibovespa, apenas 4 ficaram no vermelho. Destaque negativo para a WEG, com gélidos -7,72%.
O tombo da multinacional de Jaraguá do Sul (SC) ajuda a explicar o clima do dia. Boa parte da receita que se espera da WEG para o futuro vem da demanda por infraestrutura de energia dos países desenvolvidos, seus clientes. E quem alimenta essa demanda é a construção de mais e mais datacenters de IA, que consomem um abuso de energia.
Mas aí veio o furacão DeepSeek – que, no fim das contas, foi responsável pela maior perda de valor de mercado de uma única firma na história da humanidade: US$ 580,5 bilhões de dólares – o equivalente a quase sete Petrobras.
Tudo isso depois de ter subido 1.150% em dois anos. Com a grande correção de hoje, a alta perdeu a casa dos quatro dígitos. Está em 940%.
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Autor: Redação InvestNews