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Bancos divulgam balanço nesta semana: veja quem deve brilhar no 4º tri e o que esperar dos dividendos

A temporada de balanços dos grandes bancos começa nesta quarta-feira (5) com a divulgação do balanço do Santander (SANB11) antes da abertura do mercado. As divulgações seguem com o Itaú (ITUB4) divulgando seus números no mesmo dia após o fechamento do mercado. O Bradesco (BBDC4) solta seus números no dia 7 de fevereiro e o Banco do Brasil (BBAS3) encerra a temporada do quarto trimestre de 2024 com a apresentação do seu desempenho trimestral no próximo dia 19 de fevereiro.

Analistas do mercado monetário disseram que firma terá o melhor resultado e fizeram as projeções para projetar sobre qual banco deve pagar mais dividendos em 2025. O campeão em termos de resultados será o Itaú. Para os analistas da XP Investimentos, o Itaú entregará mais um conjunto de resultados positivos. A variação cambial deve auxiliar no crescimento da carteira de empréstimos total por mais um trimestre. Os analistas estimam um crescimento de 9,5% da carteira de crédito do banco no quarto trimestre de 2024 em relação ao quarto trimestre de 2023.

A XP calcula que o lucro do Itaú deve ficar em R$ 10,9 bilhões no quarto trimestre de 2024, alta de 16% na comparação com o lucro de R$ 9,4 bilhões no quarto trimestre de 2023. Milton Rabelo, analista da VG Research, estima que o banco deve lucrar R$ 11 bilhões no quarto trimestre de 2024, alta de 17%. O analista afirma que o grande destaque será o anúncio de R$ 20 bilhões em dividendos extraordinários do Itaú, além de uma rentabilidade, medida pelo retorno sobre o Patrimônio Líquido (ROE), acima de 23%.

Já Malek Zien, analista de ações na Eleven Financial, elege o banco com o melhor resultado pelo conjunto do balanço. “O destaque positivo deve ficar com o Itaú no quarto trimestre de 2024, sobretudo pela carteira com a inadimplência mais baixa dentre os principais bancos”, diz.

Banco do Brasil terá balanço revelador e preocupante

Se o Itaú será o grande destaque positivo, o Banco do Brasil gera grande preocupação. Segundo Malek Zien, da Eleven Financial, o trimestre vai ser decisivo para a compreensão da gravidade da inadimplência da carteira agronegócio. Segundo ele, se a inadimplência do agro no quarto trimestre de 2024 mostrar queda em relação ao trimestre anterior, o investidor pode ficar mais tranquilo, pois o pico dos calotes dos clientes do setor ficou para trás e o banco deve melhorar sua situação ainda mais nos próximos trimestres.

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“Caso o banco mantenha uma formação de créditos vencidos crescentes, indicaria um ano mais desafiador, com redução de ROE para 2025. Isso iria prejudicar a expectativa de dividendos”, explica Zien. Para a equipe da XP Investimentos, a inadimplência do Banco do Brasil deve crescer 0,1 ponto porcentual no quarto trimestre de 2024 na comparação com o terceiro trimestre de 2024, indo de 3,3 para 3,4%. Essa alta seria justamente devido à inadimplência do agronegócio.

“Ainda assim, as provisões devem ficar ligeiramente abaixo da marca de R$ 10 bilhões reportada no trimestre anterior. Portanto, esperamos que as provisões para o ano terminem acima de R$ 36 bilhões (a faixa do guidance está entre R$ 34 e 37 bilhões)”, dizem Bernardo Guttmann, Matheus Guimarães e Rafael Nobre, que assinam o relatório da XP. A corretora calcula um lucro líquido de R$ 9,46 bilhões para o quarto trimestre de 2024, estável em relação ao lucro de R$ 9,4 bilhões do mesmo período do ano passado. Já Rabelo, da VG, calcula um lucro de R$ 9,5 bilhões, avanço de 1%.

Santander terá resultado positivo, mas longe da linha frente

Enquanto Itaú e Banco do Brasil devem liderar com lucros por volta dos R$ 10 bilhões, o Santander deve ter uma grande melhora em seu balanço, mas ainda distante da linha de frente. O trio de analistas da XP e Milton Rabelo, da VG, concordam que a rentabilidade, medida pelo retorno sobre o patrimônio líquido (ROE), deve apresentar um crescimento de 6,5 pontos porcentuais, saindo de 10,5% no quarto trimestre de 2023 para 17% no quarto trimestre de 2024.

Para Rabelo, a melhora virá da redução das Provisões para Devedores Duvidosos (PDD). Já a XP diz que essa rentabilidade será o resultado de todo o conjunto, com crescimento de 6,3% da carteira de empréstimos na base anual, melhora na margem com os clientes puxada pela queda do custo na capitação de clientes e com a PDD estável. Com isso, o Santander reservará R$ 6 bilhões para cobrir os calotes dos clientes.

Na visão de Malek Zien, essas questões devem fazer com que a firma apresente um lucro líquido de R$ 3,7 bilhões no quarto trimestre de 2024, alta de 68% na comparação com o lucro de R$ 2,2 bilhões do quarto trimestre de 2023 e uma estabilidade em relação ao lucro do terceiro trimestre de 2024. A XP Investimentos tem a mesma estimava. Já Rabelo calcula um lucro levemente menor, com o banco lucrando R$ 3,5 bilhões no quarto trimestre de 2024, alta de 59% na base anual.

Bradesco deve continuar com evolução lenta e gradual

Em relação ao Bradesco, Malek Zien comenta que o crescimento da rentabilidade do banco deve ser atrasada pela alta da Selic, o que já deve aparecer no balanço do quarto trimestre, com avanço do ROE, porém ainda tímido. Já a XP diz que o balanço deve ser semelhante ao do trimestre anterior, com lucro de R$ 5,2 bilhões e ROE de 13%. Na base anual, uma alta de 82% do lucro e avanço de 6,1 pontos porcentuais do ROE. Na base trimestral, o resultado será igual, sem variações.

“Essa estabilidade entre o quarto trimestre de 2024 e o terceiro trimestre de 2024 se deve pelo fato de o banco focar o crescimento da carteira de empréstimos conforme prioriza o retorno ajustado ao risco de sua carteira. Desse modo, esperamos mais um trimestre de queda na inadimplência, com o indicador recuando 1,1 ponto porcentual para 4%”, explicam Bernardo Guttmann, Matheus Guimarães e Rafael Nobre.

Na visão de Milton Rabelo, da VG Research, o resultado do banco será lento e gradual, com aceleração na carteira de empréstimos e queda na inadimplência. Ele calcula que o lucro do Bradesco deve chegar a R$ 5 bilhões no quarto trimestre de 2024, avanço de 78% em relação ao lucro de R$ 2,8 bilhões do quarto trimestre de 2024 e leve queda de 3,8% em relação ao lucro de R$ 5,2 bilhões do terceiro trimestre de 2024. A rentabilidade estimada em meio a esse cenário é de 13% com uma margem financeira de R$ 16 bilhões para o quarto trimestre de 2024.

Qual banco deve pagar mais dividendos em 2025?

Os analistas dizem que o maior rendimento em dividendos entre os bancos será o Banco do Brasil. A XP Investimentos calcula que os dividendos do Banco do Brasil devem entregar um rendimento de 12,9% em relação ao valor de mercado da firma. A corretora recomenda compra para o papel com preço-alvo de R$ 37 para o fim de 2025, alta de 33,7% na comparação com o fechamento de sexta-feira (31), quando a ação encerrou o pregão a R$ 27,68.

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Os demais analistas também recomendam compra para a ação BBAS3. Segundo os especialistas, a atratividade para o papel está no fato de a ação do banco estar com um preço descontado em relação a tudo o que ela entrega. Desse modo, a VG estima um dividend yield do Banco do Brasil em 11,5% e a Eleven estima um rendimento de 11%. O segundo banco que mais vai pagar dividendos é o Bradesco. A XP calcula um dividend yield de 8,2% para o Bradesco 2025. Já a VG estima uma remuneração em provento de 11% para o banco, enquanto a Eleven estima um dividendo do Bradesco em 10,5%.

Em linhas gerais, há um consenso de que o investidor deve comprar as ações do Banco do Brasil e do Itaú para ter um bom retorno em dividendos e alta com as ações. No entanto, VG e XP divergem em relação a Bradesco e Santander. A XP vê o Bradesco com um caminho longo e dividendos menores e prefere o Santander. Já a VG analisa o Bradesco como descontado e com um preço muito mais atrativo e, por isso, recomenda compra para a ação em vez do papel do Santander. A decisão final sempre será do investidor, no entanto, ele precisa se lembrar que o melhor é comprar ativos que estão dentro do seu perfil, para assim evitar prejuízos inesperados em caso de volatilidade das ações. Veja a tabela a seguir com a recomendação, preço-alvo e estimava de dividendos para os bancos.

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Esta notícia foi originalmente publicada em:
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Autor: Bruno Andrade

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