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Itaú (ITUB4): por que as ações caem após o banco anunciar lucro e dividendos bilionários?

As ações do Itaú (ITUB4) operam em queda no pregão desta quinta-feira (6) após o banco reportar um lucro líquido de R$ 10,88 bilhões no quarto trimestre de 2024, um resultado 15,8% superior ao do mesmo período de 2023. Analistas do mercado monetário dizem que os números foram em linha com o esperado, mas as questões da margem com o mercado pesaram sobre a firma.

Às 13h35min, as ações do Itaú recuavam 0,53%, a R$ 33,93. Os analistas da Genial Investimentos argumentam que o banco foi negativamente impactado pelo ciclo de alta de juros, o que pode ser um dos fatores para o papel não ir tão bem no pregão desta quinta-feira. Lembram que o ciclo de alta de juros causou uma queda de 14,5% na margem com o mercado do banco no quarto trimestre de 2024, ante o terceiro trimestre de 2024.

“A queda no trimestre do Itaú foi influenciada pelo menor resultado da mesa de trading e por um impacto negativo relacionado à estratégia de hedge do índice de capital, pressionada pelo novo ciclo de alta de juros”, comentam Eduardo Nishio, Henrique Alhante, Luis Degaspari e Luis Assis, que assinam o relatório da Genial.

Ainda assim, os especialistas comentam que o Itaú reportou mais um resultado consistente, sólido e ligeiramente acima do consenso e em linha com as expectativas. “O destaque positivo do trimestre foi a qualidade dos ativos, com queda na inadimplência, custo de crédito controlado e aumento da cobertura”, apontam os especialistas.

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Para a equipe da XP Investimentos, os resultados foram sólidos e com a rentabilidade do Itaú, medida pelo Retorno sobre o Patrimônio Líquido (ROE na sigla em inglês), em 22,1%, o que, segundo eles, foi amplamente positivo. Ressaltam que o investidor pode ver as projeções do Itaú como conservadoras, visto que o banco espera uma desaceleração do crescimento da carteira de crédito, que deve ir de 15,5% para 4,5% a 8,5%. No entanto, eles afirmam que isso deve ser positivo, devido ao cenário macroeconômico.

“Esse nível de conservadorismo é bem-vindo, dado o ambiente macroeconômico incerto, e destaca as capacidades de gestão de risco do banco. O Itaú encerrou o ano com um balanço confortável e anunciou um programa de dividendos e recompra de ações no valor de R$ 18 bilhões”, dizem Bernardo Guttmann, Matheus Guimarães e Rafael Nobre, que assinam o relatório da XP.

CEO do Itaú projeta cenário macroeconômico desafiador

Em entrevista coletiva com jornalistas, o CEO do Itaú, Milton Maluhy Filho, foi questionado se esse crescimento da carteira não seria muito conservador. O executivo afirmou que a alta da carteira de crédito está dentro da indústria bancária e a firma pode fazer ajustes ao longo do ano.

“O banco nunca esteve tão bem para entrar em qualquer cenário. A gente não fica esperando um ou três meses, nossa capacidade de reação é instantânea. O dólar caiu nos últimos dias, o que pode ser positivo para a inflação, pois pode fazer com que os juros fiquem abaixo dos 15,75% ao fim do ano. Se tivermos oportunidades, vamos fazer os ajustes”, disse o executivo, sem descartar a possibilidade de aumento da concessão de crédito em caso de melhora do cenário macroeconômico.

Questionado sobre quais caminhos o banco tomaria para manter essa rentabilidade, medida pelo ROE, acima dos 20% em 2025, o executivo afirmou que o banco deve apresentar um menor crescimento da carteira de crédito na pessoa física devido às questões de inflação e juros, impactadas pelo preço do dólar hoje.

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Já nas demais carteiras, o banco deve seguir crescendo, com foco em maior rentabilidade com melhor segurança para a companhia. O Itaú estima que o dólar deve encerrar 2025 cotado a R$ 5,90, com um crescimento da economia, medida pelo Produto Interno Bruto (PIB), de 2,2%. A perspectiva para a Selic é de uma alta para 15,75%, dos atuais 13,25%. A inflação deve ficar em 5,8% e o desemprego em 6,8%. O CEO do Itaú comentou algumas perspectivas para os dividendos da firma em 2025, veja detalhes nesta reportagem.

Bradesco BBI vê resultado do Itaú como sólido

Para os analistas do Bradesco BBI, os resultados do quarto trimestre do Itaú vieram em linha com as estimativas, sem grandes surpresas, o que faz com que a ação tenha um desempenho sem grandes resultados para o mercado, segundo informações do Brodcast.

O banco destaca o anúncio da distribuição de R$ 18 bilhões (um dividend yield de 5,7%), com R$ 15 bilhões em JCP e dividendos, e R$ 3 bilhões em recompras, com ações bônus a uma taxa de 10%. Em relatório, assinado por Francisco Navarrete e Eric Mello, o banco comenta que o lucro líquido de juros veio 1,1% acima de sua estimativa, impulsionado pela maior receita líquida de juros com cliente. O crescimento da carteira de crédito compensou a leve compressão da margem financeira líquida, de acordo com o BBI.

Por outro lado, os especialistas lembram que a receita líquida de juros com o mercado veio abaixo das previsões do banco, com menores ganhos de trading e impacto negativo da taxa de juros sobre hedge de capital. “Acreditamos que os resultados do Itaú mostraram tendências sólidas no quarto trimestre, em que frisamos um forte crescimento de empréstimos, mesmo ajustando para o câmbio, e sólidas margens financeiras líquidas ajustadas ao risco”, ponderam. Eles acrescentam que a margem financeira líquida ajustada ao risco do terceiro trimestre foi impulsionada pela reversão de provisões de R$ 500 milhões.

Em resumo, os três analistas se mantiveram otimistas com a ação da firma. A XP Investimentos tem recomendação de compra com preço-alvo de R$ 43 para o fim de 2025, alta de 26,1% na comparação com o fechamento de quarta-feira (5), quando a ação encerrou o pregão a R$ 34,11. O Bradesco BBI recomenda compra para o Itaú (ITUB4), com preço-alvo de R$ 46, representando um potencial de valorização de 34,85% sobre o último fechamento. Já a Genial Investimentos projeta a menor alta: os analistas calculam um preço-alvo de R$ 40 para o fim de 2025, avanço de 17,27% em relação ao fechamento de quarta-feira.

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Esta notícia foi originalmente publicada em:
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Autor: Bruno Andrade

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