A M. Dias Branco (MDIA3), uma das maiores fabricantes de massas e biscoitos do País, reportou resultados do quarto trimestre de 2024, que foram considerados negativos pelos bancos consultados. Às 11h15, a ação da companhia subia 4,52%, cotada a R$ 24,76.
A XP Investimentos avalia que a firma registrou lucros fracos, com um resultado de baixa qualidade no período. A receita líquida aumentou sequencialmente 4% para R$ 2,4 bilhões, impulsionada por um aumento nos preços e um aumento nos volumes, em linha com as estimativas da XP.
O time de análise da XP também avalia que o aumento sequencial nos volumes foi tímido, especialmente considerando as comparações fáceis.
O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado, excluindo efeitos não recorrentes, foi de R$ 256 milhões, em linha com o consenso BBG e 9% acima da estiamtiva da XP.
“O resultado positivo, no entanto, foi impulsionado por uma subvenção fiscal maior do que o antecipado, enquanto os custos de commodities, embalagens e fixos foram maiores”, comenta XP.
Com relação à mudança da política de pagamento de dividendos da firma, a XP disse ver de forma positiva, pois a maior distribuição de caixa aos acionistas está alinhada com a sólida posição do balanço.
Apesar da recuperação em relação ao terceiro trimestre, o BTG avalia os números relatados como fracos e ligeiramente abaixo das suas estimativas.
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“Como a firma deixou de divulgar os preços médios e volumes por categoria, é difícil determinar exatamente os motores da tendência de volume e preços”, explica BTG. No entanto, dado o aumento de 10% nos preços de importação de óleo de palma em dólar t/t (alta de 16% em real), o banco acredita que a companhia tenha reajustado seus preços abaixo da concorrência para recuperar participação de mercado.
O BTG manteve recomendação neutra e preço-alvo de R$ 25.
Na mesma linha que XP e BTG, a Genial classificou o lucro da M. Dias como fracos, com um resultado de qualidade inferior.
De acordo com a Genial, o resultado foi beneficiado por uma subvenção fiscal superior à esperada (maior percentual da receita líquida desde o 2T23), enquanto os custos de commodities, embalagens e despesas fixas foram mais elevados.
O JPMorgan também destaca que fabricante de biscoistos e massas apresentou uma melhora sequencial no desempenho monetário, apesar dos desafios persistentes no mercado. A companhia registrou uma receita líquida de R$ 2,5 bilhões, 9% abaixo das estimativas do banco americano.
De acordo com JPMorgan, o crescimento da receita foi favorecido por ações estratégicas, como a consolidação da equipe comercial e a otimização da gestão de receita.
O JPMorgan ainda vê como positiva a nova política mantém a distribuição de proventos, com pagamentos mensais de R$ 0,03 por ação, totalizando R$ 0,09 por trimestre – acima dos R$ 0,06 pagos anteriormente a cada trimestre.
Com isso, o JPMorgan manteve recomendação neutra e preço-alvo de R$ 26.
Por outro lado, o Itaú BBA disse que a M. Dias Branco divulgou resultados sólidos no 4T24, com EBITDA ajustado de R$ 276 milhões, ficando 20% acima das suas estimativas, sustendo por eficiências em despesas gerais e administrativas (SG&A).
Apesar disso, o BBA disse ainda preferir esperar por maior consistência e avaliar a dinâmica externa relacionada à estratégia de preços do setor, mais eficiências a serem capturadas e inflação de custos em termos de reais antes de se tornar mais assertivos na tese por enquanto.
O Itaú BBA manteve recomendação neutra e preço-alvo de R$ 23.
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Autor: Felipe Moreira
