Petrobras (PETR4): superávit de petróleo e até eleições 2026; Citi espera alta das ações

Apesar da descrença de muitos investidores em relação aos papéis da Petrobras (PETR3; PETR4), o Citi ainda tem uma visão positiva para a firma, considerando a ação como uma boa posição de “carry” (ganhos) em meio ao cenário do mercado brasileiro.

Segundo o relatório, os investidores estão preocupados após os desembolsos de capex (capital expenditure, em inglês, designa o montante de dinheiro para aquisição de bens de capital) maiores do que o esperado e números operacionais mais baixos no quarto trimestre de 2024, levando a um anúncio de dividendos ordinários mais baixo.

“Nossa visão é sustentada pela geração resiliente de fluxo de caixa operacional à frente, do aumento da produção de petróleo durante o ano (em linha com a orientação da firma) e nossa estimativa de que a Petrobras buscará uma alta taxa de utilização em suas refinarias”, diz o relatório assinado por Gabriel Barra, André Cardona e Pedro Gama.

Para o Citi, a expectativa de um superávit no balanço global de oferta e demanda de petróleo está se concretizando, implicando em uma tendência de queda dos preços do Brent e potencial redução dos preços dos combustíveis da Petrobras. “Esperamos que a firma mantenha seu preço abaixo do nível do Índice de Preços do Produtor (IPP). No geral, prevemos cerca de 11% de dividendos ordinários em 2025.”

Segundo o relatório, o ritmo de investimentos acima do previsto foi uma surpresa negativa e levanta preocupações sobre o ritmo de aportes. “Pois a maioria dos investidores acreditava na tese de que a firma não conseguiria atingir seu guidance (metas) de investimentos devido a desafios externos, como o aperto do setor de serviços de óleo e gás (O&G).”

Como ficam as ações da Petrobras com as eleições no Brasil?

Para o Citi, a antecipação de certas despesas e capex acima do guidance são alertas à governança da Petrobras. Dessa forma, o banco manteve a recomendação neutra para a ação da estatal e, ao mesmo tempo, reduziu o preço-alvo para a ADR (recibo que permite a investidores comprar nos EUA ações de firmas não americanas) da Petrobras de US$ 15 para US$ 14, potencial de alta de 9,5% sobre o fechamento de ontem, por refletir os números do quarto trimestre abaixo do esperado.

“Adicionalmente, estamos vendo o início de uma discussão de um possível disputa eleitoral no Brasil, tendo em vista as eleições de outubro de 2026. Dito isso, vemos as ações da Petrobras como uma boa opção de compra para a próxima eleição”, diz o relatório.