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Paulistão tem prêmio no mesmo patamar da Copa do Brasil; entenda como isso é possível

Paulistão tem prêmio no mesmo patamar da Copa do Brasil; entenda como isso é possível

Como pode um campeonato estadual ter uma premiação no mesmo patamar da Copa do Brasil, a competição que gosta de ser chamada de a mais rica do continente? A resposta é, ao mesmo tempo, um problema para quem quer uma reforma no calendário e motivo de orgulho para a Federação Paulista de Futebol.

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Vamos primeiro aos números. Palmeiras, Corinthians, Santos e São Paulo ganham, só por participar do Campeonato Paulista, R$ 44 milhões. Os quatro grandes podem até perder os 12 jogos da primeira fase que eles vão receber essa quantia de forma garantida.

O campeão do Paulistão, que será conhecido nesta quinta-feira (27) após o jogo entre Palmeiras e Corinthians na Neo Química Arena, ganha mais R$ 5 milhões, com o vice levando cerca de R$ 1,5 milhão.

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Ao todo, são R$ 400 milhões distribuídos entre os 16 participantes da edição de 2025. Entre 2022 e a atual temporada, o total de dinheiro repassado aos clubes, entre premiação e receitas de marketing, chega a R$ 1 bilhão.

Para se ter uma ideia, se um time da Série A começar na primeira fase da Copa do Brasil e chegar até a semifinal, ele vai ganhar R$ 24 milhões. Para chegar no mesmo patamar do Paulistão, o time precisa ser finalista e garantir pelo menos o prêmio de vice, que é de pouco mais de R$ 33 milhões, totalizando R$ 57 milhões. O campeão, por sua vez, chega aos R$ 101 milhões.

Como isso é possível? Qual a mágica do Campeonato Paulista? O primeiro passo foi reformular totalmente a venda de direitos de televisão. A grande maioria das competições estaduais estão centralizadas em apenas um grupo, enquanto o Estadual de São Paulo está dividido em seis: Record, Cazé TV, TNT Sports, UOL Play, Nosso Futebol e Zapping.

Esse formato está garantido pelo menos até 2029 e tem mantido o interesse de patrocinadores, que também ajudam a Federação a oferecer o pacote tão grande para que os times não deixem de lado o Estadual.

Em 2025, são 19 marcas patrocinando o Paulistão, com BIS, Sicredi, Clear, BYD, Centauro, Lays, Sanofi, Rayovac sendo as marcas mais relevantes, mas também há várias outras pequenas propriedades que agregam ao valor total. O troféu craque do jogo, por exemplo, é entregue pela casa de apostas 7K.

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Além disso, há ações especiais, como a substituição do cara ou coroa por débito ou crédito na moeda que define quem começa com a bola. Há o led especial para quando o gol é marcado, naming rights presente em todas as transmissões e citados pelos narradores com garantia em contrato. Como as imagens são feitas pela Federação e repassadas para os donos dos direitos, os interesses dos patrocinadores estão garantidos.

Esse modelo fez o Paulistão disparar em arrecadação com marketing. O levantamento da Federação Paulista de Futebol indica que a competição arrecadou em 2025 cinco vezes mais do que arrecadou em 2021, no último ano do modelo anterior, quando a Globo detinha todos os direitos.

Além dos R$ 44 milhões distribuídos para os quatro maiores times, a Federação ainda paga um prêmio alto para os outros participantes. São R$ 13 milhões para o Red Bull Bragantino, o pequeno que mais ganha, e pelo menos R$ 8 milhões para as outras equipes. De novo para fazer uma comparação com a Copa do Brasil, o time de Série A que sai da primeira fase e chega nas oitavas de final leva R$ 9 milhões.

Para se proteger de todo o investimento, a organização coloca no regulamento um limite do número de jogadores de categorias de base. Assim, fica inviável para que as equipes joguem o torneio apenas com jovens desconhecidos, forçando a utilização, pelo menos parcial, dos principais atletas de cada time.

O dinheiro, claro, faz diferença para o investimento das equipes e reflete diretamente no nível técnico do campeonato. Além dos quatro grandes e do Red Bull Bragantino, o Paulistão ainda tem o Mirassol como representante entre os 20 times da Série A. Ou seja, quase um terço da elite nacional é formada por times paulistas. E olha que a conta não aumentou por pouco, com o Novorizontino passando perto de chegar na elite.

Essa pujança significa um obstáculo para os times que pensam em diminuir a presença do estadual no calendário. É improvável que os paulistas topem abrir mão da competição mesmo que isso signifique uma pré-temporada melhor para seus atletas e técnicos. Enquanto isso, os vizinhos sofrem com estaduais sucateados e com bem menos interesse e dinheiro.

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Autor: Carolina Freitas

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