Últimas Notícias

Rumo a Roma, cardeal brasileiro defende legado de Francisco: ‘Não há como retroceder’

Rumo a Roma, cardeal brasileiro defende legado de Francisco: ‘Não há como retroceder’

“O Papa Francisco inovou em muitas coisas. O legado que ele deixa, com uma Igreja mais acolhedora e aberta ao diálogo, deve continuar. Não há como retroceder”. Essa é opinião de Dom Raymundo Damasceno Assis, cardeal Emérito da Arquidiocese de Aparecida, em São Paulo, que já está arrumando suas malas para ir a Roma, na Itália, participar do processo de escolha do novo papa.

Leia mais: Sucessor de Francisco “herdará” banco do Vaticano, reformado após escândalos

Mesmo não tendo mais o direito a voto, por ter mais de 80 anos, Dom Raymundo deve participar das chamadas Congregações Gerais. Essas reuniões são realizadas durante três a quatro dias antes da votações do Conclave e contam com a participação de todos os cardeais. “São encontros com uma agenda aberta, onde todos podem falar. Este é o momento em que os cardeais se conhecem mais e ficam sabendo o que está acontecendo na Igreja em vários cantos do mundo”, afirma o religioso.

Nas Congregações Gerais, também se fala sobre os desafios vividos pela Igreja em cada um dos países e o que se espera da Igreja para o futuro. “Diante de tudo que é falado, então se começa a formar o perfil necessário do futuro papa. Mas não se apresenta nome, nem chapa, são apenas manifestações livres”, explica.

Neste momento também é apresentada a conjuntura atual da Igreja no mundo e a conjuntura política e administrativa do Vaticano. Tudo é feito dentro de um processo para que se possa ter o discernimento do que é necessário, amadurecendo também a escolha do candidato. “Tudo feito junto com muita oração e reflexão para a escolha do futuro papa”.

Definido o perfil necessário, então, os cardeais com direito a voto entram efetivamente no processo de Conclave, onde não será permitido mais nenhum contato externo. “Nenhuma conversa, nem conferências, muito menos telefone, rádio ou televisão. Apenas a votação, cada um com sua consciência, até que se a escolha seja feita.”

Para a escolha de Bento XVI foram feitos quatro escrutínios e para a do Papa Francisco foram cinco. “Para votar, cada cardeal precisa fazer um juramento antes, colocando a mão no Evangelho e jurando escolher quem poderá conduzir melhor a igreja daqui para frente”, afirma Dom Raymundo.

Por isso, o religioso diz que as Congregações Gerais são tão importantes, porque é ali que se pode ouvir o que o cada um tem a dizer e onde, muitas vezes, um cardeal acaba impressionando os outros com sua fala. “São nessas reuniões que muitos se conhecem efetivamente, convivendo por três a quatro dias, podendo ter contato com a realidade de cada arquidiocese”.

Inovação

Dom Raymundo, citou ainda o caráter inovador do Papa Francisco, inclusive ampliando espaços para mulheres dentro da Igreja Católica, ao nomear a irmã Simona Brambilla como prefeita do Dicastério para a Vida Consagrada, tornando-a a primeira mulher a liderar um dos mais importantes escritórios do Vaticano. 

O papa ainda foi o arquiteto da elaboração de um sistema para dar maior transparência às finanças do Vaticano, o que incluiu a retirada da cidade-estado da lista de paraísos fiscais. Além disso, estabeleceu uma espécie de conselho para supervisionar as finanças formado por cardeais, bispos e leigos especialistas no setor monetário. 

“Ele fez uma série de inovações que ficam e isso não tem como voltar atrás, vai continuar. E esperamos também que o novo papa permaneça acolhendo a todos indistintamente. Claro que ninguém é cópia do outro e cada um tem a sua cultura. Mas todos com a visão de que a Igreja é do povo de Deus, seja ele da África, da Ásia ou da Europa, porque essa diversidade é a beleza da Igreja.”

Segundo o cardeal, não há prazo definido para que as Congregações comecem, depois do funeral nem quanto tempo vai levar para se escolher o novo papa, o que deixa o posto máximo da Igreja vacante. “O velório e o enterro são momentos tristes, mas a escolha de um novo papa, após o Conclave, é um momento muito emocionante, com uma explosão de alegria que enche a praça em meia hora, quando sai a fumaça branca. Por isso, pedimos que o Espírito Santo ilumine os cardeais que farão essa escolha tão importante”, disse Dom Raymundo.

The post Rumo a Roma, cardeal brasileiro defende legado de Francisco: ‘Não há como retroceder’ appeared first on InfoMoney.

O que achou dessa notícia? Deixe um comentário abaixo e/ou compartilhe em suas redes sociais. Assim deixaremos mais pessoas por dentro do mundo das finanças, economia e investimentos!

Esta notícia foi originalmente publicada em:
Fonte original

Autor: Anna França

Dinheiro Portal

Somos um portal de notícias e conteúdos sobre Finanças Pessoais e Empresariais. Nosso foco é desmistificar as finanças e elevar o grau de conhecimento do tema em todas as pessoas.

Artigos relacionados

Botão Voltar ao topo