Ibovespa hoje abre estável com IOF, pesquisa eleitoral Genial/Quaest e juros do BCE
O Ibovespa hoje abriu em estabilidade, com apenas uma leve alta de 0,01%, aos 137.017 pontos nesta quinta-feira (5). As atenções do mercado estão na decisão de juros da Europa e discussões sobre o aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). Nova pesquisa do Genial/Quaest sobre governo brasileiro também fica no radar.
O tom positivo dos índices de ações americanos e europeus, associado ao aumento nas cotações do petróleo, pode estimular o principal índice da B3 hoje. Em parte, o impulso — especialmente na Europa — ocorre em meio ao corte nas principais taxas de juros da zona do euro pelo Banco Central Europeu (BCE) nesta manhã, conforme o esperado.
Agora, investidores avaliam dados de emprego dos Estados Unidos. Na quarta-feira (4), indicadores de atividade fracos elevaram apostas na quantidade de reduções dos juros americanos. “O foco global continua nas negociações comerciais e na tramitação do Orçamento de Trump no Senado norte-americano”, cita a Monte Bravo em relatório, lembrando que ontem uma série de dados mais fracos nos EUA derrubou os juros e pressionou o dólar.
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A expectativa de alta do Índice Bovespa no pregão desta quinta-feira esbarra na queda de 0,14% do minério de ferro em Dalian e da agenda econômica hoje esvaziada de indicadores no Brasil.
Outro inibidor de uma valorização firme e forte do índice da Bolsa hoje são as incertezas relacionadas ao aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF).
No mercado de câmbio, o dólar hoje abriu em queda de 0,22%, a R$ 5,6332, em sintonia com os sinais moderados e distintos da moeda norte-americana ante pares fortes e dos Treasuries (títulos da dívida estadunidense). Às 10h10 (de Brasília), a moeda recuava 0,81%, a R$ 5,5997.
Destaques econômicos no Ibovespa hoje
Cenário internacional: Fed, BCE e os reflexos nos ativos
Os índices de ações do Ocidente operam com fôlego curto. Investidores aguardam dados dos EUA sobre o mercado de trabalho e o comércio externo, além de comentários de autoridades do Fed, que está sob constante pressão do presidente Donald Trump para voltar a cortar juros.
Na quarta-feira (4), as bolsas americanas fecharam com sinais divergentes e próximos da estabilidade, em meio a dados econômicos fracos que alimentam preocupações sobre os impactos da política comercial do governo do atual presidente republicano.
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O juro da T-Note (Treasury Notes, títulos emitidos pelo Departamento do Tesouro dos EUA) de dois anos sobe levemente, enquanto os demais rendimentos cedem com indicadores sugerindo cortes de juros pelo Fed neste ano.
Na Europa, as bolsas de valores tentam dar sequência a recentes ganhos e o euro avança moderadamente ante o dólar hoje, enquanto investidores digerem corte de juros na Europa pelo BCE, em um momento em que a inflação ao consumidor da zona do euro desacelerou para nível abaixo da meta oficial de 2%. Nesta quinta-feira, o Índice de Preços ao Produtor (PPI) da zona do euro subiu 0,7% na comparação anual de abril, ficando abaixo do esperado (0,9%).
Na Ásia, as bolsas fecharam sem direção única.
Juros do BCE
O BCE cortou suas principais taxas de juros em 25 pontos-base, após concluir reunião de política monetária nesta quinta-feira, à medida que a inflação da zona do euro desacelerou para nível inferior à meta oficial e em meio a persistentes temores sobre os efeitos da política tarifária do governo Trump na atividade econômica. Desta forma, a taxa de depósito foi reduzida de 2,25% a 2%, a de refinanciamento, de 2,40% a 2,15%, e a de empréstimos, de 2,65% a 2,40%.
Dados de emprego americanos
Nesta manhã, saíram a balança comercial e os pedidos de auxílio-desemprego dos EUA. O déficit comercial americano caiu a US$ 61,62 bilhões em abril, menor do que a previsão média de analistas, de US$ 67,5 bilhões. Já o número de pedidos de auxílio-desemprego nos Estados Unidos subiu 8 mil, a 247 mil, vindo acima do esperado.
Pesquisa Genial/Quaest sobre governo brasileiro
Pesquisa do instituto Genial/Quaest divulgada nesta quinta-feira aponta que 66% dos eleitores desaprovam a ideia de uma candidatura do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) a um quarto mandato em 2026. Comparada com a pesquisa anterior do instituto, divulgada em março, houve um crescimento de quatro pontos porcentuais.
O maior opositor de Lula é o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que está inelegível até 2030 após reveses no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Para 65%, ele deve abrir mão da pretensão ao Planalto. Outros 26% apoiam a sua candidatura, mesmo inelegível no momento. Os que não sabem e não responderam somam 9%.
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Em relação ao governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), a pesquisa mostra um empate em um eventual cenário de segundo turno. O petista tem 41%, enquanto o republicano aparece com 40%. Outros 14% disseram que vão votar em branco ou nulo e 5% estão indecisos.
A Genial/Quaest ouviu 2.004 entrevistados entre os dias 29 de maio e 1º de junho. A margem de erro é de dois pontos porcentuais e o índice de confiabilidade é de 95%.
Vale e Petrobras: como as ações reagem às commodities
O petróleo sobe após perdas na véspera, quando circulou notícia de que a Arábia Saudita é a favor de que a Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+) siga aumentando sua oferta de maneira acelerada. Nesta manhã, o barril do petróleo WTI para julho avançava 0,41%, enquanto o do Brent para agosto subia 0,46%.
Entre as commodities hoje, o minério de ferro no mercado futuro da Dalian Commodity Exchange, na China, para setembro de 2025, fechou em queda de 0,14%, cotado a 701 yuans por tonelada, o equivalente a US$ 97,55.
Os American Depositary Receipts (ADRs, recibos que permitem que investidores consigam comprar nos EUA ações de firmas não americanas) da Vale (VALE3) avançam 0,86% no pré-mercado de Nova York nesta manhã. Já os ADRs da Petrobras (PETR3; PETR4) subiam 0,72%.
Aumento do IOF
O Ibovespa hoje deve continuar atento a eventuais novidades sobre as medidas alternativas ao aumento do IOF. São sete as principais propostas sobre as quais a equipe econômica trabalha como alternativas para conter a escalada dos gastos públicos e compensar um eventual recuo da proposta integral de aumentar as alíquotas do imposto, passando por benefícios fiscais a sites de apostas esportivas (bets).
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*Com informações de Sergio Caldas, Isabella Pugliese Vellani e Silvana Rocha, do Broadcast
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Esta notícia foi originalmente publicada em:
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Autor: Camilly Rosaboni