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Japão registra menos de 700 mil nascimentos em 2024 e encara “emergência silenciosa”

Japão registra menos de 700 mil nascimentos em 2024 e encara “emergência silenciosa”

Pela primeira vez desde o início das estatísticas, em 1899, o Japão registrou menos de 700 mil nascimentos em um único ano. O número, divulgado pelo governo nesta quarta-feira (4), reacende o alerta sobre a grave crise demográfica no país. Em 2024, foram registrados 686.061 nascimentos, uma queda de 41 mil em relação ao ano anterior.

O primeiro-ministro japonês, Shigeru Ishiba, classificou o cenário como uma ‘emergência silenciosa’. Ele anunciou que o governo adotará medidas como maior flexibilidade no mercado de trabalho e incentivos às famílias para tentar frear o declínio populacional.

Envelhecimento acelerado e risco fiscal

Enquanto os nascimentos caem, os óbitos aumentam. Em 2024, o Japão registrou 1,6 milhão de mortes, mais que o dobro do número de nascimentos. A taxa de fecundidade caiu para um recorde de 1,15 filho por mulher, abaixo do nível de reposição populacional, que é de 2,1.

Essa tendência pressiona o sistema de seguridade social, o mercado de trabalho e a produtividade do país, cuja população total é de cerca de 124 milhões de habitantes. Com o aumento contínuo da parcela de idosos, mais de 20 mil localidades no arquipélago já têm maioria de moradores com mais de 65 anos, segundo o Ministério do Interior.

A situação ameaça a sustentabilidade dos sistemas públicos de saúde, aposentadoria e seguro-saúde, exigindo reformas profundas e urgentes.

Comparações internacionais

A crise demográfica não é exclusiva do Japão, mas seu ritmo é mais intenso.

A França, por exemplo, também enfrentou queda na natalidade: foram 663 mil nascimentos em 2024, uma retração de 2,2%. Contudo, o país europeu tem menos da metade da população japonesa (68,6 milhões) e uma taxa de fecundidade maior, em torno de 1,8.

No Brasil, o número de nascimentos também caiu pelo quinto ano consecutivo, chegando a 2,52 milhões em 2023, o menor patamar desde 1976, segundo o IBGE. Com 213 milhões de habitantes, o país ainda mantém um número absoluto mais alto, mas a tendência de queda já preocupa especialistas em políticas públicas.

Mudança de mentalidade

Analistas apontam que o Japão vive os efeitos de décadas de fatores combinados: alto custo de vida e educação, estagnação econômica, mercado de trabalho rígido e mudanças nos valores sociais, que desestimulam os jovens a formar famílias.

Para reverter o quadro, o governo tenta fomentar a revitalização das áreas rurais e criar um ambiente mais favorável à conciliação entre trabalho e vida pessoal. No entanto, sem uma política coordenada e de longo prazo, o país pode entrar em uma trajetória de declínio populacional irreversível, com sérias consequências econômicas.

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Esta notícia foi originalmente publicada em:
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Autor: Marina Verenicz

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