BBI vê Brava (BRAV3) preparada para nova fase de eficiência e retorno ao acionista


Embora o desempenho das ações da Brava (BRAV3) ainda deva seguir altamente dependente dos preços do petróleo, o Bradesco BBI avaliou que a mensagem transmitida na reunião com representantes dos acionistas de referência da petroleira, que juntos detêm cerca de 27% do capital da companhia, foi positiva e tende a repercutir bem no mercado à medida que o acordo de acionistas for assinado e a companhia passe a gerar fluxo de caixa livre para o acionista (FCFE) nos próximos trimestres.
O banco também destacou como acertado o foco da firma nos métodos de recuperação terciária, especialmente diante dos crescentes cortes de água na Bacia Potiguar — um dos riscos operacionais já sinalizados pelo mercado.

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O banco destacou, ainda, que tem uma visão mais neutra sobre o Brasil em relação ao restante da América Latina.
Participaram do encontro o conselheiro Matheus Tessler (representando a Jive), o conselheiro Halvard Idland (representando a Maha), o conselheiro Richard Kovacs (representando a EBrasil) e Gustavo Queiroz Galvão, responsável pelos investimentos da família no setor de óleo e gás.
Conforme já divulgado, no dia 24 de junho os acionistas votarão a proposta de remoção da cláusula de poison pill, que exige uma oferta pública a todos os acionistas caso um investidor adquira participação superior a 25%.
Para o BBI, esse evento simboliza uma transição importante para a Brava, marcando a saída de uma fase de desrisco de grandes ativos para um novo ciclo com projetos menos complexos, maior foco em retorno aos acionistas e melhorias na governança. A reunião reforçou, na visão do banco, o alinhamento estratégico entre os principais acionistas e a companhia, o que deve culminar na assinatura de um acordo de acionistas após 24 de junho de 2025.
Governança
O BBI destaca que os acionistas estão alinhados para formalizar um acordo com foco em projetos mais simples, desalavancagem e retorno ao acionista. No curto prazo, a meta é gerar FCFE, mas, no longo, a gestão deve adotar métricas de retorno sobre capital investido (ROIC). A data de assinatura do acordo e eventuais restrições à negociação de ações ainda não foram divulgadas.
Menor complexidade e maior retorno
O BBI avalia que a Brava está concluindo um ciclo de desrisco dos seus principais ativos. O campo de Atlanta vem aumentando sua produção, com expectativa de atingir um pico de 50 mil barris por dia (kbpd) até meados de 2025, enquanto Papa-Terra tem mantido a produção estável em torno de 18 kbpd. A companhia enxerga uma capacidade instalada de produção próxima a 100 mil barris de óleo equivalente por dia (kboepd). Os conselheiros se mostram otimistas com a entrega de projetos internos que devem gerar ganhos de eficiência e retorno, como:
- Corte nas despesas administrativas (G&A), incluindo a recente redução de 5% na alta gestão;
- Racionalização de poços terrestres e
- Parcerias com operadores onshore;
O banco ressalta que, embora esses métodos aumentem o custo operacional, eles tendem a reduzir o capex e os níveis de corte de água, além de elevar os fatores de recuperação em 5% a 10%. As metas mínimas de ROIC são de 15% para projetos onshore e 20% para offshore. Idealmente, os acionistas esperam que o ROIC consolidado evolua dos atuais 12% para 25% no longo prazo.
Dividendo-base no próximo ano
O BBI avalia que o foco na distribuição de dividendos não deve comprometer o futuro da Brava, já que os acionistas preveem um capex mais baixo, sustentado por ganhos de eficiência e tecnologias como a recuperação terciária.
A gestão de passivos e a venda de ativos não estratégicos também devem avançar para reduzir o custo da dívida e fortalecer o FCFE. A introdução de um dividendo-base a partir do próximo ano é vista como provável, com potencial de crescimento gradual, dependendo do preço do Brent.
O BBI manteve recomendação outperform (desempenho acima da média do mercado, equivalente à compra) e preço-alvo de R$ 26.
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Autor: Felipe Moreira