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Fatias do pré-sal fora dos contratos podem virar ouro em novo leilão bilionário

Fatias do pré-sal fora dos contratos podem virar ouro em novo leilão bilionário

O governo federal avança com os planos para uma nova rodada de licitação envolvendo excedentes de petróleo da União em áreas do pré-sal ainda não contratadas nos campos de Tupi, Mero e Atapu.

A iniciativa ganhou novo impulso após a publicação do Projeto de Lei 2632/2025, em 28 de maio deste ano, que prevê a autorização do Congresso Nacional para a realização do leilão. A proposta está em análise na Câmara dos Deputados e precisa ser votada até o dia 13 de julho.

Segundo relatório do Itaú BBA, a licitação incluirá porções marginais dos reservatórios que se estendem para além das delimitações geográficas dos contratos vigentes, representando 0,55% do campo de Tupi, 3,5% de Mero e 0,95% de Atapu. A Pré-sal Petróleo S.A. (PPSA), estatal responsável pela gestão dos contratos de partilha de produção, ficará encarregada da elaboração do edital, com definição de preços mínimos e modelo de contratação.

Analistas do Itaú BBA elaboraram um estudo para estimar o valor potencial da operação. Com base em um modelo monetário simplificado e dados de produção do primeiro trimestre deste ano, o relatório estima que o volume extraído exclusivamente dessas áreas não contratadas teria alcançado aproximadamente 21 mil barris por dia. A produção total dos três campos somou 1,44 milhão de barris por dia no período.

Com premissas de Brent a US$ 65 por barril, taxa de câmbio de R$ 5,50 por dólar e taxa de desconto real em dólar de 10% ao ano, a estimativa inicial do banco é que os ativos possam alcançar até R$ 10 bilhões em valor. Se adotado o regime de partilha de produção, os valores arrecadados pela União incluiriam tanto um bônus de assinatura inicial quanto repasses periódicos de óleo-lucro.

Tomando como referência os percentuais já praticados nos contratos existentes — 41,7% para Mero e 31,7% para Atapu, o Itaú BBA calcula que o valor presente líquido dessas áreas seria de aproximadamente R$ 6 bilhões. A ausência de definição sobre o regime contratual a ser utilizado mantém em aberto a forma como a União estabelecerá a relação entre bônus de assinatura e participação no óleo-lucro.

Petrobras no radar

A Petrobras (PETR4) surge como candidata natural à participação no leilão, já que opera os três campos e possui participações de 67% em Tupi, 39% em Mero e 66% em Atapu. Atualmente, cinco outras companhias integram os consórcios desses campos. Caso os atuais parceiros mantenham proporções semelhantes às que já detêm, o Itaú BBA projeta que a Petrobras ficaria responsável por algo entre 45% e 50% do bônus de assinatura combinado nas três áreas.

A publicação do edital ainda não ocorreu, e os analistas lembram que várias incertezas permanecem. Uma das principais diz respeito à definição do regime jurídico e contratual sob o qual o leilão será realizado. A escolha entre concessão e partilha altera substancialmente o fluxo de receitas para a União, bem como o interesse potencial por parte das operadoras.

Para reduzir a margem de incerteza nos cálculos, o Itaú BBA desenvolveu análises de sensibilidade considerando diferentes premissas para o preço do petróleo, câmbio e taxa de desconto. O modelo também permite simular variações na exigência de percentual mínimo de óleo-lucro para a União, uma variável que pode ser ajustada conforme o valor exigido de bônus de assinatura.

O movimento ocorre em um momento em que o governo busca formas de reforçar a arrecadação sem elevar impostos, ao mesmo tempo em que firmas do setor demonstram interesse renovado por ativos com perfil produtivo já conhecido. A proximidade dos ativos com infraestruturas existentes nos campos de Tupi, Mero e Atapu também reduz barreiras operacionais e favorece o interesse do mercado.

A definição sobre o modelo de contrato, os parâmetros de preços e a forma de participação da União, diz o banco, será decisiva para a atratividade do leilão. Segundo os analistas do Itaú BBA, a existência de consórcios já operacionais e com infraestrutura consolidada cria uma base favorável à entrada de ofertas competitivas, desde que os termos sejam tecnicamente e economicamente viáveis para os investidores.

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Esta notícia foi originalmente publicada em:
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Autor: murilomelo

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