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Estresse passageiro? Morgan lista 3 fatores de otimismo com a bolsa apesar da guerra

Estresse passageiro? Morgan lista 3 fatores de otimismo com a bolsa apesar da guerra

Apesar da intensificação do conflito entre Estados Unidos e Israel contra o Irã após o ataque americano contra bases nucleares iranianas no fim de semana, e da tragédia humanitária trazida por mais uma guerra, o Morgan Stanley tem uma boa notícia para os investidores: sua visão positiva para Wall Street não mudou, ao menos por enquanto.

Em relatório publicado nesta segunda-feira (23), o banco sustenta que, apesar das preocupações de operadores com o preço do petróleo, que voltou a subir após breve recuo nesta segunda, há fatores históricos que levam a crer que o impacto pode não perdurar. Além disso, sinais da economia americana dão ensejo a um momento de recuperação.

Confira a seguir os três fatores que, na análise da casa, sustentam o otimismo com as bolsas — mesmo diante de um cenário geopolítico instável.

1. Histórico

Historicamente, o índice S&P 500 registrou ganhos médios de 2%, 3% e 9% nos períodos de um, três e doze meses após eventos de risco geopolítico. Para que o cenário atual represente uma ameaça real ao ciclo econômico, os preços do petróleo teriam de subir mais de 75% na comparação anual — algo que, segundo os analistas, exigiria uma interrupção sustentada no fornecimento pelo Estreito de Ormuz, o que não é esperado no momento.

“O risco está mais relacionado ao petróleo do que ao conflito em si”, apontou o relatório. Mesmo após ter subido diante da escalada do conflito, o preço do petróleo registrava variação negativa ano contra ano até semana passada, o que reduz o potencial inflacionário do choque.

Evento Data de Início 1 Dia 1 Semana 1 Mês 3 Meses 12 Meses
Média 0.20% 0,60% 2,00% 3,20%  9,00%
Mediana 0.10% 0,80% 2,80% 4,10%  11,40%
Guerra da Coreia 6/25/1950 -1,10% -2,60% -4,60% 7,20% 17,60%
Guerra do Vietnã 11/1/1955 0,20% 5,50% 7,30% 3,60% 9,70%
Crise de Suez 10/29/1956 -0,10% 2,60% -4,20% -4,10% -12,90%
Crise do Líbano de 1958 7/15/1958 0,30% 2,90% 6,20% 13,60% 32,00%
Crise dos Mísseis de Cuba 10/16/1962 -0,30% -6,30% 5,10% 14,10% 26,80%
Guerra Indo-Paquistanesa 8/5/1965 0,30% 0,70% 3,00% 7,80% -2,20%
Guerra dos Seis Dias 6/5/1967 2,00% 4,10% 3,30% 6,50% 13,10%
Guerra Árabe-Israelense 10/6/1973 -0,10% -0,20% -4,00% -11% -41,10%
Queda / Libertação de Saigon 4/30/1975 0,90% 2,00% 4,40% 1,80% 17,00%
Crise dos Reféns no Irã 11/4/1979 -0,60% 1,70% 5,35% 12,30% 26,70%
Guerra Soviético-Afegã 12/24/1979 0,10% 0,30% 5,40% -7,80% 26,10%
Guerra Irã-Iraque 9/22/1980 -0,70% -5,30% 1,20% 4,10% -10,10%
Força Multinacional no Líbano 8/25/1982 0,80% 0,60% 4,90% 13,90% 37,10%
Bombardeio dos EUA à Líbia (1986) 4/15/1986 1,90% 2,00% -1,40% -1,70% 17,40%
Invasão dos EUA ao Panamá 12/20/1989 0,60% 1,70% -1,10% -0,90% -3,70%
Guerra do Golfo 8/2/1990 -1,90% -3,30% -8,10% -12,60% 10,10%
Conflito nas Zonas de Exclusão Aérea do Iraque 3/1/1991 -0,30% 1,20% 2,40% 5,20% 11,40%
Guerra da Croácia 3/31/1991 2,20% 2,00% 2,40% 1,80% 8,50%
Guerra da Bósnia 4/6/1992 -1,90% 0,10% 2,80% 2% 9,00%
Guerra do Kosovo 2/28/1998 -0,40% 0,40% 5,80% 4,10% 18,00%
Guerra do Afeganistão 10/7/2001 -0,50% 2,60% 5,00% 9,60% -26,10%
Guerra do Iraque 3/20/2003 2,30% -0,80% 1,90% 13,60% 28,20%
Invasão Russa à Ucrânia 2/20/2022 -1,00% 0,80% 2,60% -9,80% -6,20%

Fonte: Morgan Stanley Wealth Management Global Investment Office e Bloomberg

2. Negócios vão bem

Além disso, a visão otimista se apoia em fundamentos econômicos. A equipe liderada por Michael Wilson projeta crescimento de dois dígitos nos lucros por ação (EPS) até o primeiro semestre de 2026, impulsionado por alavancagem operacional positiva — com as receitas crescendo mais que os custos operacionais e administrativos — e pela fraqueza do dólar, que favorece firmas com receitas internacionais, majoritárias no S&P 500.

3. Ambiente macro já foi pior

O Morgan também vê o atual contexto monetário como favorável às ações. Embora o Federal Reserve adote uma postura cautelosa, a expectativa do banco é de sete cortes de juros em 2026, com possibilidade de início já em julho deste ano, conforme sinalização recente do diretor Christopher Waller.

Onde investir: large caps e energia

A recomendação do banco segue com preferência por ações de grande capitalização, como as do S&P 500, frente às de menor porte, do Russell 2000, que são menos eficientes e mais expostas ao mercado doméstico.

A exposição setorial também foi ajustada como proteção ao atual ambiente: o banco mantém posição overweight (equivalente a compra) em energia e underweight (equivalente a venda) em bens de consumo, mitigando os efeitos de possíveis altas no petróleo.

“Salvo uma alta sustentada e significativa nos preços do petróleo, os recentes eventos não alteram nossa visão construtiva para ações nos próximos 6 a 12 meses”, conclui o relatório.

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Autor: Paulo Barros

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