Banco Central acredita que o impacto dos juros altos ainda está por vir
O Banco Central do Brasil informou que interromperá seu ciclo de alta de juros para observar os efeitos do aperto monetário sobre a inflação acima da meta, enfatizando que grande parte do impacto ainda está por vir.
O ciclo de aperto aplicado até este momento foi particularmente rápido e firme, escreveram os membros do Conselho, liderados por Gabriel Galipolo, na ata de sua mais recente decisão na últia quarta-feira (18), quando elevaram a taxa básica de juros (Selic) em 0,25 ponto percentual, indo para 15%.
Os membros do Conselho não hesitarão em aumentar as taxas novamente, se necessário. “O Comitê enfatiza que permanecerá vigilante, que futuras medidas de política monetária podem ser ajustadas e que não hesitará em prosseguir com o ciclo de alta de juros, se apropriado”, escreveram os membros do Banco Central no documento publicado nesta terça-feira (24).
“A principal conclusão obtida e compartilhada por todos os membros do Copom foi que, em um ambiente de expectativas desancoradas – como o atual – uma maior restrição monetária é necessária por um período mais longo do que seria apropriado de outra forma”, escreveram.
De setembro para cá, o Banco Central aumentou os custos dos empréstimos em 4,5 pontos percentuais, já que fatores como gastos públicos e baixo desemprego mantiveram a inflação acima da meta de 3%. Ainda assim, há sinais de que a maior economia da América Latina está começando a esfriar. A atividade geral cresceu apenas 0,16% em abril, enquanto o varejo caiu no mês.
Economia em resiliência
A economia brasileira tem demonstrado resiliência, o que complica os esforços do banco central para trazer a inflação de volta à meta, escreveram as autoridades. Ao mesmo tempo, há sinais de desaceleração em áreas-chave, como o mercado de crédito. “O crédito bancário tem apresentado inflexão, com aumento das taxas de juros e menor apetite ao risco na oferta de crédito”, escreveram.
Os membros do conselho também alertaram sobre uma perspectiva global adversa devido a tensões geopolíticas e comerciais. As autoridades monetárias obtiveram alguma ajuda no combate à inflação com a valorização de mais de 12% do real até agora neste ano.
Ainda assim, eles preveem apenas uma desaceleração da inflação do nível atual de 5,32% para 4,9% em 2025 e 3,6% em 2026, de acordo com estimativas publicadas na semana passada. Economistas consultados pelo Banco Central preveem um crescimento dos preços acima da meta até 2028.
A diretoria do Banco Central também monitora as consequências da política fiscal do presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobre a inflação. Os mercados monetários temem que o governo aumente os gastos públicos antes das eleições de 2026, o que faz com que as expectativas de preços ao consumidor permaneçam incertas.
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Esta notícia foi originalmente publicada em:
Fonte original
Autor: Bloomberg