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Dividendos gordos e ações baratas: veja 16 oportunidades no radar

A Bolsa de Valores brasileira está ‘bipolar’, um dia sobe diante de sinais de otimismo e recuperação dos mercados ou puxada pelo fluxo estrangeiro. E no outro desce, encarando volatilidade com risco fiscal, juros elevados, conflitos geopolíticos e guerras. Há quem seja otimista e veja o Ibovespa, principal índice da B3, chegando até 147 mil pontos em dezembro e 165 mil nos próximos 12 meses. A grande verdade é que a Bolsa não está super barata, como o investidor de dividendos gostaria, mas ainda há muitas ações descontadas e precificadas abaixo do que deveriam.

Victor Bueno, sócio e analista da Nord Research, explica que pelo seu histórico, a Bolsa brasileira geralmente negocia a cerca de 15 vezes o indicador preço sobre lucro (P/L). Atualmente, está no patamar de 9,98 vezes. Desta forma, para voltar para a média histórica haveria espaço de uma alta de quase 50% no índice. Até o momento, no acumulado de 2025, o Ibovespa já valorizou 15,43%. Enquanto em junho o índice avançou 1,32%, segundo dados da Elos Ayta Consultoria.

“Mas se houver um movimento otimista por parte dos investidores, a alta pode superar este patamar”, observa o analista. Contudo, o índice Ibovespa nem sempre representa uma realidade que reflete em toda a Bolsa, afinal há firmas com fundamentos bons e também ruins neste grupo.

No caso das firmas de dividendos, conhecidas por serem resilientes e portos seguros em cenários ruins da economia e mercado, há ações que já se valorizaram pela procura dos investidores, principalmente institucionais. O Índice de Dividendos, por exemplo, teve um desempenho interessante nos últimos meses. Nos cálculos da Elos Ayta, em 2025, os ganhos acumulados do IDIV são de 13,66% e em junho, de 1,71%.

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Isso torna a tarefa de encontrar ações boas pagadoras de dividendos e baratas mais difícil, mas não impossível. Como tudo na vida, uma dose de equilíbrio é interessante, comprar boas firmas por um preço razoável e com potencial de entregar bons proventos.

É por este motivo que o E-investidor conversou com 10 analistas para chegar a uma lista de 16 ações que estão baratas e precificadas abaixo do que realmente deveriam custar. Independentemente se os juros vão estagnar ou parar de subir, com estes papéis daria para ter um dividend yield (retorno em dividendos) de até 15%.

Foram selecionados papéis indicados pelos analistas que tenham no mínimo 6% de dividend yield, métrica utilizada por megainvestidores como Luiz Barsi Filho e Décio Bazin.

Os analistas também sinalizaram o preço-teto ou máximo de compra para garantir bons dividendos e ainda ter espaço para valorização. Veja abaixo as indicações:

Ação Dividend yield próximos 12 meses Preço-teto de compra Quem recomenda Tipo de ação
Petrobras (PETR4) 10% até 15% R$ 42 Terra Investimentos, Andbank, MSX Invest Blue Chips
Banco do Brasil (BBAS3) 9% R$ 28 Terra Investimentos, Andbank, MSX Invest Blue Chips
Marcopolo (POMO4) 6% até 9% R$ 8,50 até R$ 9 Terra Investimentos, MSX Invest Small Cap
BB Seguridade (BBSE3) 10% até 11,48% R$ 38 até R$ 40 Vida de Acionista, GuiaInvest Blue Chips
CSN Mineração (CMIN3) 10,93% até 13% R$ 5,50 até R$ 6,50 Vida de Acionista, Descomplica Investimentos Midcap
Lavvi (LAVV3) 10% até 12% R$ 12,00 até R$ 15 Hub do Investidor, Blue3 Research Small Cap
Klabin (KLBN11) 6% até 7% R$ 21,50 Terra Investimentos Midcap
BR Partners (BRBI11) 10% R$ 16,50 Hub do Investidor Small Cap
Kepler Weber (KEPL3) 8% R$ 10 Nord Research Small Cap
Petroreconcavo (RECV3) 10% R$ 19 Nord Research Small Cap
Unipar (UNIP6) 6% R$ 65 Ticker Research Small Cap
Dexxos (DEXP3) 8% R$ 11 Ticker Research Small Cap
Eztec (EZTC3) 10,35% R$ 15,70 Descomplica Investimentos Small Cap
Moura Dubeux (MDNE3) 8% R$ 25 Blue3 Research Small Cap
Cury (CURY3) 7% até 7,5% R$ 34 Blue3 Research Small Cap
Banco ABC (ABCB4) 8% R$ 22 GuiaInvest Small Cap

Fonte: levantamento E-Investidor com analistas
Preço-teto: preço máximo indicada para compra da ação, para garantir bons dividendos e valorização

Como saber se o barato não vai custar caro?

Geralmente analistas determinam se uma ação está cara ou barata pelos múltiplos, seja o indicador preço sobre lucro (P/L) ou EV Ebitda, que mede a valorização diante do potencial de geração de caixa.

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O problema de olhar apenas esses dados é que podemos não ter uma dimensão se o mercado está precificando corretamente uma firma, de acordo com os seus fundamentos, o que nos torna mais suscetíveis a armadilhas de valor.

Bueno explica que ao olhar apenas múltiplos, o investidor está olhando o histórico da firma em um passado recente, contudo, não é garantia de que isso vai se replicar no futuro. “É importante ter cuidado para não comprar uma ação que parece barata, mas não é necessariamente um bom investimento”, diz.

Para Jayme Simão, sócio-fundador do Hub do Investidor, há diferenças claras entre uma ação barata e uma precificada abaixo do que merece. A ação barata, na visão dele, está sendo negociada abaixo do seu valor intrínseco, ou seja, abaixo do que ela realmente vale. Mas isso não diz nada sobre a qualidade da companhia.

Uma ação precificada abaixo do que deveria tem fluxos projetados que podem se concretizar, mas que o mercado não está precificando corretamente, seja por ineficiência, liquidez, excesso de pessimismo, entre outros.

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Mas o que observar para fugir de armadilhas? Os analistas aconselham seguir algumas orientações antes de comprar.

Regis Chinchila, head de research da Terra Investimentos, destaca que é importante observar a sustentabilidade dos lucros da firma escolhida, de preferência que sejam recorrentes. Além disso, é importante buscar firmas que geram caixa mesmo em períodos difíceis, com endividamento saudável, governança corporativa sólida e que protege acionistas minoritários e perspectivas setoriais interessantes.

Já no checklist, Marcos Duarte, analista e fundador da Descomplica Investimentos, aconselha observar se a firma tem dívidas altas no curto prazo ou está tomando dinheiro emprestado (debêntures e outros financiamentos) para operar, o que pode reduzir a saúde financeira da companhia. Importante ainda, segundo ele, olhar para o crescimento, se a firma está crescendo, parada ou diminuindo e quais são suas perspectivas futuras diante desse cenário.

Simão acrescenta ainda que é melhor evitar firmas cujo desconto seja reflexo de risco excessivo ou deterioração estrutural de fundamentos. “A combinação ideal é: preço atrativo, fundamentos sólidos e capacidade comprovada de gerar valor no tempo”, afirma.

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Esta notícia foi originalmente publicada em:
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Autor: Katherine Rivas

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