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Mais etanol na gasolina: quais empresas da Bolsa ganham mais com a nova “mistura”?

Mais etanol na gasolina: quais empresas da Bolsa ganham mais com a nova “mistura”?

O Ministério de Minas e Energia do Brasil aprovou, na quarta-feira (25), o aumento da mistura obrigatória de etanol na gasolina de 27% para 30% (E30), com vigência a partir de agosto de 2025. Na mesma decisão, também foi elevado de 14% para 15% (B15) o percentual de biodiesel no diesel fóssil, mudança que entra em vigor na mesma data.

Segundo avaliação do Bradesco BBI, o aumento na mistura obrigatória de etanol e biodiesel era amplamente aguardado pelo mercado e deve funcionar como catalisador para os preços de ambas as commodities, ainda que a magnitude do impacto seja difícil de mensurar.

O BBI destaca que novos aumentos na mistura devem ser anunciados nos próximos anos, em linha com o projeto de lei “Combustível do Futuro”, aprovado em 2023, que prevê a elevação da mistura de biodiesel no diesel para 20% até 2030, e a de etanol na gasolina potencialmente para 35%.

Para o setor de Açúcar e Etanol, o BBI avalia que o E30 pode oferecer um estímulo adicional para que as usinas revertam o mix de produção a favor do etanol, após dois anos priorizando o açúcar. A instituição observa que isso tende a melhorar as perspectivas para os preços do açúcar, que também devem ser sustentados por uma provável safra de cana mais fraca na região Centro-Oeste.

No entanto, o BBI aponta que os preços atuais do açúcar estão abaixo dos custos de produção no Brasil, e o etanol tampouco oferece margens expressivas, devido ao limite imposto pela paridade de 70% com a gasolina. Nesse contexto, a instituição entende que ainda pairam riscos de revisão para baixo de lucros para São Martinho (SMTO3) e Jalles Machado (JALL3), o que tende a limitar os gatilhos de curto prazo. No médio prazo, o BBI enxerga como risco a indexação mais próxima dos preços da gasolina no Brasil à paridade de exportação.

Com relação ao biodiesel, o Bradesco BBI considera a 3tentos (TTEN3) uma clara vencedora com a implementação do B15 já em agosto de 2025, o que deve acelerar a demanda e apoiar as margens. A instituição observa, contudo, que o biodiesel representa apenas uma fração das margens de moagem da indústria de soja da companhia, e que estas vêm apresentando enfraquecimento. Assim, ainda não vê espaço para aumentos nos lucros neste ano, mas entende que a maior mistura deve ao menos ancorar as expectativas e representa um evento relevante de redução de risco em relação à continuidade do programa “Combustível do Futuro” por parte do governo.

À medida que o segundo semestre de 2025 se aproxima, o BBI acredita que os investidores devem voltar suas atenções para os números projetados para 2026, quando enxerga o verdadeiro crescimento da companhia, traduzido em um múltiplo Preço/Lucro estimado de 7,3 vezes. A 3tentos segue como a principal escolha do BBI no setor de Agronegócio.

Para o Itaú BBA, o anúncio é estruturalmente positivo para o setor de biocombustíveis e beneficia diretamente firmas sob sua cobertura, como 3tentos, São Martinho e Adecoagro. A medida reforça o compromisso do governo com os combustíveis renováveis, apoia o crescimento da demanda por biodiesel e etanol, contribui para absorver o aumento da oferta e amplia a visibilidade para os produtores.

O Itaú BBA avalia que a implementação do B15 na segunda metade de 2025 pode elevar a demanda por biodiesel em 3,1%, equivalente a cerca de 300 milhões de litros, ajudando a sustentar o setor e reduzir preocupações com margens pressionadas. A queda nos preços do biodiesel desde fevereiro também pode favorecer novos aumentos na mistura e maior adesão às metas.

Já o aumento da mistura de etanol para 30% é visto como positivo para equilibrar o mercado, especialmente diante da expansão do etanol de milho no Centro-Oeste. O banco destaca que essa mudança pode ajudar a reduzir a sobreoferta regional e melhorar a distribuição nacional.

O Morgan Stanley também aponta que esta nova política de combustíveis era de certa forma esperada e, neste momento, deve ter impacto limitado em suas estimativas para São Martinho, Adecoagro e SLC (SLCE3).

“Acreditamos que a potencial recuperação do preço do etanol ainda seja limitada pelo excesso de capacidade de oferta. Embora os baixos preços atuais do açúcar (US$ 16) ainda representem um risco maior para nossas estimativas, a medida pode ajudar a trazer o mercado de açúcar de volta à nossa projeção”, avalia o banco americano.

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Autor: Felipe Moreira

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