“Trump Always Chickens Out”: a sigla que irrita presidente dos EUA (e anima o Brasil)


O que começou como um meme nas redes sociais e uma ironia entre analistas de Wall Street virou mais um ingrediente na instabilidade das relações comerciais internacionais.
A sigla TACO — abreviação de Trump Always Chickens Out (“Trump sempre amarela”) — ganhou destaque em maio ao provocar a irritação do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
Criada para ironizar os recuos frequentes de Trump após anunciar tarifas comerciais agressivas, a expressão reapareceu em meio às incertezas sobre a política externa norte-americana.
Durante entrevista na Casa Branca, uma repórter citou o termo, provocando reação irritada do presidente: “Eu ‘amarelo’? Nunca ouvi isso”, respondeu Trump. “Você chama isso de amarelar? Isso é negociação.”
Apesar do tom de desdém, a tensão cresceu nos mercados. A ameaça de Trump contra o Brasil — desta vez acompanhada de carta oficial enviada ao presidente Lula — derrubou a Bolsa brasileira e impulsionou o dólar acima de R$ 5,60, com analistas temendo perda de competitividade em setores estratégicos como aço, alumínio, automóveis e bens industriais.
Do meme à turbulência econômica
A sigla TACO apareceu pela primeira vez em colunas do Financial Times e em relatórios do Saxo Bank, para descrever o comportamento errático de Trump diante de decisões tarifárias. Em abril e maio, ele chegou a anunciar sanções contra dezenas de países e recuou dias depois, alegando “pedidos de negociação”.
O padrão se repetiu com a União Europeia, ameaçada com tarifas de 50% a partir de 1º de junho. Após críticas e queda nas bolsas, Trump adiou a medida para julho. Em seu discurso, responsabilizou a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, por solicitar mais tempo.
Agora, o Brasil vira protagonista do novo capítulo do “tarifaço”. Ao contrário da maioria dos países afetados anteriormente, o Brasil tem déficit comercial com os EUA, o que torna a sobretaxa ainda mais severa.
“Tarifa Bolsonaro” e guerra de narrativas
O governo brasileiro avalia que a medida tem motivação política, em especial pela aproximação do país com o Brics e pelo julgamento de Jair Bolsonaro no STF — tema que Trump tratou como “perseguição”. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que “o Brasil não aceitará ser tutelado por ninguém” e que medidas unilaterais serão enfrentadas com base na Lei da Reciprocidade Econômica, sancionada em abril.
Enquanto a esquerda tenta transformar a crise em símbolo de soberania nacional, aliados de Jair Bolsonaro acusam o governo Lula de inação diplomática. O termo “Tarifa Bolsonaro”, popularizado nas redes, atribui o episódio à atuação de Eduardo Bolsonaro nos EUA, onde articulou com congressistas republicanos e pressionou por sanções ao STF.
Agora, o próprio Jair Bolsonaro avalia acionar Trump diretamente para tentar conter o desgaste político — movimento que traz riscos jurídicos e pode elevar a temperatura institucional com o STF, segundo analistas.
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Autor: Marina Verenicz