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Mercado põe pé no freio em semana marcada por ‘tarifaço’ de Trump

A segunda semana de julho foi marcada por um aumento da volatilidade no mercado monetário local, após o Brasil entrar na mira do presidente dos EUA, Donald Trump. Em um ataque direto ao país desde o começo do seu governo, o republicano elevou as tarifas comerciais para produtos brasileiros em 50% e os mercados prontamente reagiram: com os investidores adotando uma postura mais cautelosa, o Ibovespa caiu, enquanto o dólar e os contratos futuros de juros avançaram.

Hoje, o Ibovespa terminou a sessão em baixa de 0,41%, aos 136.187 pontos, enquanto o dólar subiu 0,10%, a R$ 5,548. No saldo da semana, o Ibovespa acumulou queda de 3,6%, pior desempenho para uma semana desde dezembro de 2022. Já o dólar avançou 2,3%.

E não é só o Brasil que vem sofrendo com as preocupações envolvendo o efeito das tarifas comerciais. Mesmo o mercado monetário americano precifica um maior nível de cuidado dos investidores, já que a economia dos EUA também pode sair prejudicada na queda de braço com outros países. Não à toa, os três principais índices do país – Nasdaq, S&P 500 e Dow Jones – terminaram a semana em queda, enquanto os juros das Treasuries, os títulos da dívida americana, subiram.

O desempenho do mercado brasileiro também foi pior do que a média dos mercados emergentes nesta semana. O ETF iShares MSCI Emerging Markets, fundo negociado em bolsa e que acompanha o desempenho dos países emergentes, acumulou uma queda de 1%.

Desde o começo do ano, Trump vem avançando no seu “tarifaço” contra diversos países, mas o Brasil havia navegado bem a tormenta, sem ser alvo de alíquotas severas – até agora. Com a investida direta do republicano, seguida de respostas também duras do presidente Lula, o mercado “precificou” algum risco para a economia brasileira. Embora todo o mercado tenha passado por um ajuste negativo, o reflexo foi mais forte em ações de firmas com relação comercial direta com os EUA, caso da Embraer. O papel da companhia caiu 11% na semana.

Apesar dos ânimos mais exaltados, o movimento do mercado sugere muito mais um cuidado dos investidores do que propriamente uma inversão de expectativas. Isso porque, embora negativo para o Brasil, o anúncio ainda é cercado por dúvidas sobre o seu real efeito econômico, sobretudo pela postura errática de Trump. Afinal, ora ele decide elevar o tom das ameaças, ora acaba voltando atrás e abrindo diálogo com os países.

Além disso, especialistas e porta-vozes do mercado reforçam que a briga tem muito mais um caráter político e especulativo, já que os ataques de Trump começaram direcionados à figura de Lula e em defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro. Com tudo isso, a leitura de gestores e economistas é de que o fluxo global de recursos para a bolsa brasileira e para o real ainda deve continuar, em linha com a procura dos investidores globais por alternativas fora dos EUA.

A visão dos agentes de mercado é que o “tarifaço” de Trump contra o Brasil terá efeito mais direto nos ativos locais à medida que o tema ganhe nova escala, principalmente se o governo optar pelo caminho da retaliação. Nesse caso, os mercados poderiam tentar antecipar os efeitos econômicos, como um aumento das pressões inflacionárias, com consequente demora para a esperada queda da taxa Selic. No momento, porém, a avaliação é de que o cenário ainda tem um caráter muito mais especulativo.

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Autor: Juliana Machado

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