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Basf acirra a briga no mercado de defensivos no Brasil

Basf acirra a briga no mercado de defensivos no Brasil

Depois de anunciar um investimento de 15 milhões de euros no Brasil e ampliar sua estrutura de formulações de defensivos agrícolas no Brasil, a Basf se prepara para acelerar os lançamentos e garantir espaço no concorrido mercado brasileiro.

A multinacional alemã elevou em 45% sua capacidade de produção do complexo de Guaratinguetá. Com seis fábricas dedicadas a defensivos agrícolas, a empresa pode produzir agora até 60 milhões de litros em formulações por ano.

O foco do investimento é o desenvolvimento de formulações de fungicidas tendo como base uma nova molécula, considerada a menina dos olhos da Basf, a Revysol. Os aportes foram concluídos em setembro de 2023 e o primeiro produto já tem sido utilizado na safra 2023/24.

Planta de formulações da BASF, em Guaratinguetá (Foto: Divulgação)

“A aceitação do produto foi boa e a performance tem sido muito boa. Conseguimos dobrar a capacidade de produção com essa tecnologia, o que vai nos permitir lançar novas fórmulas muito em breve”, disse Paulo Celso Mathias, diretor de operações e supply chain de soluções agrícolas da Basf para América Latina, ao IM Business.

O executivo reconhece que o investimento e os novos lançamentos vão reforçar a posição no segmento de fungicidas do Brasil. A categoria é a segunda maior no mercado de defensivos, com uma fatia de aproximadamente 25% do total. Os herbicidas lideram o mercado com 37%.

Segundo Mathias, o Brasil está na disputa com outros países para tentar receber uma nova fábrica de síntese de moléculas. Mais restritas e com atuação global, esse tipo de planta demanda investimentos ainda maiores e são pensados estrategicamente pelas empresas.

Hoje no Brasil, a Basf possui apenas uma fábrica de síntese de moléculas, onde produz o Boscalid, também em Guaratinguetá. “O tamanho do agro brasileiro justificaria trazer esse investimento para cá”, se resume a dizer Mathias.

A Basf tenta se posicionar e garantir espaço em um mercado que movimenta pouco mais de US$ 20 bilhões no Brasil, depois das ousadas jogadas das concorrentes na última década. Historicamente, seis multinacionais estrangeiras dominaram o mercado. Hoje, são apenas quatro.

Em 2015, as gigantes americanas Dow e DuPont anunciaram ao mundo que estavam em processo de fusão. Nesse casamento, as respectivas áreas agrícolas estavam envolvidas e o resultado foi o nascimento da Corteva, que tornou-se oficialmente independente em 2019.

Em 2016, a alemã Bayer surpreendeu o mercado ao anunciar a compra da americana Monsanto, criando a maior empresa de defensivos e tecnologias de sementes do mundo. Entre idas e vindas, a operação foi oficialmente concluída em 2018.

Entre os dois grandes negócios, a suíça Syngenta foi vendida. Em fevereiro de 2016, a companhia aceitou a oferta da China National Chemical Corp, mais conhecida como ChemChina.

Além das fábricas de defensivos, os novos investimentos da Basf englobam o mercado de algodão. A companhia construiu em Primavera do Leste um laboratório de análise de sementes de algodão. O laboratório tem capacidade para analisar cerca de 500 mil sacas de sementes por safra e está projetado para, em breve, passar a fazer análises de sementes de soja. 

Segundo Eliana Queiroz, gerente de Qualidade de Sementes da BASF, esse é o terceiro laboratório do tipo no mundo. A companhia possui uma outra estrutura em Trindade (GO) e também nos Estados Unidos. “Somos líderes no mercado de sementes de algodão. A ideia é assegurar a rastreabilidade das sementes e confiabilidade nos resultados”, disse.

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