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BC Reitera Compromisso com Meta de Inflação de 3% Frente a Desafios Domésticos e Globais

O Banco Central (BC) reafirma seu compromisso inabalável de manter a inflação no alvo de 3%, conforme declarou Diogo Guillen, diretor de Política Econômica, em recente pronunciamento. Durante uma palestra para a Associação Brasileira das Companhias Abertas (Abrasca), Guillen destacou a persistência das expectativas de inflação, ligeiramente desancoradas, situando-se cerca de 0,5 ponto percentual acima da meta. Mesmo diante de um leve aumento nas expectativas do IPCA para 2025, refletido no relatório Focus, o diretor mantém uma visão de cautela, sem grandes preocupações, apontando para uma concentração das expectativas em torno de 3,52%.

A inflação de serviços, segundo Guillen, tem registrado uma faixa entre 5,5% e 6% no acumulado de 12 meses, levantando debates sobre a direção desta taxa no decorrer do ano. O diretor aponta um aumento nos serviços mais sensíveis à demanda agregada, contrastando com um alívio nos serviços mais inerciais, evidenciando o processo de desinflação em curso no IPCA.

Além disso, Guillen abordou o cenário global, destacando um processo de desinflação que, embora não sincronizado cronologicamente, compartilha temas comuns entre diferentes países, incluindo o mercado de trabalho e a desinflação de bens industriais. Ele observa uma tendência de desinflação mais evidente nas economias emergentes comparadas às avançadas e menciona o início do processo de corte de juros em diversas partes do mundo.

Em relação à política monetária, Guillen enfatizou a independência do Banco Central do Brasil em relação à política de juros do Federal Reserve (Fed) dos EUA, negando qualquer relação mecânica entre as duas instituições. Ele também expressou preocupações com o impacto do aperto monetário norte-americano nas empresas brasileiras que captaram recursos no exterior a juros baixos durante a pandemia.

No que diz respeito ao mercado de trabalho, o diretor reconheceu a complexidade em avaliar o atual hiato do mercado de trabalho no Brasil, dada a surpreendente queda na taxa de desemprego e as mudanças estruturais sugeridas pelas expectativas futuras. Guillen pontuou a importância dos salários como indicador da pressão sobre o mercado de trabalho, observando aumentos reais nas negociações salariais, o que demanda uma análise cuidadosa devido ao potencial impacto na inflação de serviços.

Em suma, o Banco Central permanece vigilante e comprometido em alcançar sua meta de inflação, navegando com prudência através de um panorama econômico complexo e interconectado, tanto no âmbito nacional quanto global.

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