Mulheres são 34% em cargos de liderança em bancos e fintechs, revela estudo
No Dia Internacional da Mulher, são levantados debates sobre a importância da presença feminina no mercado de trabalho. Apesar do aumento nos números de participação feminina nos últimos anos, ainda é notável a predominância masculina em cargos superiores no mercado financeiro. De acordo com um levantamento da FESA Group, apenas 33,86% dos cargos de liderança em empresas de finanças são ocupados por mulheres, enquanto a população feminina no Brasil é de 50%, segundo o IBGE.
Fabiana Rocha, diretora da FESA Group e especialista em mercado financeiro, ressalta que esses números ainda são baixos e que é necessário acelerar a jornada de diversidade nas empresas, incluindo as do setor bancário. O estudo, realizado com 82 empresas, 249 pessoas e 12 posições de trabalho, também revelou que existem algumas áreas onde a presença feminina é mais frequente, como Recursos Humanos (61,54%), Relações Institucionais e Sustentabilidade (56,52%), Gestão de Patrimônio (45,95%) e Jurídico (40%).
Segundo a especialista, a maior presença de mulheres em áreas como RH pode ser explicada por preceitos de cuidado, empatia e diversidade. Já em cargos de CFOs, Riscos e Corporate, o número é ainda menor, chegando a apenas 20%. A área mais crítica apontada pelo estudo é a de Investment Banking (IB), responsável por grandes operações estruturadas, na qual apenas 17,39% das pessoas em cargos de liderança são mulheres.
Mas por que a presença de executivas ainda é baixa? Jaime Almeida, vice-presidente de diversidade e inclusão da FESA Group, explica que o segmento financeiro foi historicamente dominado por homens, o que dificultou a capacitação das mulheres para cargos que exigem mais experiência e bagagem. Ele ressalta que, à medida que há um movimento de inserção feminina em cargos de liderança, a situação tende a melhorar, mas o problema é o tempo que leva para que essas mulheres alcancem essas posições.
Essa dificuldade não se limita apenas à chegada das mulheres em cargos de chefia, mas também em sua inserção no mercado de trabalho. De acordo com uma pesquisa da Opinion Box, 26% das mulheres entrevistadas afirmaram ter perdido uma oportunidade de emprego por serem mães e 17% por estarem grávidas. Além disso, mais de 40% relataram terem sido questionadas em entrevistas de emprego se estavam esperando um filho no momento ou no futuro. A dificuldade vai além do processo de recrutamento, pois muitas mulheres não possuem uma rede de apoio que lhes permita procurar emprego devido aos altos custos com cuidados infantis – uma tarefa que tradicionalmente é atribuída às mulheres.