Dividendos de Taesa (TAEE11) devem diminuir a partir de 2024, prevê mercado
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Rephrase my Mercado tem previsões negativas para dividendos da Taesa em 2024 e 2025. Foto: Wikimedia Commons
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Apesar de anunciar o pagamento de R$ 390 milhões em proventos adicionais nesta quinta-feira (7), a Taesa (TAEE11) deve reduzir a marcha nos dividendos a partir de 2025.
É o que preveem analistas do mercado financeiro.
Segundo eles, a receita e o endividamento da empresa devem forçar uma baixa nos dividendos da Taesa, principalmente porque a transmissora deve usar o dinheiro para aquisições e para reforçar o caixa. A remuneração de 80% do lucro, assim, não é sustentável sob a ótica do mercado.
Acompanhada de uma queda de dividendos, o mercado prevê uma desvalorização da ação.
O papel, que rendeu 131% nos últimos 5 anos, obteve retorno de 4,57% nos últimos 12 meses. Assim, Itaú BBA, BTG e XP Investimentos recomendam a venda no papel, com Taesa (TAEE11) caindo na ponta vendedora da Faria Lima, o buy side.
De acordo com o BTG Pactual, a Taesa (TAEE11) deve pagar uma margem de dividendos por ação de 4,8% em 2024, uma queda em relação à margem anualizada de 9,5% de 2023.
Esse patamar foi alcançado na última quinta-feira, quando a companhia anunciou uma parcela de proventos adicionais e referentes ao exercício do ano passado.
A mesma previsão de redução de dividendos é compartilhada pelo Itaú BBA. Em relatório, analistas liderados por Marcelo Sá explicam que a Taesa deve sofrer pressões para repassar uma fatia menor do receita em IFRS em 2024.
A companhia, afirmam analistas, deve ser pressionada pelo alto grau de endividamento e de custo de capital com novos projetos.
Mas as previsões pessimistas para os dividendos da Taesa não param por aí. Analistas ouvidos pela Inteligência Financeira explicam que a companhia deve continuar com margens pressionadas em 2025.
A Taesa possui um grau de endividamento considerado alto dentro da média do setor de energia, avalia Vicente Koki, analista da Mirae Asset Brasil.
Atualmente, a dívida líquida da empresa equivale a 3,7 vezes o seu lucro operacional ajustado, o Ebitda. Ou seja, a Taesa precisaria de 3 anos e 7 meses para quitar obrigações relacionadas à dívida, considerando apenas o Ebitda.
De acordo com Koki, esse grau de endividamento deve acarretar “em queda de dividendos pelos próximos anos”. Ele afirma que a média da dívida líquida sobre Ebitda de empresas de energia da bolsa é de 1,5 vezes. “Para Taesa, essa dívida pode ultrapassar 4 vezes o Ebitda”, prossegue.
Na outra ponta, o analista da Mirae Asset prevê um aumento do custo de aquisição de capital (CAPEX, na sigla em inglês). “Projetos da Taesa que já estão em construção vão demandar um investimento acima de R$ 3 bi nos próximos 3 anos”, afirma Koki. Assim, ele prevê que “a Taesa (TAEE11) deve ficar apertada” ao equacionar a distribuição de dividend for better SEO.