Dez fundos imobiliários de papel baratos para investir em 2024, segundo analistas
Com a piora de expectativa sobre a taxa terminal de juros e inflação no Brasil, analistas apontam que alguns fundos imobiliários que estão baratos quando se compara o valor da cota ao valor patrimonial podem devolver o desconto da cota na bolsa de valores. Entre fundos 100% de títulos imobiliários como CRIs e LCIs, chamados de papel, e híbridos, a expectativa para estes ativos é de alta sob efeito do reajuste da Selic e piora do IPCA.
Analistas ouvidos pela Inteligência Financeira elencam 10 fundos imobiliários cujo valor da cota à mercado se encontra abaixo ou próximo do valor patrimonial (P/VP). Alguns negociam descontados porque são estreantes no IFIX (Índice de Investimento de Fundos Imobiliários da B3), diz Rafael Uehara, analista da Genial Investimentos.
Para analistas do mercado financeiro, a perspectiva à frente é de valorização de fundos de papel ou de mandato híbrido no IFIX.
Apesar da queda da Selic de 13,25% para 10,50%, os juros devem continuar restritivos, no patamar de dois dígitos, o que faz com que alguns fundos imobiliários continuem com o desconto do início de ciclo de corte.
“Abre algumas oportunidades para investir em fundos de papel. Existem FIIs de recebíveis na bolsa de valores que nasceram há pouco tempo e estão listados”, comenta Uehara.
Juros a patamares restritivos levam empresas a recorrerem ainda mais ao crédito ofertado no mercado imobiliário para financiar novos investimentos. Esta é a avaliação de Marcos Duarte, analista da Nova Futura Investimentos.
Conforme explica o analista, são FIIs mais baratos que geralmente “não recebem tanta atenção” dos investidores.
Um cenário de Selic mais alta por mais tempo e de pressão inflacionária também eleva o custo de captação de fundos, comenta Fábio Murad, sócio da Ipê Avaliações e Ipê Investimentos.
“Nesse cenário, é natural que os gestores de fundos de papel busquem ajustar os preços para garantir uma rentabilidade satisfatória”, diz Murad.
Alguns fundos já devolveram os descontos de cota de um cenário de baixa inflação em 2023. O Kinea Índice de Preços (KNIP11), por exemplo, deixou de pagar dividendos de 1% ao mês a partir de junho.
Desde março deste ano, contudo, o FII voltou a distribuir R$ 1 por mês. A inflação voltou a acelerar em fevereiro, o que fez com que o fundo imobiliário deixasse um patamar barato na cota à mercado em relação ao valor patrimonial.
Marcos Duarte lista três fundos imobiliários com preços atraentes do segmento de recebíveis e híbrido. Os dados foram obtidos a partir do cruzamento dos preços das cotas dos FIIs no fechamento de mercado de quarta-feira (5) com o último valor patrimonial por cota divulgado em informes mensais à CVM (Comissão de Valores Mobiliários):
RBR Rendimento High Grade (RBRR11) – papel, negociando a 1,02 vezes no P/VP
Santander Renda de Aluguéis (SARE11) – híbrido, negociando a 0,52 vezes no P/VP
FII Capitania Recebíveis Imobiliário