Brava (BRAV3) tem nova queda na Bolsa; o que fazer com os papéis?
As ações da Brava Energia (BRAV3), firma resultante da fusão entre 3R Petroleum e Enauta, enfrentam um novo dia de queda expressiva na Bolsa brasileira nesta sexta-feira (20). Às 16h31, os papéis cedem 3,86% a R$ 18,16, após oscilarem entre máxima a R$ 19,11 e mínima a R$ 17,83. Na véspera, os ativos lideraram as perdas do Ibovespa, ao tombarem 9,4%.
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A companhia anunciou na quinta-feira (19) que a expectativa de retorno da produção do campo de Papa Terra foi atualizada para o início de dezembro de 2024. Inicialmente, a firma de petróleo realizou uma parada programada no campo em dia 27 de julho, com a produção sendo retomada no dia 29 de agosto e estabilizada em 15 mil barris por dia através de seis poços.
No entanto, a pedido da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), a companhia precisou interromper novamente a produção no dia 4 de setembro para prestar esclarecimentos sobre a quantidade de pessoas a bordo e sobre atividades de manutenção.
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Mesmo com as notícias preocupantes, a Genial Investimentos mantém recomendação de compra para os papéis da firma. A casa acredita que a entrada operacional do FPSO (navio-plataforma que pode produzir, armazenar e transferir petróleo e gás) do Campo de Atlanta ainda em 2024 pode trazer um alento para a petroleira. O retorno operacional de Papa Terra em dezembro e o possível interesse em desinvestimentos anunciado pelo novo CEO, Décio Oddone, também podem contribuir para a recuperação das ações.
“Sendo assim, vender o ativo aos atuais níveis de preço e em meio ao atual fluxo de notícias pode também ser considerado um erro em meio a tantos gatilhos que consideramos relevantes acontecendo ainda em 2024. Por último, vale mencionar que a firma deve ainda anunciar uma reunião com investidores em dezembro deste ano ou em janeiro de 2025, quando maiores informações sobre a tese da Brava deve ser divulgada”, afirma o analista Vitor Sousa, que assina o relatório da Genial.
A corretora enxerga novas postergações no retorno operacional de Papa Terra ou na entrada operacional da FPSO do Campo de Atlanta como principais riscos para a ação. A deterioração no cenário macroeconômico global, com impactos negativos no preço do Brent, também pode prejudicar o papel da Brava Energia.
Novo nome, mesmas preocupações
Para o Bradesco BBI e a Ágora Investimentos, o adiamento da retomada da produção em Papa Terra é negativa para as ações da Brava Energia. Na visão das casas, as enormes dificuldades que a firma está enfrentando para se tornar totalmente funcional estão alimentando o crescente ceticismo do mercado em entender as explicações.
De qualquer forma, o entendimento é de que a Brava atenderá a todos os requisitos de segurança da ANP (em relação a barcos de emergência e pessoas a bordo) nos próximos 10 dias. No entanto, dada a recente reorganização da gestão, a firma decidiu manter o campo fechado para inspeções adicionais de tanques de armazenamento.
“A forte reação negativa das ações mostra que ainda há uma forte falta de credibilidade da administração vinculada à tese de investimento da Brava. Entendemos que a nova gestão prioriza a segurança, embora, da perspectiva do mercado, as ações continuarão sofrendo até que a firma se torne totalmente funcional com onshore, Papa-Terra e Atlanta”, afirmam Vicente Falanga, do Bradesco BBI, e Ricardo França, da Ágora Investimentos em relatório conjunto.
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Segundo os analistas, o mercado também monitorará se os acionistas de referência comprarão mais ações da petroleira, dado os níveis de preços extremamente deprimidos. “Em relação à possibilidade de a própria Brava Energia realizar um programa de recompra de ações, entendemos que as recompras não são permitidas pelos estatutos de dívida existentes”, dizem.
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Fonte original
Author: Beatriz Rocha