Wilson Sons despenca após MSC acertar compra – mas história pode não ter acabado
A Wilson Sons (PORT3) confirmou nesta segunda-feira (21) que seu acionista controlador, OW Overseas (Investments) Limited, concordou em vender a firma para a MSC por R$ 17,50 por ação, totalizando R$ 4,352 bilhões. Às 10h50 (horário de Brasília), a ação da companhia desabava 9,13%, a R$ 16,22.
O Bradesco BBI comenta que embora o preço de aquisição tenha ficado abaixo de sua expectativa de R$ 20,00 e R$ 24,00, a história não está necessariamente encerrada.
A firma global de private equity de infraestrutura I Squared Capital disse em 16 de outubro à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) que tem planos de lançar uma oferta pública para adquirir 100% da Wilson Sons.
Segundo reportagem do Valor, a CVM exigiu que a I Squared Capital divulgasse a data para o lançamento da oferta pública antes de 24 de outubro (quinta-feira). Semelhante ao que ocorreu no caso da Santos Brasil (STBP3), a taxa de quebra do contrato pode ser material o suficiente para impedir que Ocean Wilson desista da oferta da MSC. No entanto, se isso acontecer, deve se traduzir em um prêmio de mercado material em comparação ao preço de fechamento de sexta-feira de R$ 17,85 por ação.
Conforme cálculos do banco, a MSC está pagando 8,6 vezes Valor da Firma (EV)/Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações) pela Wilson Sons, um desconto de 18% sobre o múltiplo de aquisição da Santos Brasil pela CMA CGM.
O BBI acredita que o desconto é merecido, dado que a Wilson Sons não é uma operadora de terminal de contêineres pura e as outras divisões, como rebocadores e navios de apoio offshore de petróleo, são negociadas a múltiplos menores.
No entanto, se assumir que o negócio de terminal de contêineres da Wilson Sons foi precificado na avaliação da Santos Brasil, os outros negócios foram precificados em 7 vezes EV/Ebitda para 2025, resultando em um desconto de 5% sobre a média de mercado.
Novamente, embora a probabilidade pareça baixa, o BBI vê espaço para a I Squared Capital lançar uma oferta competitiva pela Wilson Sons. Se assumir o preço que a I Squared pagou por Puerto de Baranquilla (16 vezes EV/Ebitda), o negócio restante da Wilson Sons seria precificado em 3,6 vezes EV/Ebitda, o que poderia justificar um prêmio potencial pela oferta da I Squared.
Mesmo que a Ocean Wilson não participe da potencial oferta pública de aquisição da I Squared Capital por 100% das ações da Wilson Sons, pode fazer sentido para a firma global de private equity adquirir o free-float. No início de 2022, a MSC adquiriu 67% da Log-in (LOGN3) por R$ 25 por ação e, 18 meses depois, a ação estava sendo negociada a R$ 53.
O BBI reiterou classificação de outperform (desempenho acima da média do mercado, equivalente à compra) para a Wilson Sons, com um preço-alvo de R$ 24,00 para o ano fiscal de 2025.
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Autor: Felipe Moreira