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Hypera (HYPE3) interrompe projeções e mercado reage: veja o que esperar das ações

O Goldman Sachs avalia que o anúncio da Hypera (HYPE3) de otimização do capital de giro, com redução do prazo de pagamento de clientes para 60 dias, além do fim das projeções para 2024 é negativo para as ações da companhia.

Embora a mudança nos prazos vise melhorar a geração de fluxo de caixa da companhia, reduzindo os recebíveis e os níveis de estoque dos clientes, cenário que faz sentido para o Goldman, o banco prevê que esse conjunto de anúncios provavelmente mudará as estimativas para 2025, dada a magnitude da perda de ganhos de curto prazo.

Em relatório, os analistas Gustavo Miele e Emerson Vieira lembram que já estavam céticos quanto à probabilidade de a firma cumprir o guidance (projeção) neste ano, motivo que, inclusive, fez com que o banco rebaixasse a ação para neutra em agosto deste ano.

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Para o banco, as preocupações sobre o guidance se confirmaram antes do previsto e com uma magnitude maior, visto que a prévia preliminar indica uma redução de 30% no Ebitda (lucro antes de juros, depreciação, amortização e impostos) do terceiro trimestre do ano em comparação às expectativas, devido principalmente a uma queda de 16% na receita líquida anual, enquanto as vendas ao consumidor final aumentaram 11%, evidenciando um elevado nível de estoques no canal de varejo.

O Goldman Sachs calcula que as ações de Hypera estão sendo negociadas com múltiplo de 10 vezes a relação entre preço e lucro (P/E) contábil de 2025, chegando a 13,3 vezes em um cenário pessimista de benefícios fiscais. “Esse cenário se mostra desafiador considerando a menor clareza sobre os ganhos futuros e um ambiente competitivo intensificado”, aponta o banco.

O Goldman mantém uma recomendação neutra para Hypera, com preço-alvo de R$ 31,50, o que representa um potencial de valorização de 22,7% sobre o fechamento da última sexta-feira (18).

Outras análises sobre a decisão da Hypera

Citi

A decisão de reduzir os níveis de contas a receber para 60 dias pode pressionar ainda mais o Ebitda e o lucro líquido de Hypera no curto prazo, abrangendo 2024 e 2025, avalia o Citi após a companhia anunciar que deixará de divulgar projeções para 2024 e dará início ao processo de otimização do capital de giro, com redução do prazo de pagamento de clientes. Os números a partir de 2026 em diante não devem ser afetados.

A redução para 60 dias deve exigir a “renúncia” de até R$ 1,8 bilhão em vendas até o quatro trimestre de 2025, avalia o Citi, apontando que isso acontece justamente um momento em que as despesas nominais com vendas, gerais e administrativas (SG&A) provavelmente permanecerão inalteradas.

Na avaliação do banco, o impacto de aumentar a geração de fluxo de caixa deve ser positivo no curto prazo, e a simplificação operacional deve facilitar sinergias logísticas no longo prazo, avaliadas em cerca de R$ 2 bilhões em valor presente líquido. A firma mantém seu foco estratégico no crescimento de vendas, investimento em pesquisa e desenvolvimento e na expansão da capacidade de produção, o que é considerado a abordagem correta.

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Em relatório, os analistas Leandro Bastos e Renan Prata destacam que a firma prevê a manutenção do foco estratégico no crescimento de vendas, investimento em pesquisa e desenvolvimento e na expansão da capacidade de produção, o que é considerado bom. Além disso, o lançamento de um programa de recompra de ações indica confiança.

O banco lembra, no entanto, que ainda há muito a digerir, e que o anúncio deve naturalmente alimentar preocupações dos investidores e adicionar alguma pressão sobre a ação. Para o banco, mais detalhes poderão ser discutidas na teleconferência que será realizada pela companhia logo mais, às 9hs.

O Citi mantém recomendação neutra para Hypera, com preço-alvo de R$ 31, o que representa um potencial de valorização de 20,8% sobre o fechamento da ação no pregão da última sexta-feira (18).

XP

O anúncio de que a Hypera irá descontinuar as projeções para 2024 e dará início ao processo de otimização do capital de giro é negativo, na avaliação da XP, uma vez que a alteração pode limitar o crescimento da companhia, além de ter um grande impacto na receita e, consequentemente, no Ebitda e nos lucros no futuro.

Em relatório, os analistas Rafael Barros e Raphael Elage, destacam que a Hypera tem apresentado um problema de conversão de caixa desde os trimestres passados. No entanto, a expectativa da XP era de que a questão fosse resolvida sem a necessidade de fazer uma mudança substancial nas políticas comerciais da firma e que não causasse uma grande mudança nas perspectivas de vendas.

Além de ter anunciado a descontinuidade do guidance para 2024, a companhia ainda divulgou uma prévia para o seu balanço no terceiro trimestre de 2024. A prévia, não auditada e sujeitas à revisão, prevê uma receita líquida ao redor de R$ 1,9 bilhão; Ebitda ao redor de R$ 561 milhões e lucro líquido de cerca de R$ 370 milhões. A receita, Ebitda e o lucro vieram abaixo do esperado pela XP.

Itaú BBA

O Itaú BBA rebaixou a recomendação das ações de Hypera para market perform (equivalente a neutra), cortando o preço-alvo de R$ 37 para R$ 29 para o final de 2025, o que representa um potencial de valorização de 12% sobre o fechamento da última sexta-feira, 18.

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Em relatório, os analistas Vinicius Figueiredo, Lucca Generali Marquezini e Felipe Amâncio explicam que o rebaixamento tem como base o impacto do anúncio da última sexta-feira, 18, sobre a descontinuação o guidance para 2024, bem como a intenção de realizar otimizações no seu capital de giro, com redução do tempo de recebimento de clientes.

“O movimento inesperado no mercado colocou pressão significativa nas previsões da firma para 2024 e 2025. A sensibilidade do mercado às dinâmicas de curto prazo fez com que os investidores ficassem menos dispostos a pagar antecipadamente por potenciais ganhos de longo prazo”, afirmam os analistas.

Apesar de o Itaú BBA apontar que as características de longo prazo permanecem atraentes, é preciso adotar uma abordagem mais cautelosa no curto prazo até que a Hypera (HYPE3) apresente um sinal mais claro de um ponto de inflexão nos resultados, diz o banco.

* Com informações do Broadcast

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Esta notícia foi originalmente publicada em:
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Autor: Estadão Conteúdo

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