Mercado financeiro hoje: ata do Copom, pacote fiscal de Haddad e mais 3 assuntos que dão o tom dos negócios nesta terça-feira
A agenda econômica desta terça-feira (11) traz novos capítulos do pacote fiscal do governo, com a reunião entre o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para definir a forma de encaminhar o documento ao Congresso. Também fica no radar do mercado monetário hoje a ata do Comitê de Política Monetária (Copom), assim como a CPI das Bets que será instalada no Senado.
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Entre os indicadores da agenda econômica hoje, foco nos números do varejo restrito e ampliado de setembro. Tesouro faz leilões de Notas do Tesouro Nacional – Série B (NTN-B, títulos públicos com rendimento atrelado à inflação) e Letra Financeira do Tesouro (LFT, título pós-fixado com rentabilidade atrelada à taxa de juros).
No exterior, quatro dirigentes do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) discursam: o diretor Christopher Waller; Tom Barkin, de Richmond; Neel Kashkari, de Minneapolis; e Patrick Harker, da Filadélfia. A Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) divulga relatório mensal.
Confira os 5 destaques do mercado monetário hoje
Bolsas internacionais
A cautela prevalece nos mercados internacionais nesta terça-feira, em meio a temores com a composição do futuro gabinete de Donald Trump, que coloca as bolsas em baixa. De acordo com o The Wall Street Journal, o senador republicano da Flórida Marco Rubio deverá ser indicado para ser seu secretário de Estado. Rubio tem assumido posições duras em relação aos regimes de China, Irã, Cuba e Venezuela.
As bolsas europeias acentuaram perdas após o índice ZEW de expectativas econômicas da Alemanha cair para 7,4 pontos em novembro, contrariando expectativas de alta.
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Além disso, a temporada de balanços também pressiona os negócios. Em Frankfurt, a ação da Bayer tombava 11,30% no começo da manhã, após a firma química e farmacêutica alemã decepcionar com resultados do terceiro trimestre e piorar suas projeções para o ano.
A China, como mais uma medida para impulsionar a economia, planeja reduzir os impostos sobre a compra de imóveis. Ainda nesta manhã, a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) cortou as previsões para crescimento da demanda global por petróleo em 2024 e 2025.
Balanços
Na última segunda-feira (11), alguns balanços do terceiro trimestre ganharam cena, como Itaúsa (ITSA4) e Sabesp (SBSP3).
A Itaúsa encerrou o terceiro trimestre deste ano com lucro líquido recorrente de R$ 3,9 bilhões, um crescimento de 13% em relação ao mesmo período do ano passado. A principal contribuição veio do Itaú Unibanco (ITUB4), que representa também o maior investimento da companhia. Confira detalhes nesta matéria.
Já a Sabesp reportou lucro líquido de R$ 1,173 bilhão no terceiro trimestre de 2024, desconsiderando os efeitos não recorrentes e a margem de construção. O montante representa uma alta de 38,6% em relação ao mesmo período de 2023. Veja aqui o balanço completo.
Nesta terça-feira, a Porto (ex-Porto Seguro) (PSSA3) reportou lucro líquido de R$ 739,1 milhões no terceiro trimestre deste ano, crescimento de 32,3% em relação ao mesmo intervalo do ano passado. O trimestre foi de recuperação de resultados, após os impactos das enchentes no Rio Grande do Sul sobre o lucro da firma no segundo trimestre deste ano.
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Ainda nesta terça-feira, são esperados os resultados trimestrais de CSN (CSNA3), CSN Mineração (CMIN3), Hapvida (HAPV3) e Raízen (RAIZ4).
Ata do Copom
Nesta manhã, o Banco Central (BC) divulgou a ata do Copom, fornecendo detalhes sobre a decisão da semana passada, que elevou a Selic em 0,5 ponto percentual, a 11,25% ao ano. Segundo o documento, o aumento na taxa se mostrava “apropriado diante das condições econômicas correntes e das incertezas prospectivas, refletindo o compromisso de convergência da inflação à meta, essencial para a construção contínua de credibilidade”.
A explicação para a decisão dá conta de que, em virtude das incertezas envolvidas, o Comitê preferiu uma comunicação que reforça a importância do acompanhamento dos cenários ao longo do tempo, sem conferir indicação futura de seus próximos passos.
Entretanto, a maioria das instituições financeiras já incorporou que outra alta da mesma magnitude deverá ser vista em dezembro, ainda que algumas acreditem que o próximo passo do colegiado poderá ser de aumento da intensidade das altas, para 0,75 ponto porcentual.
Commodities
As commodities operam no positivo nesta manhã, com o avanço em torno de 1,00% do petróleo, e alta de 0,26% do minério de ferro em Dalian, na China.
No entanto, seguindo a direção oposta de suas commodities, os American Depositary Receipts (ADRs, recibos que permitem que investidores consigam comprar nos EUA ações de firmas não americanas) da Petrobras (PETR3; PETR4) recuavam 0,51% no pré-mercado de Nova York, por volta das 08h30 (de Brasília), enquanto os da Vale (VALE3) cediam 0,88%.
Pacote fiscal e mercado brasileiro
O tom mais defensivo no exterior e a expectativa com o pacote de aperto fiscal devem segurar o apetite a risco pelos ativos brasileiros. O ETF brasileiro EWZ caía no pré-mercado em NY.
Haddad disse, na segunda-feira (11), que o presidente Lula pediu a inclusão de mais uma pasta no plano fiscal, embora não tenha revelado qual era. Mas o Estadão apurou que o ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, vai se reunir nesta terça-feira com a cúpula do governo para negociar a contenção de despesas.
Auxiliares de Lula dizem que a proposta deverá ser enviada ao Legislativo somente após o G20 (grupo formado pelas 19 maiores economias do mundo mais a União Europeia), marcado para os dias 18 e 19, no Rio de Janeiro.
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Os números do varejo podem trazer ajuste na parte curta da curva de juros. A expectativa é de avanço tanto no âmbito restrito como ampliado em setembro, após queda em agosto, o que pode refletir no mercado monetário hoje.
* Com informações do Broadcast
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Esta notícia foi originalmente publicada em:
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Autor: Estadão Conteúdo