Os fundos imobiliários que superam a Selic só com dividendos. Veja a lista
Cerca de 15 fundos imobiliários não se intimidam com o retorno do ciclo de aperto monetário e entregam aos investidores retornos acima da taxa básica de juros. Segundo um levantamento realizado pelo aplicativo Grana Capital, nos últimos 12 meses os FIIs registraram um dividend yield de até 16%. A rentabilidade é 4,75 pontos percentuais superiores à Selic que está no patamar de 11,25% ao ano após a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central (BC), na última quarta-feira (6).
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O Hotel Maxinvest (HTMX11), fundo gerido pelo BTG Pactual voltado para o mercado hoteleiro da cidade de São Paulo, lidera o ranking feito pela Grana Capital. Em um ano, o fundo imobiliário registrou um DY de 16% e distribuiu aos seus cotistas cerca de R$ 30 em proventos ao longo desse período. O rendimento reflete o período de desinvestimento de parte do seu portfólio.
Em setembro, o HTMX11 informou em relatório gerencial a venda de quatro unidades hoteleiras, o que ajudou na distribuição de R$ 2,13 por cota em dividendos. Os valores acima da média do mercado atraíram novos investidores. Ainda de acordo com o HTMX11, em 12 meses, o número de cotistas saiu de 27,8 mil para 35,4 mil. Ou seja, houve um crescimento de 27,3%.
Logo depois, aparece o fundo imobiliário Merito Desenvolvimento Imobiliario (MFII11) que apresentou um dividen yield de 15,18% nos últimos 13 meses. Em termos de valores pagos aos cotistas, a remuneração dos proventos chegou a R$ 15,18 em um intervalo de um ano. O fundo possui uma estratégia voltada para projetos de desenvolvimento imobiliários residenciais e, ao longo desse período, distribuiu em dividendos mensais pelo menos R$ 1 por cota.
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Veja os FIIs que mais pagam dividendos nos últimos 12 meses
FII | Dividendos | Dividend yield |
HTMX11 | R$ 30,3 | 16,06% |
MFII11 | R$ 15,18 | 15,18% |
RBOP11 | R$ 55,69 | 15,01% |
FLCR11 | R$ 13,43 | 13,78% |
KNHY11 | R$ 14,1 | 13,67% |
KNUQ11 | R$ 13,78 | 13,32% |
VGIR11 | R$ 1,28 | 13,05% |
KNCR11 | R$ 12,97 | 12,41% |
HOSI11 | R$ 9,59 | 10,78% |
TRXB11 | R$ 14,72 | 10,75% |
RBRP11 | R$ 5,47 | 10,52% |
PQDP11 | R$ 214,17 | 10,52% |
RNGO11 | R$ 5 | 10,39% |
PQAG11 | R$ 5,94 | 10,25% |
Fonte: Grana Capital, aplicativo de imposto de renda de investimentos/Os dados consideram o período de outubro de 2023 a outubro de 2024 |
Rentabilidade passada não é garantia de rentabilidade futura
Nos últimos 12 meses, as projeções para o cenário econômico mudaram radicalmente, o que contribuiu para que o IFIX – índice que reúne os FIIs mais negociados da B3 – a ter o seu pior outubro da história. Antes, havia uma previsão otimista de continuidade nos cortes da Selic, que poderia ficar abaixo de 10% no fim de 2024. No entanto, o risco fiscal do Brasil alterou a rota das expectativas do mercado e influenciou na retomada do ciclo de aperto monetário.
Com a mudança de cenário, os investidores tendem a direcionar os seus investimentos para os investimentos em renda fixa, especialmente os títulos do Tesouro que entregam retornos de dois dígitos e livre de risco. Já os fundos imobiliários, especialmente os FIIs de tijolo que investem em imóveis reais, costumam perder a atratividade por registrar uma rentabilidade similar ou menor e com risco elevado. No entanto, o diferencial dessa classe de ativos surge com a valorização dos imóveis médio e longo prazo.
Isso significa que, quando há venda de qualquer empreendimento, os FIIs tendem a distribuir lucros acima da média do mercado, como ocorreu com o HTMX11. Além disso, há algumas estratégias que conseguem enfrentar um ambiente de alta de juros e entregar retornos acima da Selic. “O ideal é buscar fundos que tenham ativos localizados em boas regiões com uma demanda recorrente e estável porque conseguem ter uma vacância baixa e os imóveis se valorizam mais ao longo do tempo”, afirma José Augusto Balotari, assessor da Manchester Investimentos.
Os investidores devem entender ainda se a estratégia de investimento está alinhada ao seu perfil de risco e a transparência da equipe de gestão frente às suas ações dentro do fundo imobiliário ao analisar a qualidade do investimento. “Uma boa gestão é indispensável para gerar valor. O investidor deve pesquisar o histórico da gestora, verificar se as ações estão alinhadas aos interesses dos cotistas e avaliar a performance dos fundos administrados por ela”, ressalta Leonardo Garcia, analista de fundos imobiliários do Trix. Veja nesta reportagem os fundos imobiliários (FIIs) mais recomendados por corretoras e bancos de investimentos.
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Autor: Daniel Rocha