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Dólar em alta: 7 estratégias para investir no exterior e se proteger do Brasil

Investir no exterior é uma estratégia eficaz para diversificar a carteira e proteger o patrimônio contra a volatilidade do mercado brasileiro. Num cenário em que a eleição de Donald Trump nos Estados Unidos tende a fortalecer ainda mais o dólar, que chegou a bater R$ 5,86 na quarta (6), o real segue sofrendo pela frágil situação fiscal no Brasil. A moeda americania segue pressionando e fechou nesta quinta (14), último dia útil da semana, em R$ 5,79.

O histórico também não é favorável ao investidor que teima em deixar todo seu patrimônio na moeda brasileira. “O real já perdeu mais de 80% do seu valor frente ao dólar desde a criação do plano real (em 1994)”, lembra Juliana Benvenuto, coordenadora de treinamento e conteúdo da Avenue.

Para quem nunca arriscou a investir fora do Brasil, a boa notícia é que está cada vez mais simples acessar mercados externos, apesar dos custos.

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Com a ajuda da fintech Nomad e da corretora Avenue, especializadas em facilitar o acesso de brasileiros ao mercado dos EUA, o E-Investidor lista sete maneiras para acessar o mercado global e começar a proteger seu capital das incertezas do Brasil:

Dólar na caixa

A primeira opção é comprar a moeda e deixá-la variando conforme a cotação. “Eu não indico, porque existem formas tão ou mais seguras em que a pessoa pode somar a flutuação do câmbio com a variação do próprio investimento”, diz Paula Zogbi, gerente de Research da Nomad.

Para quem ainda prefere manter o dólar em caixa, é preciso abrir uma conta em uma plataforma por onde é possível fazer essa remessa ao exterior. A maioria dos bancos oferece esse serviço, mas também é possível abrir uma conta no exterior através de corretoras e fintechs brasileiras.

Os custos em deixar o dólar parado numa conta-corrente nos EUA envolvem o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) que incide a partir de 1%, além de custos operacionais de cada plataforma. Na hora de repatriar o dinheiro também será cobrado 15% de Imposto de Renda, caso haja algum lucro envolvido na operação, alíquota que vale para qualquer tipo de investimento no exterior.

Renda Fixa

Para quem abriu uma conta em corretora ou outros serviços monetários que permitem acessar o mercado monetário dos EUA, é possível investir em bonds (títulos de dívida de firmas ou governos) e CDs (títulos bancários, semelhantes aos CDBs brasileiros).

A maioria paga taxas prefixadas, permitindo ao investidor saber qual valor final, caso o dinheiro seja mantido até o vencimento. Benvenuto observa que os títulos do governo americano são considerados os mais seguros em comparação a outros títulos de renda fixa.

Assim como no Brasil, resgatar o título antes do vencimento implica no risco de marcação a mercado, que pode ser positiva ou negativa. Uma característica marcante dos títulos americanos é que os juros, majoritariamente, são pagos regularmente (em bônus semestrais ou trimestrais). “O interessante é ir reinvestindo esse dinheiro para compor o patrimônio”, observa Zogbi. No Brasil, é mais comum o investidor receber os juros apenas no vencimento do título.

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O IOF para conta de investimento é menor, tem uma alíquota de 0,38%. “Essa é uma vantagem de investir, em vez de só mandar o dinheiro pro exterior. Mesmo que você vá usar a grana para viajar, vale a pena investir nos meses anteriores, porque você vai pagar menos IOF”, diz a especialista da Nomad. Os cupons dos bonds não têm nenhum tipo de cobrança de imposto de renda na fonte. Então, o investidor só vai pagar o IR de 15% à Receita Federal quando retornar o dinheiro ao Brasil.

Renda variável

Através da conta em corretora ou plataforma de investimentos também é possível investir em ações no exterior, o que permite acesso a uma ampla variedade de firmas globais, num universo muito superior ao mercado brasileiro. Isso inclui setores não representados no Brasil e com grande potencial de crescimento, como os de semicondutores, inteligência artificial e biotecnologia.

“O mercado de renda variável global é estimado em mais de US$ 100 trilhões. No Brasil, acessamos menos de 1% de tudo isso”, diz Juliana Benvenuto da Avenue. “Através do mercado americano é possível acessar por volta de 50% de todo o setor global, incluindo firmas do mundo inteiro.”

É válido lembrar que, para transferir os recursos  a uma conta no exterior paga-se 0,38% de IOF. As corretoras cobram as taxas de corretagem nas ordens de compra e venda, mas algumas não, como é o caso da Nomad. Nos dividendos, há retenção de 30% de imposto nos EUA, compensável no Brasil. Ou seja, o investidor não paga de novo 15% de IR aqui.

Benvenuto salienta que ações são investimentos sujeitos a alta volatilidade e indicados para quem tem horizonte de longo prazo e maior apetite ao risco. O objetivo é buscar retornos mais altos ao aceitar esses riscos.

BDRs

Os BDRs (Brazilian Depositary Receipts) são uma forma indireta de investir em ações americanas na B3, sem necessidade de remessa ao exterior e sem IOF. Ao comprar um BDR, o investidor adquire um recibo que replica as oscilações e resultados da ação estrangeira, mas não detém a ação em si. Embora seja possível lucrar com a valorização e desvalorização, há uma taxa sobre os dividendos pagos pela instituição emissora do BDR, e a gama de ações disponíveis é menor. “Não são todas as ações americanas ou estrangeiras que têm BDRs”, destaca Zogbi.

ETFs

Investir em ETFs (Exchange Traded Fund) no exterior permite acesso ao mercado americano de forma simples e diversificada. Diferente do Brasil, onde há poucas opções, os ETFs nos EUA são amplamente consolidados. Existem mais de 3 mil opções deles no mercado norte-americano. Esses fundos replicam o desempenho de índices ou setores, como o S&P 500, permitindo exposição a centenas de firmas com baixo capital inicial e sem necessidade de rebalanceamento constante de carteira.

Existem ETFs focados em dividendos, renda fixa de curtíssimo prazo (“uma forma de ter liquidez com bastante segurança”, lembra Zogbi) e diversos outros setores. “Os ETFs são uma forma bem simples de diversificar e ter acesso à bolsa americana com investimentos em dólares sem precisar escolher ativos a dedo para investir”, diz a profissional.

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Além disso, essa opção de investimento atende a diversos perfis de clientes,  uma vez que oferecem estratégias de renda fixa mais conservadoras, até renda variável mais arrojada. Os riscos são de mercado, liquidez e dos ativos que compõem o índice.

Fundos de investimentos internacionais

Além dos ETFs, que são fundos passivos, há também os fundos de gestão ativa, que oferecem as vantagens do manejo profissional das principais gestoras globais, a exemplo da BlackRock e JP Morgan.

Esses fundos permitem acesso a estratégias de renda fixa e variável em diferentes regiões e sem incidência de come-cotas (antecipação semestral do Imposto de Renda sobre rendimentos que reduzem o número de cotas do investidor). Para investir,  o processo é o mesmo. É necessário  abrir uma conta em corretora americana com opções para brasileiros.

Custos incluem taxa de administração e, em alguns casos, taxa de performance, além de taxas de entrada e saída. Esses fundos atendem a variados perfis de risco, desde conservadores até arrojados, mas apresentam riscos de ativos e gestão, lembra Benvenuto. Os retornos variam conforme o benchmark (referência) do fundo, como índices de renda fixa ou variável.

REITS

Os REITs (Real Estate Investment Trusts) são semelhantes aos fundos imobiliários brasileiros, mas funcionam como firmas listadas na bolsa que investem cerca de 95% de seu patrimônio em ativos imobiliários. Os investidores recebem alugueis desses ativos, e os dividendos pagos sofrem retenção de 30% de imposto nos EUA, compensável com os 15% no Brasil.

Benvenuto destaca que os REITs oferecem diversificação geográfica e de segmentos alternativos, como torres de celular e cassinos, possibilitando investimento em moeda forte e geração de renda frequente.

Entre as desvantagens estão os custos de corretagem, apesar de algumas corretoras isentarem os clientes desse custo. Os REITs são voláteis, indicados para investidores de longo prazo que buscam renda recorrente. Os riscos de investir no exterior envolvem mercado, setor específico e questões internas das firmas.

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Esta notícia foi originalmente publicada em:
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Autor: Leo Guimarães

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