PGR envia ao Supremo parecer favorável à prisão de militares alvos de operação da PF
A Procuradoria-Geral da República (PGR) encaminhou ao Supremo Tribunal Federal (STF), nesta terça-feira (19), um parecer favorável à prisão dos militares e do policial federal que foram alvos da operação que busca desarticular uma organização criminosa que teria planejado um golpe de Estado no Brasil após as eleições de 2022.
Segundo as investigações, o grupo tinha o objetivo de impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e teria planejado, inclusive, um plano para assassinar o petista, o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) e o ministro Alexandre de Moraes, do STF.
O parecer encaminhado ao Supremo é assinado pelo procurador-geral da República, Paulo Gonet, em resposta ao pedido do próprio Moraes para que o órgão máximo do Ministério Público Federal (MPF) se manifestasse sobre o caso.
De acordo com informações divulgadas pelo blog do jornalista Valdo Cruz, no g1, que teve acesso ao documento da PGR, Gonet anota que a “gravidade das condutas veiculadas e sua natureza violenta evidenciam o perigo concreto de que a permanência dos investigados em liberdade ponha em risco a garantia da ordem pública”.
Segundo a PGR, a prisão dos alvos da operação é “proporcional” diante da gravidade das acusações.
“A prisão dos envolvidos é necessária, ainda, à instrução criminal, na medida em que permitirá a correta compreensão da extensão das condutas perpetradas”, afirma Gonet.
Plano “detalhado”
De acordo com a PF, as investigações indicam que a organização criminosa teria um elevado nível de conhecimento técnico-militar para planejar, coordenar e executar ações ilícitas nos meses de novembro e dezembro de 2022.
“Entre essas ações, foi identificada a existência de um detalhado planejamento operacional, denominado ‘Punhal Verde e Amarelo’, que seria executado no dia 15 de dezembro de 2022, voltado ao homicídio dos candidatos à Presidência e Vice-Presidência da República eleitos”, informou a PF, por meio de nota. Ainda segundo a PF, Moraes seria outro alvo.
“Ainda estavam nos planos a prisão e execução de um ministro do Supremo Tribunal Federal, que vinha sendo monitorado continuamente, caso o golpe de Estado fosse consumado”, detalhou a corporação.
Os presos incluem quatro militares ligados às Forças Especiais, conhecidos como “kids pretos”. São eles:
- General de brigada Mario Fernandes (reserva), ex-secretário-executivo da Secretaria-Geral da Presidência no governo Jair Bolsonaro;
- Tenente-coronel Helio Ferreira Lima;
- Major Rodrigo Bezerra Azevedo;
- Major Rafael Martins de Oliveira.
Além disso, o agente da PF Wladimir Matos Soares também foi detido.
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Autor: Fábio Matos