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O futuro já chegou: os caminhos para investir bem em 2025

Estamos nos aproximando do final do ano e, com isso, começamos a pensar em como nos posicionar para 2025 com nossos investimentos. É com esse objetivo que a Bradesco Asset realiza, anualmente, seu fórum de investimentos visando debater as melhores informações para que os investidores possam tomar suas decisões de investimento para o ano que está por vir.

Entre os tópicos abordados, foram destacados os eventos recentes, como o resultado da eleição americana e como esta pode influenciar os ativos globais e, especificamente a economia e os ativos brasileiros. Nossa política monetária teve seu capítulo à parte, com seus desafios, na contramão de uma tendência global de queda de juros. Olhando para o longo prazo, também foi debatido o impacto das novas tecnologias, e mais especificamente da inteligência artificial (IA) generativa nos investimentos.

Começando pelo cenário político, o cientista político Christopher Garman, da Eurasia, trouxe as consequências da eleição de Donald Trump. Suas medidas mais protecionistas com barreiras tarifarias e sua política arrojada de deportação tendem a ser inflacionarias. Desta forma, há de se esperar juros mais altos (a curva de juros americano já mostra essa expectativa) e, portanto, um dólar mais forte.

Esse movimento pode trazer influência para decisões políticas aqui no Brasil. Um real ainda mais desvalorizado acaba colocando pressão política no governo e não ajuda no processo de desinflação no Brasil.

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Por isso, há otimismo em relação ao pacote de gastos do governo a ser divulgado logo após o G20 (grupo formado pelas 19 maiores economias do mundo mais a União Europeia), fundamental para reancorar as expectativas e trazer a credibilidade do arcabouço fiscal de volta, que tem grande influência sobre os preços dos ativos e sobre as decisões de investimento das firmas para os próximos anos.

Ainda com foco em Brasil, o diretor do Banco Central (BC) Gabriel Galipolo, ressaltou a incerteza presente no ambiente global, em particular sobre a trajetória de juros da economia americana. Em linha com o que já havia sido destacado, reforçou que a eleição americana representa uma nova fonte de incerteza. A mensagem é que o cenário internacional demanda cautela por parte da política monetária doméstica. Também comentou sobre a relevância em se discutir despesas obrigatórias no orçamento.

E como isso se relaciona com o cenário para investimentos em 2025?

O cenário econômico global está diretamente influenciado pelas incertezas políticas, com destaque para a economia americana. Esse ambiente aumenta a volatilidade nos mercados monetários e reduz o apetite por ativos de risco, principalmente nos países emergentes, que enfrentam fuga de capital em momentos de maior aversão ao risco.

No Brasil, as repercussões do ambiente internacional se somam a um contexto econômico desafiador. Embora alguns fundamentos estejam melhores do que no passado — como a taxa de desemprego, a balança comercial e o crescimento econômico —, os preços de mercado permanecem bastante estressados. O País segue na contramão do mundo, sendo um dos poucos países que ainda elevam juros, enquanto outros já iniciaram ciclos de cortes. Isso reflete a falta de credibilidade fiscal e a dificuldade em implementar reformas estruturais, o que mantém o prêmio de risco elevado.

Com isso, a renda fixa brasileira oferece retornos atrativos, com juros reais entre 6,8% e 7% na curva. Em um horizonte de três anos, um investimento na taxa pré-fixada pode gerar um retorno acumulado próximo a 50%. No entanto, essa atratividade é resultado de um custo de capital elevado, que dificulta o crescimento econômico e restringe a competitividade em relação a outras economias emergentes.

O mercado de crédito no Brasil passou por uma evolução significativa nos últimos anos, mas enfrenta desafios importantes. A redução nos spreads (sobretaxas) exige uma análise mais detalhada e equipes especializadas para identificar oportunidades com menor risco de inadimplência. Como alternativa, produtos estruturados vêm ganhando espaço, oferecendo diversificação e maior potencial de retorno em um cenário de compressão de margens.

Investimentos em ações para 2025

Já o mercado acionário brasileiro apresenta valuations (valor do ativo) atrativos, mas carece de gatilhos claros para valorização. firmas de perfil defensivo, como utilities – as que oferecem serviços essenciais, a exemplo de energia e saneamento –, têm se destacado, oferecendo taxas internas de retorno reais entre 13% e 15% graças à previsibilidade de fluxo de caixa. No entanto, a ausência de fatores que impulsionem o crescimento econômico e aumentem o apetite por risco limita o potencial de valorização no curto prazo.

E o que nos reserva, dada a recente queda nas taxas do Federal Reserve (Fed, o banco central americano)? As correlações entre ativos começaram a se normalizar, proporcionando um ambiente mais favorável para os fundos multimercados retomarem bons desempenhos. O potencial de geração de retornos acima do esperado nessa classe deve voltar a atrair investidores em busca de estratégias flexíveis e diversificadas.

Mudando nosso foco para inovação e o uso de IA, com uma visão mais de longo prazo, a discussão elucidou como essas tecnologias estão revolucionando diversos setores, promovendo automação de processos, análise de dados e personalização de serviços. Exemplos incluem seu uso no varejo, para recomendação de produtos; na indústria farmacêutica, para o desenvolvimento de novos remédios; e no setor monetário, para detecção de fraudes e análise de investimentos.

Conclusão

Portanto, o cenário de investimentos para o próximo ano será marcado por desafios e oportunidades. Enquanto a renda fixa oferece retornos elevados, ela reflete um ambiente de elevada aversão ao risco e desconfiança em relação ao equilíbrio fiscal. No crédito e na renda variável, a sofisticação e a diversificação serão fundamentais para capturar retornos consistentes.

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Por fim, os multimercados, beneficiados pela normalização das correlações globais, podem voltar a ser um destaque, especialmente em um ambiente em que a inovação tecnológica, como o uso da inteligência artificial, se torna cada vez mais presente na gestão de ativos e na análise de mercados para investimentos em 2025.

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Esta notícia foi originalmente publicada em:
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Autor: Estadão Conteúdo

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