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Fim da escala 6×1: quais os efeitos da proposta para as varejistas?

A XP Investimentos calcula que o fim da escala 6 x 1 pode levar a um aumento de 1% nos preços para o consumidor para compensar a alta de 10% nas despesas gerais e administrativas da rede varejista brasileira, mostra relatório publicado pela corretora nesta última semana.

A proposta da deputada federal Erika Hilton (PSOL-SP) prevê a redução da jornada de trabalho de até 44 horas semanais para 36 horas semanais, com redução da escala máxima do regime 6 por 1 para o regime 4 por 3. Com as pessoas trabalhando 4 dias e folgando 3 dias. A XP lembra que a proposta já foi assinada por 231 dos 513 deputados, embora a corretora estime que sua apresentação do projeto só deva ocorrer em março de 2025, após as discussões na Câmara dos Deputados e no Senado.

Segundo os analistas, as despesas com pessoal das varejistas em 2023 equivaleram a 12% das vendas líquidas, sendo que as varejistas de vestuário média-renda e farmácias apresentam as proporções mais altas (cerca de 15% das vendas líquidas em média). Já as varejistas de alimentos têm as mais baixas (7% em média), provavelmente devido à alavancagem operacional, dada a maior escala do segmento.

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“Nesse sentido, as associações nacionais do comércio, farmácias e supermercados já se manifestaram contra a mudança, observando que o fim da escala 6 x 1 poderia levar a aumentos de preços. Nossa análise aponta para um avanço de cerca de 1% nos preços para compensar um aumento de 10% nas despesas gerais e administrativas”, dizem Danniela Eiger, Gustavo Senday e Laryssa Sumer, que assinam o relatório da a XP.

Quais são os pontos positivos e negativos da escala 6 x 1?

A XP diz que o projeto poderia trazer uma escala mais flexível de trabalho, o que seria positivo para a economia. No entanto, os analistas comentam que a medida pode aumentar as despesas com pessoal das firmas: a proposta acabaria elevando os salários em função dos maiores desafios para encontrar mão de obra qualificada, o que poderia levar o produto ou o serviço final a preços mais altos.

“Em suma, vemos desafios para que essa proposta evolua no atual ambiente político, com o pacote fiscal ficando como prioridade. Mas é necessário monitorar a proposta da escala 6 x 1, pois a exposição das varejistas é alta. Se a medida for aprovada, levaria a maiores despesas com pessoal, o que poderia prejudicar as margens ou ser parcialmente mitigado por aumentos de preços. O poder de compra dos consumidores continuaria limitado”, argumentam Danniela Eiger, Gustavo Senday e Laryssa Sumer.

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Autor: Bruno Andrade

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