Dólar hoje tem 2ª queda seguida com ajuda do exterior e atenção a pacote fiscal; veja cotação
O dólar hoje fechou em queda, estendendo o movimento de correção iniciado na terça-feira (3), após a forte onda de valorização observada na última semana. A moeda americana finalizou esta quarta-feira (4) em baixa de 0,21% cotada a R$ 6,0457, oscilando entre máxima a R$ 6,0734 e mínima a R$ 6,0207. Esta é a quarta vez consecutiva em que a divisa terminou o pregão em um nível acima de R$ 6.
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No exterior, a sessão também foi negativa para o dólar. Um reflexo disso é a queda do índice DXY, que mede o desempenho da moeda americana em relação a uma cesta ponderada de divisas internacionais fortes: euro, iene japonês, libra esterlina, dólar canadense, coroa sueca e franco suíço. O indicador exibia leve perda de 0,02% ao final da tarde desta quarta-feira, aos 106,345 pontos.
Nos Estados Unidos, investidores acompanharam o Livro Bege, um relatório sobre as atuais condições econômicas em cada um dos 12 distritos do Federal Reserve (Fed). O documento mostrou que a inflação continuou a subir em ritmo modesto em todas as regiões. Os contatos consultados pela autoridade monetária também indicaram que esperam que o ritmo atual de crescimento dos preços persista.
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Em relação ao mercado de trabalho, os níveis de emprego permaneceram estáveis ou aumentaram ligeiramente em todos os distritos, com crescimento de salários diminuindo em ritmo modesto para a maioria. O Livro Bege ainda pontuou que contatos esperam nível de emprego estável no próximo ano.
Em evento realizado pelo The New York Times, Jerome Powell, presidente do Fed, afirmou que a economia dos Estados Unidos está notavelmente em boa forma e sinalizou que o banco central americano tem de ter uma boa relação com o Departamento do Tesouro do país. “Estou confiante que teremos uma boa relação com o futuro secretário do Tesouro”, disse Powell.
Vale lembrar que a indicação de Scott Bessent para o cargo de Secretário do Departamento do Tesouro dos Estados Unidos agradou o mercado na semana passada. Bessent, fundador da Key Square Capital Management, tornou-se um dos principais conselheiros econômicos de Donald Trump no último ano e irá liderar uma agenda econômica baseada no aumento de tarifas e cortes de impostos.
Pacote fiscal segue no radar dos brasileiros
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse nesta quarta-feira que o pacote de contenção de gastos do governo é amplo, com alterações em várias frentes que já foram encaminhadas ao Congresso. “Nós mexemos com muita coisa nas medidas que foram encaminhadas para o Congresso. Não deu pouco trabalho, deu muito trabalho”, ressaltou.
Em evento do “Fórum Jota – o Brasil em 10 anos”, realizado em Brasília, Haddad rebateu as críticas de que a reforma da renda, com ampliação da isenção do Imposto de Renda (IR) para quem ganha R$ 5 mil por mês, seja populista. “A reforma da renda que nós estamos propondo é neutra do ponto de vista fiscal”, disse, frisando que ela segue o mesmo princípio das mudanças no sistema de consumo. “Não me parece populismo isso”, complementou.
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Haddad também voltou a afirmar que, se o governo entender que as medidas para contenção de despesas não são suficientes, retornará à mesa para negociar mais ações – um discurso que vem sendo repetido pela equipe econômica.
O dólar vai subir mais?
A cotação do dólar já vem em uma trajetória de alta acentuada há algumas semanas. Até o final de outubro, a Ptax tinha uma valorização acumulada de quase 20% em 2024; a 3ª maior para o período nos últimos 15 anos. Naquele mês, como mostramos aqui, a espera pelo prometido pacote de corte de gastos pesava sobre o mercado.
A última semana trouxe a apresentação das tão aguardadas medidas, mas o plano do governo não agradou. Ao longo do pregão da sexta-feira (29), o dólar chegou a ser negociado a R$ 6,11, o maior valor nominal da história. Agora a moeda americana acumula uma valorização de 24,83% em 2024.
Em meio à forte valorização da divisa, a Quantum Finance realizou, a pedido do E-Investidor, um levantamento com os dez maiores valores nominais de fechamento do dólar comercial na história. Chama a atenção que sete deles foram registrados neste ano. Confira abaixo:
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Como mostramos aqui, traçar com exatidão a trajetória do dólar nas próximas semanas é uma tarefa difícil. Mas o consenso é de que a moeda deve se estabilizar em um patamar elevado – ou seja, em um nível acima de R$ 6. “Esse estresse do dólar, nesta magnitude, pode ser considerado pontual. Entretanto, esse movimento faz parte de uma dinâmica de longo prazo de desvalorização do real”, afirma André Galhardo, consultor econômico da plataforma de transferências internacionais Remessa Online.
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Autor: Beatriz Rocha