Apetite a risco em bancos deve diminuir em 2025, diz Moody’s. Veja o que está por trás disso

A Moody’s considera que os riscos inflacionários resilientes no Brasil continuarão a sobrecarregar a capacidade de pagamento dos tomadores, “o que limitará um pouco o apetite pelo risco em 2025” dos bancos. O comentário faz parte de um relatório divulgado nesta quinta-feira (5), no qual elevou de negativa para estável a perspectiva global dos bancos.
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De modo geral, em relação aos bancos da América Latina, a Moody’s nota que as condições operacionais dos bancos serão estáveis. “É provável que a inflação em toda a região esteja sob controle em 2025, com taxas abaixo dos níveis registrados nos três anos anteriores, o que permitirá que as autoridades monetárias estabilizem suas taxas de juros”, diz a agência.
De acordo com a Moody´s, o crescimento econômico no Brasil (Ba1 positiva), Chile (A2 estável) e Peru (Baa1 estável) continuará acima das médias históricas de cerca de 2%. No México, no entanto, é provável que o crescimento econômico desacelere devido aos riscos políticos, articularmente aqueles relacionados à reforma jurídica em 2024, que minou parcialmente a influência positiva do nearshoring na confiança firmarial, acrescenta a agência.
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A Moody’s diz que os índices de empréstimos em atraso dos bancos permanecerão amplamente estáveis na maior parte dos países da América Latina, sustentados pela busca por tomadores de empréstimos com perfil de crédito melhor para novos empréstimos.
A geração de lucros continuará a apoiar a capitalização, segue a agência, observando que a capitalização interna dos bancos da região será estável, o que baseará seus índices de capital. “Os bancos de toda a região reforçaram suas estruturas de capital em resposta aos reguladores locais que alinharam suas estruturas contábeis com os padrões globais”, segue a Moody’s.
A agência nota que no Brasil, os bancos ampliaram os colchões acima dos requisitos mínimos de capital a fim de se prepararem para novas regras de riscos operacionais que entrarão em vigor em 2025.
Para a agência, a rentabilidade permanecerá forte nos bancos da América Latina, com a recuperação dos volumes de empréstimos e os declínios graduais das despesas de provisionamento para perdas com empréstimos. “Embora as margens na América Latina continuem acima da média global, elas permanecerão limitadas devido à queda das taxas de juros, aos custos de financiamento ainda altos e à concorrência”, afirma.
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Para a Moody’s, os bancos continuarão a controlar rigorosamente as despesas operacionais para financiar investimentos em digitalização. A captação e a liquidez permanecerão forte, citando que no Brasil, a expectativa é de que a liquidez nos mercados de capitais domésticos permaneça abundante.
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Esta notícia foi originalmente publicada em:
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Autor: Estadão Conteúdo