Protetor Solar: Como proteger a pele e prevenir o envelhecimento precoce
O verão é a estação do sol, das praias e do lazer ao ar livre. Mas também é o período em que a pele sofre mais com os efeitos da radiação ultravioleta, do calor intenso e da desidratação e, por isso, o uso do protetor solar é imprescindível.
Cuidar da pele não é apenas uma questão de estética, mas também de saúde, já que os danos solares podem causar envelhecimento precoce, queimaduras graves e, no longo prazo, câncer de pele.
Dados de uma pesquisa desenvolvida pelo Instituto de Cosmetologia de Campinas (SP) apontam que 71% dos brasileiros não usam protetor solar diariamente. E não é só isso: 55% afirmam que não sabem como utilizar o produto de forma que estejam realmente protegidos.
A Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), em sua campanha de Dezembro Laranja (que fala sobre a conscientização do câncer de pele) destaca a necessidade de políticas públicas para ampliar o acesso à proteção solar no Brasil.
Segundo Heitor de Sá, presidente da SBD, medidas como a inclusão do protetor solar na lista de itens essenciais da Reforma Tributária são urgentes. “Reduzir a carga tributária sobre esses produtos é crucial para que mais brasileiros possam se proteger contra os danos solares e, assim, reduzir os índices de câncer de pele no país”, afirma, em nota.
Além disso, a SBD reforça a importância de regulamentar a Lei 14.758/2023, que estabelece a Política Nacional de Prevenção e Controle do Câncer, e de promover campanhas educativas que conscientizem a população sobre os riscos da exposição solar sem proteção.
Como escolher o protetor certo?
O protetor solar não é algo único, cada um possui uma fórmula específica – independente do fator de proteção.
Ao escolher o protetor solar, é importante entender as diferenças entre os tipos disponíveis no mercado, para garantir a melhor proteção para sua pele.
A diretora de Medical Affairs da Kenvue (antiga Johnson & Johnson Consumo), Leila Carvalho, acredita que “é essencial escolher um protetor solar que ofereça proteção contra os raios UVA e UVB”, pois ambos os tipos de radiação podem causar danos à pele e aumentar o risco de câncer.
Existem duas principais categorias de protetores solares: os químicos e os físicos (ou minerais):
- Protetores solares químicos: Esses produtos funcionam absorvendo a radiação UV, convertendo-a em calor e liberando-o da pele.
- Protetores solares físicos ou minerais: Esses produtos formam uma camada sobre a pele que reflete os raios UV, impedindo sua absorção. São ideais para peles mais sensíveis, como as de crianças ou pessoas com pele propensa a alergias.
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Os protetores químicos são mais indicados para quem tem pele normal a seca e preferem uma textura mais leve, pois a absorção é mais rápida. Leila reforça a importância de “escolher um protetor de alto FPS para bloquear adequadamente a radiação”, especialmente em casos de maior exposição solar.
Os protetores solares físicos, ou seja, aqueles que possuem óxido de zinco e dióxido de titânio em suas composições, criam uma barreira na pele que reflete os raios UV que impede a penetração deles na pele, protegendo contra os danos causados pela radiação solar.
“Para peles mais sensíveis, é sempre melhor optar por produtos com fórmula suave, como aqueles indicados para uso infantil.”
Tipos de fatores
Além disso, a escolha do FPS depende do tipo de pele. A Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), por meio do dermatologista Sérgio Schalka, destaca que “o FPS deve ser no mínimo 30 para todos, e para peles claras, é recomendado o uso de FPS 50 ou superior”.
“Mas quem tem pele clara, olhos ou cabelos claros, deve optar por FPS no mínimo 50, já que essas características aumentam a sensibilidade ao sol.”
Além do fator de proteção, é importante escolher produtos adequados ao tipo de pele. Para quem tem pele oleosa, Schalka sugere protetores com controle de oleosidade, enquanto peles secas se beneficiam de cremes mais hidratantes.
“Sprays são práticos, mas devem ser usados apenas para reaplicação, nunca como primeira aplicação.”
A diretora reforça que a reaplicação do protetor é essencial. “Ele deve ser reaplicado a cada duas horas ou após contato com água e suor. O uso diário é importante, mesmo em dias nublados, pois a radiação UV pode refletir nos ambientes internos”, explica.
Escolher o protetor solar correto e aplicá-lo de forma adequada são passos essenciais para uma proteção eficaz contra os danos causados pelo sol.
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Chapéus, roupas e sombra
Embora o protetor solar seja indispensável, ele não age sozinho. A combinação de medidas físicas e comportamentais é fundamental para proteger a pele contra os raios solares.
Schalka recomenda o uso de chapéus de abas largas, roupas com proteção UV e óculos escuros que bloqueiem os raios UVA e UVB. “Além disso, buscar sombra e evitar a exposição solar entre 10h e 14h ajuda a minimizar os riscos. Mesmo a sombra de uma árvore, embora limitada, é melhor do que nada”, afirma.
O dermatologista também alerta que os efeitos do sol podem ser invisíveis a curto prazo.
“Mesmo que a pele não apresente queimaduras visíveis, ela pode ter sofrido danos como estresse oxidativo, que aumenta o risco de envelhecimento e câncer de pele a longo prazo”, explica.
Peles sensíveis e alergias
As erupções cutâneas, como brotoejas, e alergias de pele são problemas comuns no verão, causados principalmente pelo calor e pelo suor excessivo. Schalka explica que essas condições não são diretamente provocadas pelo sol, mas pelo aumento da temperatura corporal.
“O protetor solar não protege contra o calor. É necessário refrescar a pele e evitar ambientes quentes para prevenir essas reações.”
No caso de alergias, Carvalho sugere o uso de protetores solares desenvolvidos para peles sensíveis ou infantis.
“Esses produtos têm fórmulas mais suaves e reduzem o risco de irritações. No entanto, alergias específicas devem ser avaliadas por um dermatologista para identificar substâncias que precisam ser evitadas”, aconselha.
Peles mais sensíveis, como as de crianças, ficam mais expostas aos danos solares, o que exige maior atenção dos pais. Schalka recomenda o uso de protetores solares com FPS acima de 50, além de roupas de proteção, bonés e chapéus.
“O que a pele sofre na infância pode gerar consequências na vida adulta, como maior risco de câncer de pele. Por isso, a prevenção nessa fase é essencial.”
Já para os idosos, os cuidados são semelhantes aos dos adultos, mas Schalka observa que, nessa faixa etária, a preocupação maior é evitar novos danos, já que os efeitos acumulados da exposição solar ao longo da vida já estão estabelecidos.
Proteger a pele no verão requer um esforço conjunto de prevenção individual e políticas públicas. Leila Carvalho destaca que “quatro em cinco casos de câncer de pele podem ser prevenidos com proteção solar adequada”.
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Autor: Victória Anhesini