Fundos de criptomoedas se destacam como os melhores multimercados de 2024
Em um ano de recuperação expressiva para os ativos digitais, com o bitcoin saindo da casa dos US$ 40 mil para beirar os US$ 100 mil agora, os fundos de investimento ligados ao mercado cripto dominaram o ranking de rentabilidade de 2024 até o final de novembro. Levantamento, realizado pela Economatica a pedido do E-Investidor, considerou fundos com mais de 100 cotistas, não estruturados, abertos e sem restrição de tipo de investidor.
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Nestes critérios, o panorama cripto é imbatível: os 20 fundos com melhor desempenho no ano estão diretamente relacionados ao bitcoin ou ao mercado de criptomoedas.
Entre as maiores entregas do ranking, o fundo Itaú Index Bitcoin USD FC lidera com um retorno de 190,48%, seguido por Block3 Ativos Digitais FI Mult IE e o BTG Pactual Refer Bitcoin 100 FC, com 177,19% e 166,91%, respectivamente.
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A boa performance reflete o renascimento do mercado cripto após anos de alta volatilidade e desvalorização. As criptos foram impulsionadas em 2024 pela maior aceitação institucional, inovações tecnológicas e pela busca dos investidores por diversificação, num cenário econômico global turbulento.
Donald Trump turbinou criptos
O bitcoin atingiu ronda os US$ 100.000, depois de um ganho de confiança do mercado num ambiente regulatório mais favorável, turbinado pela vitória de Donald Trump na corrida pela Casa Branca, com suas promessas de transformar o país na "capital mundial do bitcoin e da criptomoeda".
"A postura pró-cripto da nova administração americana gerou otimismo entre investidores, resultando em um aumento na demanda por ativos digitais e, consequentemente, na valorização dos fundos com exposição a esse mercado", observa Gianluca Di Mattina, especialista em investimentos da Hike Capital.
Geraldo Búrigo, analista sênior de pesquisas da Investo, reforça a importância de Trump para uma expectativa positiva em relação a um ambiente regulatório mais favorável a esse setor. "A alocação em bitcoin tende a melhorar bastante a relação risco-retorno. Vários institucionais têm utilizado essa estratégia e adicionado posições de criptomoedas em seus portfólios", comenta, salientando que as posições ainda são pequenas e controladas.
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"É importante entender que se trata de uma classe muito volátil, uma classe mais arriscada", diz, lembrando que o investidor precisa saber respeitar seu perfil de risco antes de decidir adicionar um percentual ou fundo de criptomoedas no portfólio.
Competitividade dos multimercados ameaçada
Os top 20 fundos de investimentos em 2024 desafiam a competitividade dos multimercados tradicionais. Os critérios da Economática, que incluem fundos abertos, não estruturados e sem restrição de tipo de investidor demonstram isso.
A natureza dos fundos não estruturados, por exemplo, é de gestão simplificada com foco em ativos tradicionais como ações, renda fixa ou multimercados, com liquidez e acessibilidade para diferentes perfis de investidores. Já os fundos abertos permitem aplicações e resgates contínuos, abrangendo vários tipos de estratégias e classes de ativos.
Búrigo prefere considerar os fundos de criptomoedas como uma classe de investimento alternativa, devido às suas características diferenciadas, em comparação aos multimercados tradicionais. Estes oferecem uma gama de estratégias, desde conservadoras até agressivas. "Fundos ligados a criptomoedas, por si só, são posições mais arriscadas."
Apesar do cenário desafiador para os multimercados tradicionais, o especialista da Investo ressalta seu papel relevante nos portfólios institucionais. "Tudo vai depender da estratégia de cada fundo."
Criptos ainda são muito voláteis e exigem atenção
Jonas Chen, portfolio Manager da B.Side Wealth Management, reforça que os fundos multimercados tradicionais, que geralmente se posicionam em juros, ações e commodities, estão enfrentando dificuldades nos últimos dois anos, enquanto os criptoativos se destacam.
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"Pode ser por leitura de cenário ou previsão, mas, por diversos motivos, os multimercados tradicionais se posicionam mais nos ativos que não são criptos e, por isso, acabaram ficando para traz", disse. "Não acho que acabou para eles, até porque têm flexibilidade para se adaptar. Mas, com certeza, estão passando por uma maior dificuldade", avalia.
Chen acredita que as criptos continuarão ganhando espaço nas carteiras, mas reforça a necessidade de análise personalizada para balancear risco e retorno conforme os objetivos individuais. Criptomoedas devem ser vistas como parte da diversificação da carteira, ajustadas ao apetite de risco e à fase de vida do investidor, defende. "Jovens podem alocar mais, enquanto investidores mais velhos devem limitar a exposição."
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Autor: Leo Guimarães