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Dólar despenca e fecha a R$ 6,12 após leilões do BC e avanço de pacote fiscal

Dólar despenca e fecha a R$ 6,12 após leilões do BC e avanço de pacote fiscal

O dólar à vista fechou com forte baixa nesta quinta-feira (19) após atingir o patamar de R$ 6,30, em uma sessão bastante volátil. Nos minutos finais do pregão, o pacote fiscal foi aprovado em primeira votação em 1º turno na Câmara dos Deputados.

Mais cedo, Roberto Campos Neto, atual presidente do BC, realizou coletiva de imprensa juntamente com Gabriel Galípolo, seu sucessor. Nas falas, que pouco impactaram a trajetória já de queda da moeda, o mandatário refutou a possibilidade de estabelecimento de preço para o dólar e garantiu que a intervenção acontecerá apenas quando necessário.

O Banco Central vendeu um total de 5 bilhões de dólares em um novo leilão à vista realizado na manhã desta quinta-feira, no que foi a sexta operação do tipo na última semana e a segunda da sessão, um dia após o dólar à vista fechar no patamar histórico de 6,2679 reais.

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Qual é a cotação do dólar hoje?

O dólar à vista encerrou o dia em baixa de 2,29%, cotado a 6,1243 reais.

Na B3, às 17h03, o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento caía 2,07%, a 6,125 reais na venda.

Dólar comercial

  • Compra: R$ 6,121
  • Venda: R$ 6,122

Dólar turismo

  • Compra: R$ 6,285
  • Venda: R$ 6,465

O que aconteceu com dólar hoje?

Após subir quase 3% na véspera, a divisa americana passa por uma sessão bastante volátil nesta quinta, com máxima de R$ 6,300 e mínima de R$ 6,140.

Banco Central realizou dois leilões cambiais pela manhã. No segundo leilão, o BC aceitou 10 propostas, com um diferencial de corte de -0,035000, entre às 10h35 e 10h40.

Logo na abertura, a autarquia já havia vendido 3 bilhões de dólares à vista em leilão anunciado na véspera.

Com as vendas de hoje, o BC totaliza mais de 20,75 bilhões de dólares vendidos desde a quinta-feira da semana passada, em uma série de intervenções no câmbio que incluíram leilões à vista e leilões de linha (dólares com compromisso de recompra).

Por trás da fraqueza recente do real estão as preocupações dos investidores com o cenário fiscal brasileiro, à medida que o governo tenta avançar com suas medidas de contenção de gastos no Congresso, sendo essa a última semana para aprová-las antes do recesso de fim de ano.

A Câmara dos Deputados adiou para esta quinta-feira a votação da Proposta de Emenda à Constituição que restringe o acesso ao abono salarial, um projeto que faz parte do pacote de ajuste fiscal, após ter aprovado na terça um outro texto do Executivo para corte de gastos.

Agentes monetários temem que os projetos não sejam votados até o fim deste ano ou que as medidas sejam desidratadas, com ambas as possibilidades podendo compremeter a trajetória das contas públicas.

“O mercado segue sem essa definição da redução dos gastos pelo governo… Para visão do investidor, enquanto a gente não tiver uma definição exata de como vão ser esses cortes, a gente vai continuar tendo uma desvalorização do real”, disse Lucélia Freitas, especialista em câmbio da Manchester Investimentos.

Na curva de juros brasileira, as taxas tinham mais um pregão de forte alta, com ganhos de mais de 40 pontos-base em alguns contratos, refletindo os temores fiscais do mercado.

Ainda nesta manhã, as atenções do mercado estarão voltadas para a coletiva de imprensa do Relatório Trimestral de Inflação, que contará com a presença do presidente do BC, Roberto Campos Neto, e do diretor de Política Monetária, Gabriel Galípolo, que assume o comando da autarquia a partir do próximo ano.

No relatório divulgado mais cedo, o BC piorou significativamente suas projeções para cumprimento da meta de inflação, estimando que a probabilidade de a inflação ultrapassar o limite superior do intervalo de tolerância da meta está perto de 100% neste ano, contra projeção anterior de 36%.

O IPCA subiu em novembro 0,39%, alcançando no acumulado em 12 meses alta de 4,87%. De acordo com o IBGE, para o índice fechar o ano com uma alta acumulada de 4,5%, o IPCA mensal em dezembro teria que avançar no máximo 0,20%.

Operadores colocavam 52% de chance de o Copom elevar a Selic em 1,75 ponto percentual na reunião de janeiro, contra 48% de probabilidade de uma alta de 1,5 ponto, apesar do guidance da autarquia de que subirá a taxa de juros, atualmente em 12,25% ao ano, em 1 ponto no próximo encontro.

No exterior, o cenário era favorável ao dólar, com os mercados globais ainda reagindo à decisão do Federal Reserve na véspera, em que os membros reduziram a taxa de juros em 0,25 ponto percentual, mas sinalizaram um afrouxamento monetário menor do que o esperado anteriormente para o próximo ano.

“Deste ponto em diante, é apropriado avançar com cautela e buscar o progresso da inflação… a partir de agora, estamos em uma posição em que os riscos estão equilibrados”, disse o chair do Fed, Jerome Powell, em uma coletiva de imprensa após o final da reunião de política monetária.

A perspectiva de menos cortes pelo banco central dos Estados Unidos implica rendimentos mais altos para os Treasuries, o que torna o dólar mais atrativo para investidores estrangeiros e gera fuga de capital em países emergentes.

(Com Reuters)

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Autor: Felipe Moreira

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