Mesmo com riscos no programa de U$ 44 bi da Argentina, FMI apoia reformas de Milei
O Fundo Monetário Internacional (FMI) disse que a Argentina está comprometida com a acumulação de reservas internacionais e com a contenção do financiamento da dívida do governo pelo banco central do país na mais recente revisão de seu programa de empréstimo de US$ 44 bilhões, quando o credor global apoiou um conjunto de reformas propostas pela nova administração do presidente Javier Milei.
O FMI classificou o plano de estabilização de Milei para a combalida economia argentina como “ousado” e “muito mais ambicioso” do que os propostos por seus antecessores no país, citando o compromisso com reformas como um ponto positivo de sua vitória eleitoral esmagadora no final do ano passado, considerando os desafios de sua implementação.
“A forte apropriação por parte das autoridades e o compromisso eleitoral para eliminar os déficits fiscais e os impedimentos de longa data ao crescimento (muitos deles beneficiando interesses particulares) atenuam os riscos de implementação”, disse o Fundo em um relatório técnico sobre a Argentina publicado nesta quinta-feira.
No entanto, o FMI reconheceu que os riscos para o sucesso do programa são altos, dada a “herança muito difícil” de políticas fracassadas e um “cenário político e social complexo, com um Congresso fragmentado, salários reais em queda e pobreza elevada”.
A revisão do FMI estabeleceu novas metas de acumulação de reservas dos bancos centrais, passando de uma meta anterior de US$ 4,3 bilhões para uma meta de US$ 6 bilhões até o final de março. A meta para o final de junho subiu de US$ 7,3 bilhões para US$ 9,2 bilhões e a meta para o final de setembro foi estabelecida em US$ 7,6 bilhões.
O credor global estendeu a duração de seu programa de US$ 44 bilhões em três meses para dar tempo de implementar o atual plano de estabilização do governo e formar reservas, com o programa agora em vigor até 31 de dezembro, em comparação com o corte anterior de 24 de setembro.
As demais revisões do programa, conforme relatado anteriormente pela Reuters, foram marcadas para maio, agosto e novembro deste ano.
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