O que fazer com as ações de Arezzo (ARZZ3) e Soma (SOMA3) com a provável fusão?
A Arezzo (ARZZ3) e o Grupo Soma (SOMA3) confirmaram na quarta-feira (31) que estão em negociação sobre uma provável fusão das companhias com a governança do negócio combinado sendo compartilhada entre os CEOs das empresas.
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O anúncio animou o mercado, visto que as ações da Arezzo fecharam o pregão de ontem com alta de 12,09% e os papéis da Azul dispararam 16,81%. O ritmo se mantém positivo nesta quinta-feira (1), por volta das 13h15min, as ações da Arezzo avançavam 1,79%, a R$ 63,71. Enquanto isso, o Grupo Soma subia 1,01%, a R$ 8,00.
A notícia movimentou os papéis, mas será que eles podem subir mais? O que o investidor deve fazer agora? Segundo os analistas ouvidos pelo E-Investidor, é possível que as duas ações possam sofrer correções no curto prazo, mas a estimativa é de valorização dos ativos em meio a essa fusão.
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Para Enrico Cozzolino, head e sócio da Levante, a fusão das duas empresas é positiva para ambas, visto que as duas companhias tem marcas muito fortes e entregam múltiplos atrativos.
“As duas companhias juntas teriam um valor de mercado de R$ 11,5 bilhões. No entanto, as receitas das duas juntas somam R$ 12 bilhões, ou seja, o valor de mercado é menor que o faturamento. Isso é um múltiplo muito atrativo e mostra como as duas ações estão descontadas”, explica Cozzolino.
De acordo com Artur Horta, especialista em investimentos da GTF Capital, a fusão deve gerar um ganho de escala para as duas empresas, como o aproveitamento de mais de 2.000 lojas. “A Hering, que é do Grupo Soma, possui fábricas, as quais também podem ser utilizadas para fazer as roupas da Arezzo, como a Reserve e outras”, afirma.
Além disso, explica Horta, as duas companhias também estão em uma boa fase de saúde financeira e a junção das duas poderia amenizar qualquer tentativa arrecadatório do governo. “As duas companhias possuem incentivos tributários, caso o governo retire esses incentivos, os ganhos com a fusão amenizariam esses impactos”, relata Horta.
Os analistas da Ativa Investimentos também estão otimistas, mas eles lembram que essa operação envolve alguns riscos como a integração dos grupos que costuma ser trabalhosa e de longo prazo, com necessidade de integrar tecnologia, equipes e centros de distribuição, com uma possível sobreposição entre eles.
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“O negócios se concretizando é positivo no curto prazo para o acionista, mas, no médio prazo será desafiador para a integração completa dos grupos”, argumentam os analistas da Ativa Investimentos.
Ainda assim, a Ativa manteve sua recomendação de compra para Arezzo e Soma, e com a Arezzo indicada como ação favorita do setor. A corretora não divulgou um preço-alvo para as ações.
A Levante também se mantém otimista com preço-alvo de R$ 84,10 para Arezzo, e de R$ 8,70 para Soma. As duas cifras equivalem a uma alta de 9,84% para Soma e de 34,4% para a Arezzo, na comparação com o fechamento de quarta-feira (31).