Cobre fecha em queda, após falas do presidente do Fed sobre corte dos juros
O cobre fechou em queda nesta segunda-feira (5), em meio a forte alta do dólar no exterior, após o presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA), Jerome Powell, afastar precificação do mercado sobre cortes de juros ainda no primeiro trimestre. Analistas apontam que pesam também sobre o metal preocupações com a demanda, frente a incertezas sobre a recuperação econômica da China.
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Na Comex, divisão da New York Mercantile Exchange,o contrato do cobre para março fechou em queda de 1,31%, a US$ 3,7715 por libra peso. O contrato para três meses da tonelada do metal perdia 1,08%, a US$ 8.372,50 na London Metal Exchange (LME), às 15h (de Brasília).
O cobre refletiu a queda do complexo de metais básicos em meio a forte alta do dólar nesta sessão, que tende a deixar as commodities mais caras para detentores de outras moedas. A divisa americana foi favorecida por falas de Powell, responsáveis por consolidar o adiamento das apostas por início dos cortes de juros em março. Em entrevista ao canal CBS, o presidente do Fed reiterou que um eventual relaxamento da política monetária dependerá de dados demonstrando queda sustentada da inflação e alertou sobre o risco de reduzir as taxas cedo demais, provocando novo repique dos preços.
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Para o TD Securities, a nova precificação do mercado sobre os juros do Fed também pesa nas expectativas de demanda de commodities e prevê que uma recuperação deste cenário pode apoiar novo rali de alta nos preços do cobre.
No entanto, o Sucden Financial alerta que os preços do metal vermelho devem permanecer sujeitos a flutuações no primeiro trimestre de 2024, considerando como seus catalisadores têm sido influenciados pela macroeconomia da China. A corretora nota que o pessimismo sobre a segunda maior economia do planeta ainda não se dissipou, observando que isto deve amenizar o bônus de eventuais déficits na oferta ao manter o mercado “mercado finamente equilibrado”.
Em relatório, a Fitch Ratings também projeta que os preços do cobre e do alumínio devem enfraquecer ao longo de 2024, graças a uma desaceleração do crescimento econômico global e avanço de menos de 5% do Produto Interno Bruto (PIB) da China. Este cenário limitará o prêmio obtido em meio aos riscos geopolíticos, prevê a agência. “A resposta da oferta, incluindo as interrupções de produção, determinará o equilíbrio do mercado”, comentou a Fitch.
No horário citado, na LME a tonelada do alumínio recuava 1,43%, a US$ 2.204,50; a do chumbo caía 1,38%, a US$ 2.107,00; a do níquel cedia 1,67%, a US$ 15.945,00; a do estanho tinha baixa de 2,73%, a US$ 24.805,00; e a do zinco desvalorizava 1,31%, a US$ 2.419,50.