Petz (PETZ3) é neutra ou compra? Analistas avaliam bem flagship, mas divergem sobre ação
A Petz (PETZ3) organizou visita guiada em sua flagship (loja conceito da marca) renovada e promoveu uma reunião de seus executivos com analistas do setor. Para o Research da XP e as divisões de análise do JPMorgan e do Goldman Sachs, a ocasião reforçou a impressão positiva sobre o potencial da companhia para consolidar sua participação no mercado, enquanto as visões sobre o futuro da companhia na Bolsa são diversas.
Cabe destacar que, nos últimos 12 meses, a ação da Petz passou por desvalorização de mais de 56%, tendo queda de 20,75% só em 2024, em meio ao cenário de juros altos e competição acirrada.
Se, para a XP, os novos esforços vistos na flagship levam à manutenção da recomendação de “compra” (com preço-alvo de R$ 5,50) para os papéis, o Golman Sachs não parece tão convencido sobre as perspectivas da indústria de animais de estimação. Por isso, o banco considera o nome como “neutro”. A visão do JPMorgan, que mantém a mesma classificação para o nome, é similar.
“Apesar de observarmos um foco reforçado da empresa em diferenciar suas lojas e mix de produtos, acreditamos que os impactos financeiros significativos devem demorar mais para se materializar, enquanto os resultados de curto prazo devem continuar sob pressão devido a um consumidor com mais restrições [de renda] e uma competição intensificada”, considera o JPMorgan.
Além disso, em relação à própria Petz, há dúvidas na análise do Goldman tanto sobre a capacidade de defesa de margens diante de mudanças no segmento online quanto sobre a concorrência de marketplaces horizontais. A avaliação dos papéis também mostra-se exigente para o banco estrangeiro, com múltiplos de 22 vezes o preço sobre o lucro (P/L) em 2024. A média de players do varejo sob cobertura do banco está em 16 vezes.
Em relação à visita realizada, o banco destacou o potencial para aumento de penetração de marcas próprias, impulsionada principalmente por categorias não alimentares, correspondentes a 40% das vendas. De olho na outra fatia, a administração apresentou para analistas o plano de lançamento da própria linha de alimentos para animais de estimação até o terceiro trimestre de 2024. A intenção é oferecer preços mais competitivos em marcas próprias no curto prazo para incentivar a compra.
No encontro, a administração destacou o uso de marcas próprias como alavanca importante de rentabilidade e fidelidade no longo prazo. O aumento de presença na categoria de acessórios é um dos destaques para 2024.
Nas lojas, a empresa segue focada em produtos com variedade mais premium, visando clientes de maior renda; por outro lado, também espera tornar-se mais competitiva em itens com preço de entrada para determinadas lojas da rede. Nesse caso, há intenção de apostar, principalmente, em itens de alimentos para animais de estimação com valores mais baixos.
Na análise do JPMorgan, a migração de consumidores para a categoria de super premium se reforçou desde 2021. Nem mesmo a alta inflação fez com que clientes de maior renda reduzissem suas compras, mas para consumidores de classe média o impacto foi maior. Em resposta à essa dinâmica, a companhia busca fortalecer a oferta nos segmentos mais convencionais.
“Os executivos destacaram que o cenário competitivo permanece desafiador, com a companhia testando uma estratégia de descontos mais assertiva, focando em manter os produtos principais em linha com os competidores, mas repassando aumentos de preços”, afirma a XP.
A operação online ainda não reflete melhoria nos resultados, pois mesmo com redução de despesas, os ganhos foram reinvestidos na própria operação.
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