Bitcoin abriu porteira para subir mais 17% e já mira máxima histórica, aponta análise técnica
Depois de ultrapassar os US$ 50 mil pela primeira vez em mais de dois anos no início desta semana, o Bitcoin (BTC) derrubou a resistência (nível com alta pressão de venda) e criou força suficiente para disparar mais 17% no curto prazo, avaliam analistas que cobrem o setor de criptoativos – e, em seguida, pode caminhar para testar a máxima histórica.
“Vendo o gráfico de BTC, basicamente passando desses US$ 50 mil, em teoria, não temos mais resistência. O natural é buscar preços mais altos e eventualmente até passar dos US$ 60 mil”, disse André Franco, analista chefe do MB Research. Resistência é um conceito de análise técnica que representa zonas de preço com maior demanda para venda de um determinado ativo.
Na tarde desta quinta-feira (15), o Bitcoin é negociado a US$ 52.000, segundo o agregador CoinMarketCap. Na semana, o ativo digital entrega ganhos de 15%. No acumulado do mês, a alta passa dos 22%.
Franco falou que, por não existirem barreiras muito fortes a partir desse patamar para o ativo digital, o que vai definir essa continuidade de alta ou não será a “entrada de fluxo nos ETFs”.
Um lote de 11 ETFs de BTC à vista foi aprovado nos EUA na segunda semana de janeiro. Desde então, a criptomoeda assumiu um comportamento de “buy the rumor, sell the news” (compre no boato, venda no fato), em parte por causa dos resgates no GBTC, o fundo fechado de criptomoedas da gestora Grayscale que foi transformado em um dos ETFs.
A saídas no GBTC, no entanto, diminuíram nas últimas semanas, e os fluxos para os demais produtos financeiros disparam. Desde que começaram a ser negociados em 11 de janeiro, os novos ETFs atraíram US$ 3,9 bilhões em entradas líquidas, segundo dados da Bloomberg. Somente o veículo da BlackRock, cujo ticker é IBIT, ultrapassou 100.000 unidades de BTC sob gestão nesta semana.
Máxima histórica à vista
Para Fernando Pereira, analista da corretora cripto Bitget, o ritmo de alta não deve parar tão cedo e a máxima histórica está mais próxima do que imaginávamos. O motivo, falou, são indicadores que sugerem que investidores não estão dispostos a vender Bitcoin pelos preços atuais, mesmo estando no lucro.
Para Fernando Pereira, analista da corretora cripto Bitget, o ritmo de alta não deve parar tão cedo e a máxima histórica está mais próxima do que imaginávamos. O motivo, falou, são dois dados da rede da criptomoeda: o , e o .
“Apesar de o preço estar subindo e cada vez mais BTCs estarem no lucro, ainda não vemos muita realização de lucro por parte dos investidores. Atrelado a isso, estamos vendo muitos contratos futuros de venda abertos no momento (aliás, nunca havíamos visto tantos abertos simultaneamente no BTC), e isso serve como liquidez para o preço continuar subindo”.
Halving
Joga ainda a favor da criptomoeda o aguardado halving, atualização na blockchain que reduz pela metade a emissão de Bitcoins. Hoje, 6,25 novos BTCs são colocados no mercado a cada bloco minerado pelos mineradores. Após o próximo halving, a quantidade vai cair para 3,125 unidades. Historicamente, a criptomoeda sobe e desce antes do evento, previsto para ocorrer em abril.
“Esse impacto na relação de oferta e demanda do ativo causa uma primeira alta de preço, gerando um pequena bola de neve que atrai mais atenção do mercado e dos usuários, que acabam comprando mais Bitcoin, fazendo o preço subir e aumentando o número de desenvolvedores trabalhando em novos casos de uso para a tecnologia, o que realmente gera mais valor para o ativo”, disse Sebastián Serrano, CEO e cofundador da Ripio.
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