Safra: proposta preliminar do governo de SP para Sabesp (SBSP3) é “muito positiva”
O Safra avalia que a proposta preliminar do Governo do Estado de São Paulo sobre a Sabesp (SBSP3), é muito positiva e deve permitir que a empresa se beneficie de ganhos de eficiência, aproximando-se do cenário-base do banco de R$ 141,30 por ação.
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O preço-alvo em questão representa um potencial de alta de 75,11% sobre o fechamento da última quinta-feira (15), quando o governo de SP abriu uma consulta pública para o novo contrato de concessão da Sabesp pós-privatização e mudanças regulatórias. Segundo o Safra, o valor de R$ 141,30 por ação implica em um múltiplo de valor justo, de 1,5 vez o valor da empresa pela base de ativos regulatória (EV/RAB).
“A maioria dos termos regulatórios importantes foram incluídos no contrato de concessão (embora os números finais ainda precisem ser estabelecidos), o que diminui significativamente os riscos de mudanças inesperadas nas regras nos próximos anos e provavelmente atrairá potenciais investidores em infraestrutura para participarem do processo”, afirmam os analistas Daniel Carabolante Travitzky, Carolina Carneiro, e Mario Wobeto, em relatório enviado a clientes.
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A consulta pública ficará aberta por 30 dias (até 15 de março), e a audiência pública acontecerá no dia 14 de março.
Em relação à proposta, o Safra destaca cinco pontos. Primeiro, os investimentos serão incorporados à base de ativos (RAB) anualmente até 2035, com base em uma metodologia retrospectiva. “Isso reduz o risco percebido pelas grandes exigências de investimentos (estimados em cerca de R$ 11 bilhões por ano no primeiro ciclo) e melhora o equilíbrio do fluxo de caixa. Após esse período, as revisões tarifárias ocorrerão a cada 5 anos até o vencimento da concessão, em dezembro de 2060”, dizem os analistas.
O contrato de concessão também estabelece regras básicas de metodologia de cálculo para a maioria dos termos tarifários, deixando pouco espaço para mudanças inesperadas durante o período de concessão, segundo o Safra, que espera que o RAB, as despesas operacionais (opex) e o custo médio ponderado de capital (WACC) sejam incluídos na versão final do acordo.
O terceiro ponto mencionado pelo Safra é que durante o primeiro ciclo (até 2030), a Sabesp deve se beneficiar integralmente da maior parte dos ganhos de eficiência, o que deve encorajar a empresa a acelerar as reduções de custos e melhorar a geração de fluxo de caixa no primeiro ciclo de revisão.
Além disso, despesas não administráveis, como descontos de fundos municipais, impostos sobre recursos hídricos, pagamentos relacionados com parcerias público-privadas, entre outros, serão incluídas nas tarifas. “Atualmente, a Sabesp não é totalmente compensada por todos os custos relacionados aos recursos municipais (uma diferença de aproximadamente R$ 500 milhões, potencialmente melhorando o Ebitda em 5%)”, destacam Travitzky, Carneiro, e Wobeto.
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Por fim, o quinto ponto destacado pelo Safra é que o contrato de concessão exige que a Sabesp adote normas regulatórias de contabilidade até dezembro de 2026, sujeita a penalidades, inclusive com o compartilhamento integral de suas receitas auxiliares com os consumidores.