Atacadão aposta em serviços e não vai forçar precificação para elevar volumes de vendas
SÃO PAULO (Reuters) – O Atacadão, principal gerador de resultado do Carrefour Brasil, deve ter 100 lojas com serviços aos consumidores como açougue até o final do terceiro trimestre, como forma de melhorar as vendas, afirmou o presidente do grupo, Stéphane Maquaire, nesta terça-feira.
“Vimos nos últimos meses as vendas do B2B (para empresas) voltarem devido ao cenário mais positivo da inflação alimentar, que também vemos no início de 2024. No B2C (vendas a consumidores), quando teremos instalados os serviços nessas 100 lojas vamos ver uma aceleração para fortalecer as vendas”, disse o executivo em conferência com analistas.
O comentário veio em resposta a questionamento de analista sobre nova queda (1,8%) nas vendas mesmas lojas do Atacadão no quarto trimestre. A rede encerrou 2023 com 361 lojas ante 344 em 2022.
As ações do Carrefour Brasil saltavam mais de 8% nesta terça-feira, após recuo de 2,6% na véspera, dia seguinte à morte do empresário Abilio Diniz, um dos principais investidores da companhia.
Também na véspera, após fechamento dos mercados, o Carrefour Brasil anunciou que teve prejuízo líquido de 565 milhões de reais no quarto trimestre, em resultado afetado por custos decorrentes do fechamento de lojas físicas consideradas como de baixo retorno para o grupo.
Segundo o diretor financeiro, Eric Alencar, boa parte das provisões relacionadas aos fechamentos e vendas de lojas com desempenho abaixo do esperado pela empresa foi feita no quarto trimestre e a companhia não espera novas movimentações relevantes neste ano. Maquaire afirmou que as lojas representam cerca de 1% das vendas do grupo.
Ao final de janeiro, das 123 lojas consideradas “não rentáveis” pela companhia, 93 tinham sido fechadas. Outras 19 lojas serão encerradas até o final do segundo trimestre e a bandeira Todo Dia não vai mais fazer parte do grupo.
O Carrefour Brasil também espera vender os imóveis de 40 das 123 lojas a serem fechadas, algo que o Alencar calculou que “com certeza absoluta” valem mais de 400 milhões de reais, superando os 327 milhões em despesas com desmobilização das unidades.
O diretor financeiro também afirmou que o Carrefour Brasil atravessa um momento de reformulação de suas operações de varejo “e isso passa por revisão de precificação, sortimento…perdas, e fazendo isso com certeza o resultado virá”.
Questionado sobre precificação no atacarejo, Maquaire afirmou: “não vamos aumentar nível de promoção para poder mostrar algo um pouco mais positivo pois estamos trabalhando em longo prazo”.
(Por Alberto Alerigi Jr.; )