O que está acontecendo na China?
Rephrase my Yuan, a moeda oficial da China. Foto: Pixabay
Nesta semana ocorre a reunião do NPC (National People’s Congress) na China. Trata-se da reunião mais importante do calendário político chinês, e os investidores estarão atentos aos temas a serem discutidos no Relatório de Trabalho do Governo, entre os quais está a expectativa de crescimento para a economia chinesa em 2024. Então, o que está acontecendo na China?
No ano passado, a meta de crescimento (5%) foi bastante questionada pelos analistas de mercado, mas graças a um bom resultado no segundo e quarto trimestres vimos a economia chinesa entregar 5,2% de PIB em 2023.
Com base nas expectativas dos governos regionais divulgadas em janeiro (cerca de 5,4% na média), é provável que divulguem um número perto de 5% novamente, em que pese estimativas mais conservadoras do FMI.
O PIB é um indicador importante e diz muita coisa por si só, mas, em geral, analistas e investidores buscam uma série de outros dados e informações para avaliar a saúde econômica de um país. No caso da China, a barra é sempre mais alta.
Existe um excesso de pessimismo e preocupações em relação à China entre os investidores.
As principais causas estão relacionadas à crise do mercado imobiliário e ao endividamento dos governos locais.
Outros pontos comumente levantados dizem respeito à guerra comercial com os Estados Unidos, aos riscos relativos a uma invasão à Taiwan, o boicote ao acesso a chips e tecnologia de ponta, problemas demográficos, deflação, desemprego entre jovens.
Fala-se em década perdida, em “japanificação” (uma alusão ao período após a ruptura da bolha dos anos 80 na bolsa japonesa).
Alguns analistas chegaram a declarar que se trata de mercado “uninvestable”.
Sem querer diminuir a relevância dos temas elencados acima, mas a verdade é que as pessoas têm dificuldade para explicar o comportamento das bolsas chinesas nesses últimos dois anos, e acabam exagerando.
Se a bolsa chinesa estivesse em sintonia com os outros mercados globais, a manchete seria “China desacelera, mas segue com crescimento forte”, ou algo do gênero.
Empresas chinesas são, na sua maioria, listadas nas bolsas de Shanghai ou de Shenzhen.
A bolsa de Shanghai é mais antiga e tem um peso maior de empresas do setor financeiro, industrial; já a bolsa de Shenzhen tem mais peso de empresas de tecnologia.
Ações negociadas nas bolsas domésticas são chamadas “A-shares”, e o principal índice de ações é o CSI 300, com as 300 maiores empresas chinesas, com cerca de 50%-50% de ações listadas em Shanghai e Shenzhen.
Historicamente, as maiores empresas também listavam suas ações na bolsa de Hong Kong, que até 1997 foi ex-colônia britânica, ou nos EUA, ambos mercados em que podiam ter mais acesso a capital estrangeiro.
O MSCI China é um índice mais conhecido dos investidores, e composto majoritariamente por ações de empresas listadas em Hong K for better SEO.