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Se Relacionando com Seguros

Nosso objetivo aqui tem sido te ajudar a compreender e pensar sobre seguros de uma perspectiva diferente, entendendo que eles fazem parte da sua vida, seja você um segurado ou não. Construir uma cultura de seguros não é fácil. Especialmente num país como o Brasil de tamanho continental e realidades distintas, e, sem o apoio de estruturas fundamentais do Estado, grandes empresas, seguradoras e da própria população, que, por falta de conhecimento, possuem crenças limitantes e enraizadas sobre o assunto e que é passada de geração em geração.

Nosso intuito aqui é que você possa conhecer melhor sobre o assunto, e verá que de fato precisamos criar uma cultura de seguros, pois ela é um pilar relevante nos países desenvolvidos. Os seguros tem basicamente dois grandes lados, o lado econômico e o lado social.

O que seria esse lado econômico então ? Existe uma definição muito bonita que diz: “O objetivo do seguro é reestabelecer o equilíbrio econômico perturbado, sendo vedado por lei à possibilidade de revestir do aspecto de jogo ou dar lucro ao segurado”. Trazendo para a nossa habitual simplicidade aqui, isso quer dizer que o seguro deve te ajudar a voltar a sua condição antes do imprevisto (sinistro). Vamos colocar um exemplo prático a seguir.

Após muitos anos trabalhando, você conseguiu dar entrada no financiamento do seu 1º carro 0 km, ajustou as parcelas do financiamento com o seguro auto para caberem no orçamento e pronto. Ao ter seu carro roubado/furtado, por exemplo, o seguro (contratado corretamente) vai te indenizar sobre o valor do seu bem (carro), ou seja, vai te possibilitar quitar o financiamento e dar entrada novamente, restabelecendo assim, o seu cenário de vida  anterior ao sinistro.

Você deve se lembrar de quando falamos sobre a rede dos trapezistas , certo?

Este lado econômico não beneficia apenas o segurado, mas, também, toda a cadeia produtiva do país; desde a montadora do veículo, funcionários, fabricantes de peças e equipamentos,  concessionárias, companhias de seguro e, principalmente, o indivíduo segurado.

Quanto ao lado econômico tenho certeza que é de fácil compreensão de todos, mas e o social ? Você seria capaz de falar sobre isso num almoço de domingo com a família ? O Lado social do seguro também é extremamente simples.

Vamos usar o mesmo exemplo anterior:

Digamos que você tenha dado aquele famoso “passo maior que a perna” e tenha se empolgado e comprado um modelo com um valor um pouco maior, e que momentaneamente tenha optado (independentemente do motivo) por não contratar o seguro. Pois bem, você teve o veículo roubado/furtado, e o que aconteceu ? Sim, você ainda ficou com todo o restante do financiamento para pagar de um carro que muito provavelmente, não será recuperado.

Vamos aprofundar um pouquinho mais:

Considere que o proprietário do exemplo é um jovem, recém-habilitado, e que tenha como rendimento um salário mínimo, e o financiamento tenha sido de uma moto, usada inclusive para trabalho. Qual a chance de quitar esse financiamento após o roubo/furto ? Se era utilizado para trabalho, qual a chance de perder sua colocação profissional e sua renda ? Ao não quitar o financiamento, terá seu nome e CPF incluídos em cadastros de proteção ao crédito, locais constantemente consultados por empresas no processo de seleção de vagas, e que por vezes optam por não contratarem ou oferecem condições inferiores (ainda que isto seja ilegal, sabemos que infelizmente é frequentemente praticado).

Dessa forma, fica evidente o impacto social dos seguros em países que não tem essa cultura. Provavelmente este jovem terá suas opções de trabalho e rendimentos limitadas, sem falar nas opções de créditos e financiamentos. E se o exemplo fosse sobre uma empresa e seu galpão incendiado ? Quantos funcionários, fornecedores e clientes seriam afetados ?

O Chile, por exemplo, um país que vive sob a ameaça de terremotos, em 2023 fechou um programa de seguro contra terremotos com o Banco Mundial protegendo-o de 630 milhões de dólares em eventuais danos causados por fortes terremotos, em uma iniciativa para reduzir os riscos à dívida pública de possíveis desastres naturais. Em 2010, um terremoto de magnitude 8,8 e subsequente tsunami no Chile mataram mais de 500 pessoas e causaram cerca de 30 bilhões de dólares em danos, destruindo centenas de milhares de casas e destruindo rodovias e pontes. (Money Times).

A cultura de seguros do Chile permitiu que o país pudesse ainda que em meio a tragédias como essa, seguir em frente. Estima-se que 80% das residências chilenas tenham seguro, especialmente para terremotos. Portanto, o país se protege e as pessoas também, isso é cultura de seguros, agindo sob uma sociedade em todas suas esferas.

Também em 2010, no Haiti houve um terremoto, que deixou 230 mil mortos, dezenas de milhares de feridos e mais de 1,5 milhão de desabrigados. A destruição de infraestrutura urbana, casas e edifícios assim como a morte de pessoas e os inúmeros feridos e desabrigados são algumas das consequências dos terremotos. O Haiti, entretanto, enfrenta até hoje as consequências de sismos que ocorreram há, pelo menos, uma década (ONU).

Segundo a Insurance Information Institute (III) o Haiti tinha há época uma cobertura para catástrofe de US$ 8 milhões por meio de um fundo administrado pelo governo. Ainda segundo o instituto, o mercado de seguro privado é quase inexistente no Haiti. Ou seja, não há uma cultura de seguros, e também por isso o país tem extrema dificuldade na recuperação (obviamente existem outros fatores que influenciam nessa situação).

Podemos concluir  que a maioria esmagadora dos países desenvolvidos tem uma cultura de seguros, tanto governamental como privada, aumentando a penetração das coberturas disponíveis e dando amparo econômico e social à sua nação.

Não importa o tamanho do desafio, se esta coluna for capaz de ajudar algumas pessoas a entenderem que precisamos evoluir neste sentido, já terá valido a pena. Encerraremos deixando um pensamento provocativo:

Se você não tem condições de ter um seguro, como irá lidar com qualquer imprevisto que aconteça ?

Quanto maior a sua dificuldade, mais importante será ter o que o seguro poderá fazer por você, serve para pessoas, empresas e até nações.

Deixe sua dúvida ou comentário. Vamos interagir sobre este e outros importantes assuntos.

Fique a vontade para sugerir temas para as próximas colunas.

Lucas Zonaro

Sócio fundador da Expertise Consultoria e Corretagem de Seguros. Uma empresa que surgiu das dores e necessidades de seu fundador e seus familiares, entendendo que necessitamos muito mais do que apenas apólices de seguros. Por isso atuamos em três principais frentes: Gerenciamento de Riscos, Gestão de Apólices e Comercialização de Seguros. Com atendimento individualizado, conseguimos minimizar custos e maximizar a operação de inúmeros clientes, sejam empresas de todos os portes até pessoas físicas, garantindo a continuidade e tranquilidade de seus processos. Faça como milhares de clientes e tenha uma nova experiência sobre seguros.

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